Blogueiros do PT tremem: Vargas e Hoffmann “foram pro pau”

Publicado em 10/04/2015 15:44
por Felipe Moura Brasil, de veja.com

Blogueiros do PT tremem: Vargas e Hoffmann “foram pro pau”

Os blogueiros do PT estão desesperados.

A prisão do petista André Vargas e do publicitário Ricardo Hoffman, da agência Borghi/Lowe, abala o financiamento da rede suja do partido.

Hoffman, além do Ministério da Saúde, tinha as contas milionárias da BR Distribuidora e da Caixa Econômica Federal, cujas propagandas podem ser vistas, por exemplo, no famigerado Brasil 171 e no blog de Luís Nassif, militante reconhecido pelo presidente do PT, Rui Falcão.

Mas é preciso lembrar, também, o papel de Vargas nessa história.

Helena Chagas, antecessora de Thomas Traumann no comando da Secom, sofria um intenso bombardeio dos blogs sujos e dos veículos chapa-branca, que cobravam mais verba oficial para prestar seus servicinhos ao partido.

Após o anúncio de sua saída, “motivada por pressões do PT” e “pelo desgaste da falta de transparência com a agenda da presidente Dilma na polêmica ‘escala técnica’ da comitiva presidencial em Lisboa”, ela escreveu no Facebook que “a distribuição da publicidade oficial, que envolve dinheiro público, não pode se transformar em uma ‘ação entre amigos’”.

E sabe quem fazia pressão dizendo que a comunicação do governo era “uma porcaria” e que “O Lula mantinha uma canalização de recursos para alguns blogs, mas a Dilma cortou tudo”, antecipando a crítica que custaria o cargo de Traumann anos depois? Ele mesmo: André Vargas.

Quando Helena saiu, o petista comemorou: “Não gosto dela. A Helena foi pro pau! Beleza.”

Edinho Silva, sucessor de Traumann na Secom, pode até dar um jeito de compensar os blogueiros do PT, mas hoje é o dia do desespero.

Vargas e Hoffman foram pro pau.

Beleza.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

 

Profecia de Roger se realiza com prisão de André Vargas

A Operação Lava Jato da Polícia Federal detectou um esquema de repasse de dinheiro realizado por uma agência de publicidade contratada pelo Ministério da Saúde e pela Caixa Econômica Federal para duas empresas de fachada ligadas ao ex-deputado André Vargas, preso nesta sexta-feira durante a 11ª fase da operação, batizada ‘A Origem’.

Roger, do Ultraje a Rigor, previu a prisão do petista, cuja liberdade era mesmo um ultraje.

Aguardo a foto do nosso profeta fazendo o mesmo sinal para João Vaccari Neto e Luiz Inácio Lula da Silva.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

Sem noção do perigo: a política do escárnio

Esta coluna tinha preparado para hoje uma história sobre empreendedorismo e sucesso, destas que inspiram a gente a acreditar no Brasil.

Mas isto vai ter que esperar porque, nas últimas 48 horas, o lado negro da força avançou. Aquele lado que toma carona no seu esforço pessoal, que mina a sua fé no País e faz um ‘gato’ pra roubar o seu futuro. 

Ontem, a Mesa Diretora do Senado arquivou o pedido de criação de uma CPI para investigar irregularidades nos fundos de pensão da Petrobrás, Correios, Banco do Brasil e Caixa. Se você é funcionário de uma destas estatais, ou se é apenas um cidadão com um bom estoque de decência, a panela está te esperando lá na cozinha.

Há muito tempo não acredito na capacidade de assepsia das CPIs, que frequentemente geram mais calor do que luz. Sou mais fã da Polícia Federal e do Ministério Público, até porque eles realmente colocam os caras culpados na cadeia, enquanto os deputados e senadores conseguem, no máximo, constrangê-los.

No dia anterior, um grupo de senadores já havia retirado suas assinaturas e enfiado numa cova a CPI do BNDES, onde, reza a lenda, o escândalo a ser descoberto seria ainda maior que o petrolão.

Para uma CPI ser instalada, são necessárias 27 assinaturas, mas, nos dias de hoje, você não encontra 27 homens livres no Senado.

É um sinal dos tempos, e o resultado concreto da entrega da articulação política para o PMDB, aquele partido que pessoas razoáveis dizem ser ‘melhor’ do que o PT, ou com quem ‘dá pra conversar’. (A intolerância a tipos de odores é um tema pessoal, então, por favor, não entremos no mérito.)

Para levar o clima de escárnio à indecentésima potência, ontem à noite o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa mudou o conteúdo de sua delação premiada: na nova versão, que coincide com a das empreiteiras, ele diz que as obras da Petrobras não eram superfaturadas, e que os valores pagos aos partidos eram “retirados da margem de lucro das empresas”. E emenda: “Não se pode dizer que houve sobrepreço.”

Respire fundo.

O PMDB brinca com fogo, e Costa, com gasolina. Esses proverbiais ‘tapas na cara da sociedade’ vão inflamar ainda mais o País, e — se as pessoas ainda lêem jornal (ou pelo menos o Facebook) — os acintes dos últimos dois dias podem levar mais gente para a rua no domingo.

Esta é uma coluna de mercados, mas a economia não existe no vácuo.

Este Brasil que está aí não é para comprar. É para vender.

Com a economia em contração e o pessimismo reinante, o que salva no Brasil de hoje são suas instituições democráticas: o trabalho da polícia, o rigor do Ministério Público, e a imprensa que insiste em ser livre, para ficar em algumas.

Pequenas ações individuais como as das últimas 48 horas zombam da população e achincalham estas instituições.

Quando milhões de brasileiros foram às ruas espontaneamente em 2013, os políticos calçaram as sandálias da humildade — por uma semana ou um mês. Disseram ter ouvido a voz das ruas e falaram em reformas. Fizeram o clássico barulho de quem mexe em folhas de papel para fingir que está trabalhando.

A única coisa que não fizeram foi mudar de atitude. Não entenderam que o País atingiu um ponto de inflexão, a partir do qual a sociedade demanda que se limpe toda a sujeira, que se investigue cada acusação e que, se necessário, se comece tudo do zero.

Quando o povo encher a rua de novo e gritar contra todos os políticos (e não só os de um partido), e quando os extremistas apoveitarem o caldo de cultura para vender o seu crack antidemocrático, aí, talvez, a ficha caia.

Por Geraldo Samor

 

Romário amarela para CPI e ajuda a salvar o PT. Deputado Aleluia: “Lula colocou quadrilha do partido nos Correios”

Romário salva “o chefe”

O Baixinho amarelou para o PT.

Romário (PSB-RJ) foi um dos sete senadores a retirarem na última hora a assinatura do pedido de Aloysio Nunes, do PSDB, para a instalação da CPI dos Fundos de Pensão, que pretendia investigar fraudes na Petros (Petrobras), no Postalis (Correios), na Previ (Banco do Brasil) e no Funcef (Caixa Ecônomica Federal), todos eles sistematicamente roubados desde que o PT assumiu o poder.

Só no Postalis, os petistas fizeram um rombo de 5,6 bilhões de reais e depois cobraram dos funcionários, claro, um quarto do salário pelos próximos 15 anos e meio para cobrir a própria roubalheira.

“Lula colocou uma quadrilha do seu partido para roubar carteiro e viúva de carteiro”, disse o deputado José Carlos Aleluia para o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, em discurso de quarta-feira na Câmara, cujos melhores momentos seguem em vídeo no fim deste post.

Com a retirada das assinaturas, a CPI ficou com 25, duas a menos do que o mínimo necessário, e acabou derrubada assim como a do BNDES. Dois arquivamentos em 24 horas, período em que o vice-presidente da República Michel Temer assumiu a articulação política junto ao Congresso para melar essas investigações.

Além de Romário, também amarelaram e traíram a classe trabalhadora:

Ivo Cassol (PP-RO);
Lídice da Mata (PSB-BA);
Roberto Rocha (PSB-MA);
João Capiberibe (PSB-AP);
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE);
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).

Isto sem falar na senadora tucana Lúcia Vânia, que não quis saber de assinar o pedido.

Aleluia neles!

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

 

Vídeo imperdível: Onyx Lorenzoni detona Vaccari e prova que tesoureiro do PT mentiu na CPI da Petrobras

Onyx Lorenzoni (DEM-RS) brilhou mais uma vez na CPI da Petrobras. O vídeo está no fim deste post.

O deputado cruzou as delações premiadas de Alberto Youssef, Pedro Barusco e Mendonça Neto, e reduziu a pó o embuste de que, como João Vaccari só virou tesoureiro do PT em 2010, ele nada teve a ver com os roubos na estatal antes daquele ano.

Teve, sim.

Vamos por partes:

1) Depois de frisar que Youssef não poderia mentir em delação, pois perderia a chance de reduzir 30 anos de cadeia para 2, Onyx leu um trecho do depoimento do doleiro, que diz:

“João Vaccari, mesmo antes de assumir como tesoureiro do PT, atuava perante a diretoria de Serviços, dando ordens a Renato Duque”.

2) Em seguida, Onyx citou o dono da Setal Engenharia:

“No depoimento 7 da delação premiada do sr. Mendonça Neto, que o senhor reconheceu que falou com o senhor na sede do PT, ele disse que ele esteve lá em 2008″, disse o deputado, mostrando a planilha com os depósitos feitos pelo executivo em 2008 e 2009.

Veio então o xeque-mate:

“O senhor estava fazendo o que na sede do PT? Orientando um empresário a botar dinheiro na conta do PT! O senhor não estava lá como tesoureiro. Estava lá porque era, por determinação de José Dirceu, o operador petista para saquear, assaltar e roubar a Petrobras.”

3) De brinde, Onyz ainda expôs como Vaccari usa a família para receber em seu lugar.

“O senhor chegou ao cúmulo, como João Paulo Cunha, de não respeitar a sua família. É uma tradição petista isso, né? O João Paulo Cunha, condenado no mensalão, mandou a mulher pegar dinheiro no Banco Rural. E o senhor mandou a sua cunhada receber 400 mil reais. Aliás, eu tinha até foto dela, é essa senhora aqui, não é?”

4) Onyx também citou o trecho de Pedro Barusco sobre “as combinações feitas com Vaccari”, mas nem precisava mais.

O caixão já estava lacrado e o deputado o fechou com chave de ouro ao dizer:

“Presidente, eu não fiz pergunta nenhuma. Eu não preciso de resposta nenhuma de quem veio aqui para mentir.”

Perfeito. Assista.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

 

Dilma, a carcereira. Ou: O PT é sócio das ditaduras latino-americanas

A imagem do atraso latino-americano

Já comentei aqui sobre a patetice de todo esse encontro no Panamá, onde Obama, o camarada de comunistas, será elogiado pelas concessões ao regime cubano ao mesmo tempo em que sofrerá um puxão de orelha por sua postura em relação à Venezuela. É o que dá ter um presidente pusilânime que quer ficar bem com todos, inclusive esquerdistas radicais: oferece a mão e logo querem o braço todo.

Mas se tem alguém que consegue ficar ainda pior do que Obama na foto é a presidente Dilma. Seu lamentável papel nessa ópera bufa é defender os interesses… do regime autoritário venezuelano, o mesmo que desrespeita todos os princípios básicos da democracia e dos direitos humanos. Foi o tema da coluna de Demétrio Magnoli no GLOBO hoje:

No Panamá, Maduro protestará contra a “ingerência imperialista”, secundado por governantes que fazem do antiamericanismo uma ferramenta para silenciar sobre a violação das liberdades públicas. O jogral “anti-imperialista” terá a participação ativa de Cuba: na ordem de prioridades de Castro, a defesa do princípio ditatorial tem precedência sobre os interesses da abertura econômica. Mas ele só se sustenta porque conta com as vozes das duas grandes democracias do Mercosul, que são o Brasil e a Argentina. A relevância de Dilma Rousseff é, obviamente, muito maior que a de Cristina Kirchner. Sem a cumplicidade brasileira, o governo venezuelano não teria meios para persistir no rumo da implantação de uma ditadura. Por uma triste ironia, a ex-presa política que ocupa a cadeira presidencial no Palácio do Planalto funciona, de fato, como carcereira dos opositores venezuelanos.

[...]

O conceito de América Latina tem uma longa história, mas sempre expressou o desejo de separar os EUA do restante do continente. No cenário geopolítico atual, a cunha não serve para acelerar a modernização econômica ou afirmar a soberania política das nações latino-americanas. Ao contrário, funciona unicamente como muralha protetora de regimes autoritários. Dilma, a carcereira, consumirá os próximos dois dias na defesa de um tirano sem futuro. Falará como representante de um partido e de uma ideologia, não como presidente de todos os brasileiros.

Tudo isso é muito tosco, ultrapassado, mas a cara do PT. Ninguém pode alegar surpresa quando lembra que o PT ajudou a fundar o Foro de São Paulo justamente ao lado do ditador Fidel Castro. O PT, ao contrário da retórica, sempre flertou com tiranias comunistas, e sempre desprezou a democracia representativa, vista como “burguesa”, uma “farsa” das elites.

A fala da presidente Dilma, portanto, está de acordo com seu histórico e o de seu partido. Só não combina nada com o discurso de defesa da democracia, que a presidente usa sempre que acuada, para se pintar como uma heroína perseguida no passado por lutar contra os militares em prol da liberdade. Que liberdade? Aquela existente em Cuba ou na Venezuela hoje?

Se os Estados Unidos tivessem um presidente mais firme, como algum Republicano, esse circo não teria vez. Mas Obama preparou todos os comes e bebes e ainda estendeu o tapete vermelho para que os tiranos e seus defensores pudessem atuar para ampla plateia de inocentes úteis. O presidente americano que aliviou a barra da ditadura cubana ainda terá que ouvir sermão sobre sua “intransigência” para com Maduro, um incrível democrata.

E essa palhaçada parece nunca acabar. Latino-americanos com claro viés autoritário e incapazes de superar o complexo de inferioridade em relação aos vizinhos do norte terão uma vez mais a oportunidade de defender o indefensável – tiranias socialistas – e ainda cuspir um pouco mais nos Estados Unidos, a democracia liberal mais sólida do continente, que resiste até mesmo ao populismo de Obama.

Rodrigo Constantino

 

O furo de Narloch: estatística de homicídios por menores de idade é fantasma. Ou: O mito do 1%

Os adolescentes cometem menos de 1% dos homicídios no país. Essa é a grande bandeira dos que são contra a redução da maioridade penal. Ora, mesmo que fosse isso mesmo, e daí? Ninguém defende a redução porque acha que a grande parte dos assassinatos é cometida por menores, e sim porque aqueles que cometem tais crimes devem pagar por isso como adultos, já que são cientes de seus atos.

Mas mesmo assim esse dado é incorreto, ou ao menos impreciso. Foi o que descobriu meu colega de Veja, o jornalista Leandro Narloch. Seu furo mostra como a tal estatística, tão citada, não existe, é fantasma, é o repetido porque alguém disse, mas ninguém sabe quem. Diz o jornalista:

O Congresso em Foco, hospedado pelo UOL, afirma que “segundo o Ministério da Justiça, menores cometem menos de 1% dos crimes no país”. Um punhado de deputados e sites do PT dizem a mesma coisa. Mas basta um telefonema para descobrir que o Ministério da Justiça tampouco registra dados de faixa etária de assassinos. “Devem ter se baseado na pesquisa do Unicef”, me disse um assessor de imprensa do ministério.

Seria então o Unicef a fonte da estimativa? Uma reportagem do Globo de semana passada parece resolver o mistério: “Unicef estima em 1% os homicídios cometidos por menores no Brasil”. Mas o Unicef também nega a autoria dos dados. Fiquei dois dias insistindo com o órgão para saber como chegaram ao valor, até a assessora de imprensa admitir que “esse número de 1% não é nosso, é do Globo”. Na reportagem, o próprio técnico do Unicef, Mário Volpi, admite que a informação não existe. “Hoje ninguém sabe quantos homicídios são praticados por esse jovem de 16 ou 17 anos que é alvo da PEC.” Sabe-se lá o motivo, o Globo preferiu ignorar a falta de dados e repetir a ladainha do 1%. O estranho é que o Unicef não emitiu notas à imprensa desmentido a informação.

Também fui atrás da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, mas nada: o governo paulista não produz estimativas de faixa etária de assassinos, somente de vítimas. Governos estaduais são geralmente a fonte primária de relatórios sobre violência publicados por ONGs e instituições federais. Se o estado com maior número absoluto de assassinatos no Brasil não tem o número, é difícil acreditar que ele exista. Resumindo: está todo mundo citando uma pesquisa fantasma.

Na verdade, uma estatística parecida até existiu há mais de uma década. Em 2004, um pesquisador da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo lançou um estudo afirmando que menores de idade eram responsáveis por 0,97% dos homicídios e 1,5% dos roubos. Foi assim que nasceu a lenda do 1% de crimes cometidos por adolescentes.

Mas a pesquisa de 2004 tropeçou num erro graúdo. Ao calcular a porcentagem, os técnicos dividiram o número de menores presos por homicídio pelo total de homicídios no estado. Sem ligar para o fato de que em 90% dos assassinatos a identidade dos agressores não é revelada, pois a polícia não consegue esclarecer os crimes.

Imagine que, de cada 100 homicídios no Brasil, apenas oito são esclarecidos, e que desses oito um foi cometido por adolescentes. Seria um absurdo concluir que apenas um em cada cem homicídios foi praticado por adolescentes. Um estatístico honesto diria que um em cada oito crimes esclarecidos (ou 12,5%) foi cometido menores de idade.

Adotando esse método, os números brasileiros se aproximariam dos de outros países. NosEstados Unidos, menores praticaram 7% dos homicídios de 2012. No Canadá, 11%. Na Inglaterra, 18% dos crimes violentos (homicídio, tentativa de homicídio, assalto e estupro) vieram de pessoas entre 10 e 17 anos. Tem algo errado ou os adolescentes brasileiros são os mais pacatos do mundo?

Sim, tem algo errado: a estatística.

Sim, as estatísticas podem ser a arte de torturar números até que confessem qualquer coisa. Podem mostrar muita coisa, como sabia Roberto Campos, mas esconder o essencial, tal como os biquinis. Manipuladas por gente “esperta”, as estatísticas produzem uma base empírica para a narrativa ideológica, dando ares de ciência àquilo que é puro desejo e crença.

A lógica já mostra o óbvio: a inimputabilidade dos menores gera um clima de impunidade, o que certamente representa um convite ao crime. Eles são aliciados pelos bandidos, ou então resolvem por conta própria entrar no mundo do crime, pois sabem que a punição, caso pegos, será suave. Negar que isso seja um estímulo ao crime é ignorar a natureza humana em troca de uma visão romântica do homem. Valeu, Rousseau!

O leitor tem o direito de ser contra a redução da maioridade penal, claro. Precisa, porém, apresentar bons argumentos para isso. Apelar ao sensacionalismo não vale. Tentar monopolizar as boas intenções para com nossos jovens pobres não vale. E usar falsas estatísticas vale menos ainda.

Rodrigo Constantino

 

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Fonte: Blogs de veja.com

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