Fim da política de represar preços coloca inflação acima de 8%
Fim da política de represar preços coloca inflação acima de 8%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,32% em março, atingindo o maior nível desde fevereiro de 2003, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Esta é também a maior variação para meses de março em vinte anos – mais elevada foi 1,55% em 1995. Com isso, no acumulado de doze meses, a inflação está em 8,13%, maior patamar desde dezembro de 2003, e bem distante do teto da meta do Banco Central, de 6,5%. Vale lembrar que o centro da meta, número que deve ser perseguido, é de 4,5%.
O grande vilão tem sido a parte de preços que o governo administra. A política de represar tais preços, adotada no primeiro mandato de Dilma, mostrou-se insustentável, como alertaram os economistas liberais. Você pode congelar os preços por algum tempo, mas não pode mantê-los artificialmente baixos por muito tempo. O custo começa a ficar insuportável, desorganizando toda a economia, produzindo escassez, racionamento, etc.
A presidente Dilma foi com muito alarde à TV divulgar a marretada na tarifa de eletricidade, por exemplo. Deu no que deu: tarifaço que assusta todos os brasileiros e machuca no bolso. É o efeito bumerangue do populismo tarifário de Dilma. E nada melhor do que separar a inflação desses preços administrados para retratar bem o fracasso desta política demagógica:
Aquilo que era mantido artificialmente baixo estourou o teto como uma panela de pressão. A “felicidade” durou pouco, pois a força da realidade acaba se impondo. É o que os liberais chamam de “mercado”, e que a esquerda pensa poder ignorar. Não pode. E fica registrado o sugestivo número: 13%! O número do PT. O número que os cúmplices digitaram na urna em outubro. Um número maldito…
Rodrigo Constantino
Mais uma realização do governo da “gerentona”: segundo o IBGE, a inflação em 12 meses é de 8,13% — a maior em 11 anos
A variação mensal do IPCA foi a maior para meses de março há 20 anos, de acordo com o IBGE. Conta de luz foi o que mais pesou no índice
De VEJA.com
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,32% em março, atingindo o maior nível desde fevereiro de 2003, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Esta é também a maior variação para meses de março em vinte anos – mais elevada foi 1,55% em 1995.
Com isso, no acumulado de doze meses, a inflação está em 8,13%, maior patamar desde dezembro de 2003, e bem distante do teto da meta do Banco Central, de 6,5%. Vale lembrar que o centro da meta, número que deve ser perseguido, é de 4,5%.
Mesmo assim, o resultado de março veio um pouco abaixo da mediana de estimativas de analistas ouvidos pela agência Reuters, de alta de 1,39%. Para os doze meses até março, a expectativa era de avanço de 8,20% na mediana de trinta projeções.
Em fevereiro, o índice havia avançado 1,22%. No primeiro trimestre de 2015, os preços já subiram 3,83%, de acordo com o IBGE, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em março, o grupo Habitação respondeu, sozinho, por 0,79 ponto porcentual de 1,32% de alta do IPCA ante fevereiro. A conta de luz foi o grande vilão: aumento médio foi de 22,08% no mês. Sem a conta de luz, o IPCA geral aumentaria apenas 0,61%.
Com a entrada em vigor, a partir de 2 de março, da revisão das tarifas aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) ocorreram aumentos extras, fora do reajuste anual, para cobrir custos das concessionárias com a compra de energia. Na mesma data, houve reajuste de 83,33% sobre o valor da bandeira tarifária vigente, a vermelha, passando de 3,00 reais para 5,50 reais.
No Rio de Janeiro, a variação da energia refletiu, também, o reajuste anual de 34,91% em uma das concessionárias, que entrou em vigor em 15 de março. À exceção de Recife, que apresentou variação de 0,65% em razão de redução de impostos, as demais regiões pesquisadas tiveram aumentos significativos na energia.
(por Ricardo Setti)
Começo do ajuste livra o país de um vexame internacional — e de uma conta de juros ainda mais salgada. Mas é preciso haver reformas
UM PRÊMIO AO AJUSTE
Graças às correções feitas pela nova equipe econômica, o governo escapou de um vexatório rebaixamento na sua avaliação de crédito. Mas as reformas não podem parar. Vejam neste texto a importância do “grau de investimento”
Reportagem de Giuliano Guandalini publicada em edição impressa de VEJA
Se Dilma Rousseff não fizesse uma correção de rota e insistisse na política econômica de seu primeiro mandato, o Brasil teria caído no precipício. Consultorias nacionais e estrangeiras passaram a incluir em suas análises conjunturais cenários de dificuldades para o país. Havia um risco elevado de o Brasil sofrer uma crise financeira, diziam esses relatórios, que nos comparavam com a falida Grécia.
A queda de confiança foi estancada provisoriamente com a indicação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. Dar o cargo a um economista francamente opositor ao receituário do PT foi o primeiro sinal de que Dilma estava disposta a desembarcar do populismo e do descontrole fiscal, mesmo traindo suas promessas de campanha.
Levy tem executado a inglória missão de diminuir gastos, segurar verbas, rever projetos e, acima de tudo, contrariar interesses. A chiadeira foi geral. O programa de ajustes, entretanto, obteve dias atrás o esperado aval externo. A agência de classificação de crédito americana Standard & Poor’s decidiu manter a atual nota brasileira, e não rebaixá-la, como se temia.
Foi uma vitória para Levy – e uma grande notícia para o Brasil, que, pelo menos por enquanto, continuará a fazer parte do clube das economias confiáveis, donas do chamado “grau de investimento”, um indicador de baixa probabilidade de calote da dívida pública. Quanto menor o risco, menor o custo do dinheiro. O país consegue obter empréstimos externos pagando juros menores.
As taxas pagas pelo governo brasileiro servem também de referência para as operações de obtenção de crédito pelas empresas brasileiras no exterior. Então, se o governo é confiável, o setor privado também se beneficia com acesso a financiamento mais abundante e a um custo mais baixo.
Países e empresas detentores da nota máxima, AAA, podem tomar dinheiro pagando juros baixíssimos, ao redor de 2% ao ano para uma operação com vencimento em dez anos. Para o Brasil, cuja nota na escala de classificação é BBB-, o degrau mais baixo entre os países tidos como seguros, a taxa para uma operação semelhante, feita em dólares, está próxima de 5%. Em um passado não muito remoto, antes de o país ser promovido a grau de investimento, o que ocorreu em 2008, o governo só conseguia captar recursos estrangeiros se pagasse juros superiores a 10%. É um valor semelhante ao da Grécia atualmente.
A diferença não é apenas de custo. Perder o grau de investimento significa ser proscrito do portfólio de investimentos dos ricos fundos de pensão dos países ricos. Representa a diferença entre contar com um fluxo estável de recursos de longo prazo para os investimentos produtivos ou ficar à mercê do capital especulativo e volátil de curtíssimo prazo.
Para chegarem à nota, revisada anualmente, as agências levam em conta o histórico financeiro do país e a estabilidade de suas instituições, além de uma série de indicadores econômicos. O método busca avaliar a capacidade de um país (ou de uma empresa) de pagar em dia a sua dívida. Mesmo com a credibilidade abalada, depois de quatro anos de uma política econômica que embotou o ânimo dos investidores, o Brasil ganha uma nova chance.
Parar de fazer besteiras foi o primeiro passo. Como afirmou a analista Lisa Schineller, diretora de avaliação da Standard & Poor’s, a decisão de manter a nota brasileira foi motivada pela surpresa positiva representada pelo plano de ajustes apresentado por Levy. A agência deixou claro, entretanto, que acompanhará atentamente a execução das medidas.
“A presidente Dilma Rousseff enfrenta um cenário político e econômico extremamente desafiador, em meio à forte queda nos índices de aprovação de seu governo, à contração econômica e às investigações de corrupção na Petrobras”, disse Schineller, em um comunicado. “Ao mesmo tempo, a sinalização oferecida pela política econômica mudou de maneira expressiva, algo que não fazia parte de nosso cenário-base. Uma ampla correção vem ocorrendo para fortalecer o compromisso fiscal e eliminar várias distorções, entre elas os preços administrados artificialmente.”
O inevitável arrocho nas contas públicas e a alta nos juros colocarão a economia brasileira em uma fase de retração. É o preço do ajuste. Se a correção de rumo progredir, abre-se a perspectiva de uma retomada da confiança empresarial e de aumento na atividade na segunda metade do ano. Elevar o potencial de crescimento e retomar a média de 4% ao ano, entretanto, exigirá uma nova rodada de reformas.
É o que se espera do governo, tão logo seja quitada a conta dos anos de irresponsabilidade.
(por Ricardo Setti)
Nunca antes na história do cinismo!
Você achou um cinismo descarado o PT protestar “contra a corrupção” e “em defesa da Petrobras”, mesmo tendo roubado 300 milhões de dólares da estatal, segundo a Operação Lava Jato?
Você achou um cinismo descarado o PT veicular duas propagandas no rádio e na TV, alegando que o ódio contra o partido se deve ao suposto fato de o governo petista ter colocado “mais gente importante na cadeia por corrupção do que nos outros governos”, mesmo tendo sido a corrupção institucionalizada pelo próprio governo petista na gestão Lula e o mérito das prisões inteiramente da PF e do MP, cujas autonomias são garantidas pela Constituição, não pelo PT?
Você achou um cinismo descarado essas mesmas propagandas alegarem que o ódio ao PT também se deve ao suposto fato de que o partido governa “para todos”, e “não apenas para uns poucos”, mesmo tendo a aprovação de Dilma Rousseff despencado para 12%, número que representa não todos, mas uns poucos?
Você achou um cinismo descarado Dilma Rousseff lançar um programa federal de combate a crimes na internet, alegando que anônimos “se sentem à vontade para expressar todo tipo de agressão e difusão de mentiras, ferindo honra e dignidade das pessoas”, mesmo sendo de um governo petista que paga com dinheiro público anônimos para expressar todo tipo de agressão e difusão de mentiras, ferindo honra e dignidade das pessoas (diariamente aqui no blog, inclusive), conforme indicava o próprio relatório interno do então ministro Thomas Traumann?
Você achou todo esse cinismo tão descarado que até o capeta se sente humilhado diante dele?
Pois então espere só até quinta-feira, quando o arrecadador e tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, irá depor na CPI da Petrobras. Nunca antes na história do cinismo!…
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
Fusão “DEM-PTB” é quimera surda
Por Lucas Berlanza, para o Instituto Liberal
No fim da tarde de terça-feira (07/04), o senador Ronaldo Caiado, do Partido Democratas (DEM), fez um desabafo em seu perfil na rede social Facebook. Estava encerrada uma reunião que discutia a possibilidade de fusão da sua legenda com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), onde atualmente está “hospedado” ninguém menos que Fernando Collor, e que faz parte da base aliada do governo. Notícias repercutindo bastidores dão conta de que ACM Neto, da Bahia, seria um dos principais articuladores da fusão. O próprio Caiado, ao lado, por exemplo, de Onyx Lorenzoni, do Rio Grande do Sul, tem se destacado no enfrentamento da medida. Não por acaso, são justamente os que despontam com o discurso mais virulento de oposição ao governo federal do PT e de Dilma Rousseff. Por um placar, diz Caiado, de 21 x 4, a fusão venceu, decidindo-se “continuar as negociações com o partido trabalhista”. Caiado diz que continuará se mobilizando para enfrentar esse prognóstico, que não terá “como conviver com uma estrutura sem identidade doutrinária”, e, referindo-se a seu partido e seus companheiros, que “a população não aceitará a perda de nossa coerência”. O senador, cremos, tem razão.
Sabemos que na realidade – lamentável realidade – o DEM não representa, ou não representou tão bem o pensamento liberal clássico ou o pensamento conservador durante sua trajetória quanto poderia. Agora mesmo nos ocorre a lembrança, por exemplo, de um candidato da legenda defendendo um “governo 100 % público” em pleito no Rio de Janeiro, em tom de desdém com relação à ideia das privatizações. O DEM não supriu e não supre, como um todo, as carências de um eleitorado mais à direita por uma legítima e consolidada representação. A simples ideia de promover essa fusão é prova disso. No entanto, ideias são inspiradoras e narrativas se constroem. O DEM é herdeiro do PFL, que por sua vez veio do PDS, que sucedeu a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), o partido do regime militar. ARENA essa que é tida como sucessora predominantemente das ideias udenistas; isso não é exatamente verdade.
A União Democrática Nacional (UDN) era o partido que congregava majoritariamente as ideias economicamente mais liberais e que tinha uma posição mais à direita no espectro político, como convencionalmente isso é entendido – exceto em seu início, quando abrigava até socialistas, por ter nascido como uma frente ampla de oposição contra os herdeiros do regime ditatorial getulista recém-extinto. A própria UDN, porém, não era um bloco homogêneo, com sólidos princípios amplamente assumidos; houve no partido desde um José Sarney até um Afonso Arinos. Seu maior nome, sem dúvida, foi Carlos Lacerda, em quem o senador Caiado reconhece um modelo de oposicionista. O mesmo Carlos Lacerda que se opôs ao regime militar pouco depois de seu início, e foi cassado no AI-5, diante de um sistema que alijou a política de convicções do protagonismo em prol da fria tecnocracia; por aí se vê que a faceta mais ardorosa e “doutrinária” da UDN não sobreviveu na ARENA e não foi, portanto, sustentada pelos seus herdeiros. O DEM não se comporta como um herdeiro do udenismo lacerdista, que é o mais expressivo viés do antigo partido, com o qual ele permaneceu na memória histórica e popular.
Nem sequer o PTB atual é o mesmo do passado. Nasceu depois da disputa entre Leonel Brizola e Ivete Vargas pela herança da antiga sigla dos tempos de getulismo, com ganho de causa para a segunda (Brizola criou então o PDT). Mas o fato de a história dos dois partidos estar de alguma forma ligada aos antigos UDN e PTB, adversários extremados no interregno democrático entre o Estado Novo e o período militar e que, entremeados pelo PSD, eram os atores opostos mais importantes da cena política de então, não nos permite deixar de pensar na ironia dessa proposta de fusão. Aceitando essa quimera, o DEM se mostra surdo a qualquer possibilidade de criação de uma narrativa sobre si mesmo, de ancoragem num passado histórico, de estabelecimento de raízes, de identificação como uma marca consistente; prefere prostituir-se como qualquer partido sem valores próprios. Mais que isso, mostra-se surdo às ruas.
Em um momento em que o Brasil se deteriora, em que uma forte polarização durante o período eleitoral se converte em ampla reprovação à presidente nos meses que se seguem; diante da revelação inequívoca das grosseiras mentiras da campanha – e em que movimentos de teor liberal (como o Movimento Brasil Livre) cativam e insuflam camadas da população no sentido do questionamento ao modelo que está implantado, sobretudo há doze anos – e se abrem as portas para uma oposição de fato estridente se agigantar e se fazer ouvir, alguns têm parecido entender o recado das ruas. É o caso do senador Caiado, é o caso do deputado Onyx. Sua postura como oposicionistas tem sido implacável, e só podemos aplaudir isso, porque é o que se espera de um representante político nessa categoria. Entenderam o que significa ser “oposição”, rótulo que o DEM julgou merecer por muito tempo. Mas seus companheiros de partido parecem querer ir na contramão da história e ignorar a nova onda, imbricando-se artificialmente a um outro partido que é da base aliada do governo petista desde a era Lula.
A verdade que transparece cristalina é a de que a insatisfação do povo e dos movimentos que articularam as amplas manifestações do dia 15 de março e do próximo dia 12 não está sendo interpretada corretamente por muitos “pseudo-entendedores” dos partidos políticos que, por interesses imediatistas, se envolvem em negociatas efêmeras e se permitem cair na lata de lixo da política. Permitindo que essa fusão seja levada a cabo, o DEM abdica de ocupar um lugar que poderia preencher bem, se lesse com mais inteligência as linhas da atmosfera brasileira. Tamanha incoerência não será ignorada por quem espera realmente por algo novo que faça frente ao socialismo rasteiro “do século XXI” e o populismo torpe do status quo; esse espaço não será devidamente preenchido por desertores que se acumpliciam com o governo que deveriam combater, nem tampouco por aqueles que se dizem “oposição”, mas covardemente receiam assumir o seu lugar na História.
PS: No momento em que publico este artigo, já foi liberada a informação de que o próprio PTB rejeitou temporariamente a fusão, preferindo consultar melhor seus quadros até setembro. Não deixa de ser constrangedor que um partido da “situação” esteja dando demonstrações de maior preocupação com coerência do que um de “oposição”.
(Rodrigo Constantino)
Obama alivia Cuba e ainda é criticado por Dilma por Venezuela
O presidente Obama quer deixar sua marca, e pretende fazê-lo demonstrando ser cada vez mais camarada dos comunistas. Será lembrado como o presidente que aproximou os Estados Unidos de Cuba, a ditadura mais longeva do continente, e também a mais assassina e opressora.
Ele prometeu nesta terça-feira agir rapidamente assim que receber uma recomendação do Departamento de Estado sobre a remoção de Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo, um obstáculo que ainda resta para o restabelecimento das relações diplomáticas entre Washington e Havana. Faltando poucos dias para uma Cúpula das Américas no Panamá, onde Obama vai ficar frente a frente com o “presidente” de Cuba, Raúl Castro, a Casa Branca disse não esperar que um anúncio formal sobre a reabertura das embaixadas saia antes do encontro.
Ou seja, o regime que abrigou e treinou terroristas como o conhecido Chacal será absolvido pelo presidente americano, que também tem se aproximado do regime iraniano. O rei da retórica acredita que basta “conversar” com ditadores que tudo ficará bem. Não vamos esquecer que ele ganhou um Nobel da Paz do nada, antes mesmo de ter tempo de esquentar a cadeira no salão oval da Casa Branca.
Não obstante todo o esforço de ficar bem com os radicais de esquerda, Obama não irá se livrar de um puxão de orelha dessa mesma esquerda. É que quando se dá a mão, logo se quer o braço. E Obama tem sido muito camarada, muito compreensivo com os velhos marxistas. Claro que eles ficam ousados.
A presidente Dilma, por exemplo, deve criticar o presidente americano em seu discurso. Seu ato em relação ao regime cubano será elogiado, mas sua postura em relação à Venezuela será alvo de críticas. Dilma expressará a opinião do governo brasileiro de que é um contrassenso o fato de os Estados Unidos encerrarem um embargo de meio século a Cuba e, simultaneamente, congelarem contas de autoridades venezuelanas nos Estados Unidos, acusadas de violação de direitos humanos. A posição brasileira é partilhada pelos demais países da Unasul.
É nisso que dá fazer pacto com o Diabo. Para sorte dos americanos – e também de todos que defendem a liberdade no mundo – o mandato de Obama acabará e seu poder de estrago será limitado. Em seu lugar, pode vir uma Hilary Clinton da vida, ou qualquer outro Democrata, o que será a alegria da esquerda latino-americana. Mas pode ser que venha um conservador firme como Rand Paul, que já anunciou que disputará as prévias pelo partido Republicano.
“Sou candidato à presidência para que nosso país retorne aos princípios da liberdade e de um governo limitado”, disse. Filho do libertário Ron Paul, o senador Rand é menos utópico quando se trata de relações internacionais, e dificilmente adotaria uma postura tão negligente com inimigos da liberdade como Irã e Cuba. Os tempos de camaradagem com extremistas de esquerda podem estar chegando ao fim. Assim se espera…
Rodrigo Constantino