REINALDO AZEVEDO: "Dilma no Ibope, e a fúria de Lula: acha que Dilma vai inviabilizar a sua candidatura em 2018.

Publicado em 02/04/2015 07:53
no blog Reinaldo Azevedo, de veja.com

Dilma no Ibope: nem pneumotórax nem tango argentino são alternativas. Ela pode tentar sair do PT. Quem sabe…

Pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta indica que apenas 12% dos brasileiros consideram o governo ótimo ou bom, contra 64% que o veem como ruim/péssimo. Para 23%, ele é regular. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. O instituto ouviu 2.002 pessoas em 142 cidades, entre 21 e 25 de março. Os números são compatíveis com a pesquisa Datafolha divulgada no dia 18: 13% de ótimo ou bom e 62% de ruim ou péssimo. Ainda segundo o Ibope, apenas 24% dizem confiar na presidente, contra 74% que não confiam. Apenas 19% aprovam o governo, contra 78% que o desaprovam. Resultado assim só nos piores momentos dos governos Sarney e Collor.

O que significam esses números e o que eles implicam? Vamos lá. Comecemos pelo significado: a inflação está acima de 8%; os juros, em 12,75%; e a economia, em recessão. Dilma foi obrigada a cortar gastos e a dar choque de tarifa na energia elétrica em razão da herança maldita que recebeu. Ocorre que essa herança vem do… primeiro governo Dilma. É crescente a sensação — endossada pelos fatos — de que a Petrobras era um covil. E é evidente que isso contamina o governo.

O que esses números implicam? Que os protestos de rua vão continuar porque a insatisfação é grande, vai se generalizando, e as respostas do governo e do partido oficial, o PT, até aqui são pífias — quando não atentam contra o prestígio da própria Dilma. Desde o início, o partido cometeu o erro estúpido de achar que se tratava de um descontentamento restrito ao que o partido tachava de “elite”. Nem Lula, na sua megalomania falastrona, diria que 78% dos brasileiros agora pertencem à… elite.

Enquanto os petistas continuarem a protagonizar os espetáculos de cinismo como o visto nesta terça, no Sindicato dos Bancários, pior será a reação dos brasileiros. Num suposto ato em defesa da Petrobras, Lula e Rui Falcão praticamente cobraram que José Sérgio Gabrielli, que presidiu a estatal durante o período da sem-vergonhice explícita, fosse ovacionado como herói. Embora reconhecendo o direito que têm as pessoas de protestar (só faltava fazer o contrário), o chefão petista insistiu na tese de que a ladroagem era obra de alguns indivíduos que buscavam enriquecer e negou que a dinheirama tenha sido desviada para partidos políticos.

Nas redes sociais e nos blogs sujos — financiados com dinheiro oficial —, a palavra de ordem é demonizar ainda mais os adversários, os críticos e os descontentes, o que, obviamente, só extrema o… descontentamento. Desde o começo dessa crise, tenho insistido na tese de que o PT e Lula ainda não entenderam que houve uma mudança de qualidade na sociedade brasileira. O velho discurso não cola mais.

Num texto nesta manhã, afirmei que tanto o PT como Lula morreram. Alguns tontos insistem em não entender. O PT morreu como partido com tentações hegemônicas, e Lula morreu como demiurgo, capaz de reduzir todas as divergências a suas antevisões fantasiosas.

Não sei, a esta altura, se Dilma tem saída. Mas estou convicto que de que ela pode tentar aquela que seria a sua única possibilidade: deixar o PT, despetizar o governo e o Estado e tentar um governo dos virtuosos, nos estritos limites das instituições, sem discurso salvacionista.

À diferença daquele poema de Manuel Bandeira, nem o pneumotórax nem o tango argentino são alternativas para a presidente.

Por Reinaldo Azevedo

 

A fúria de Lula tem um motivo: acha que Dilma vai inviabilizar a sua candidatura em 2018. Ele não aceita a evidência: seu tempo acabou!

Folha informa na edição desta quinta que o ex-presidente voltou a reclamar de Dilma Rousseff em conversa com sindicalistas no encontro de terça-feira. Já havia feito o mesmo com dirigentes petistas na segunda. Ele estrila para que ela saiba, não para que não saiba.

O chefão decadente criticou a coordenação política do governo, a cargo de Aloizio Mercadante, no que está certo (é ruim de doer mesmo), mas o fez, não duvidem nunca, por motivos errados. Os sindicalistas, por sua vez, se queixaram da falta de diálogo com o governo, e o Babalorixá de Banânia não se fez de rogado: tornou-se o porta-voz da chiadeira no discurso que fez:
“Dilma, se estiver ouvindo, gostaria de dizer o seguinte. Você precisa lembrar sempre que quem está aqui é o seu parceiro, nos bons e nos maus momentos. A gente não quer ser convidado só para festa, não. A gente quer ser convidado para discutir coisas sérias, para fazer boas lutas e boas brigas.”

As palavras fazem sentido. Prestem atenção ao “se estiver ouvindo”. Poderia ser substituído por sua “teimosa”, “cabeça dura”, “desobediente”. Lula tem dito por aí que Dilma está isolada no Palácio, que tem de andar mais e se aproximar dos movimentos sociais. Ou por outra: ele quer que ela cole justamente nos setores que pretendem mandar às favas o ajuste fiscal.

Isso é o que Lula diz. E o que ele não diz? O homem quer voltar, sim, e acha que a ainda aliada está obstruindo o seu caminho. Não é só ele. Boa parte da máquina petista e da máquina sindical pensa a mesma coisa. Ou, na expressão de um petista graúdo, conversando com um de seus pares: “Ela [muitos “companheiros” só se referem a Dilma por “ela”] vai conseguir o que a direita não conseguiu; vai quebrar as pernas do PT”.

Lula diz por aí que, no primeiro ano de seu primeiro mandato, viveu circunstâncias até piores do que as de Dilma, mas as venceu “conversando com a sociedade”. É claro que se trata de uma mentira. Entre outras delicadezas, o chefão se esquece de que ele e o PT não tinham a memória de 12 anos de poder, com todos os seus descalabros.

Um dos luminares petistas lembra que o partido não dispõe hoje, e não disporá nos próximos três anos e pouco,  de uma alternativa a Lula para disputar a sucessão de Dilma e que ouvi-lo antes de tomar decisões seria uma espécie de obrigação da presidente. Com ironia, comentou com um interlocutor: “Só faltava agora ela estar preocupada com a própria biografia. Há outras prioridades”.

Dilma tem, sim, de se preocupar com as ruas. Mas quem mais a ameaça hoje é Lula, que não aceita o óbvio: seu tempo acabou!

Por Reinaldo Azevedo

 

O NOVO BRASIL NOVO QUE AS ESQUERDAS GOSTARIAM DE SUFOCAR. OU: KIM, 19, ESMAGA JEAN WYLLYS, 41

Kim Kataguiri é jovem, sim. Tem 19 anos. É um dos integrantes do “Movimento Brasil Livre”, que, junto com outros grupos, têm convocado as manifestações de protesto contra a presidente Dilma e cobrado o impeachment nas ruas.

Seus vídeos e textos estão na Internet. É inteligente, culto e articulado — e me dispenso de dizer “para a idade”. Há pessoas, como diria Antero de Quental, que, se tivessem 50 anos a menos, justificariam, com a juventude, a sua estupidez. Com o que já sabe, Kim estaria bem na fita ainda que tivesse 50 a mais. Esse moço é uma das evidências de que o país tem futuro.

No vídeo abaixo, ele passa uma descompostura vexaminosa no deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). Tanto mais vergonhosa porque o parlamentar resolveu usar a juventude de Kim para desqualificá-lo.

Bem, o rapaz o chamou para o debate e para um cotejo de bibliografias.

Jean Wyllys vai sair correndo, é claro!

Por Reinaldo Azevedo

 

Balança comercial registra o primeiro superávit do ano em março

Na VEJA.com:
As exportações brasileiras superaram as importações em 458 milhões de dólares em março, segundo dados divulgdos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nesta quarta-feira. Foi o primeiro mês do ano que as transações comerciais tiveram superávit, ou seja, houve mais vendas do que compras do exterior. Em janeiro, a balança comercial registrou déficit de 3,17 bilhões de dólares e, em fevereiro, o resultado ficou negativo em 2,84 bilhões de dólares. Em março do ano passado, a balança teve um superávit de 118 milhões de dólares.

O saldo positivo superou o teto das expectativas de mercado, que apontavam para um déficit comercial de 450 milhões de dólares a um superávit de 100 milhões de dólares, de acordo com levantamento feito pela Agência Estado, com 21 instituições. A mediana das estimativas apontava para um déficit de 400 milhões de dólares. Segundo o governo, as exportações recuaram 16,8% em março, na comparação com o mesmo período do ano passado, por conta da retração das vendas de básicos (-29,7%) e manufaturados (-6,1%). Já os produtos semimanufaturados registraram avanço de 8,8% no mês passado.

Do lado das importações, houve queda de 18,5% na comparação com março do ano passado. Os combustíveis e lubrificantes registraram queda de 28% nas importações, as matérias-primas e intermediários de 18,8%, os bens de capital de 16,3% e os bens de consumo de 13,7%.

Trimestre
No acumulado do primeiro trimestre, a balança continua no vermelho, com déficit de 5,55 bilhões de dólares. As exportações somaram 42,77 bilhões de dólares no primeiro trimestre deste ano e as importações totalizaram 48,33 bilhões de dólares. No ano passado, o déficit no primeiro trimestre do ano foi maior, de 6,07 bilhões de dólares.

Por Reinaldo Azevedo

 

Retração industrial acumula perdas de 7,1% no primeiro bimestre

Na VEJA.com:

A indústria já começou o ano com perdas significativas em sua produção. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira, a produção industrial recuou 7,1% no primeiro bimestre na comparação com o mesmo período de 2014. Na comparação de fevereiro com janeiro, a queda foi de 0,9% – no primeiro mês do ano a atividade havia avançado 0,3%, na série já com ajustes sazonais.

Ainda de acordo com o IBGE, a produção do setor recuou 9,1% em fevereiro ante o mesmo mês do ano passado. Esta é a 12ª taxa negativa consecutiva e a mais intensa nessa comparação desde julho de 2009.

A expectativa de analistas ouvidos pela agência Reuters era de que a produção tivesse recuo de 1,6% em fevereiro sobre o mês anterior e 10,25% na base anual.

No primeiro bimestre do ano, quatro grandes categorias econômicas, 24 dos 26 ramos, 63 dos 79 grupos e 69,2% dos 805 produtos pesquisados apontaram recuo na produção. De acordo com o instituto, o principal impacto negativo entre os setores foi o de veículos automotores, reboques e carrocerias, cujo recuo foi de 24,7%. Cerca de 90% dos produtos que compõem a atividade tiveram redução de produção no período.

Também tiveram um peso negativo significativo os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (queda de 29,4%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,5%), de máquinas e equipamentos (10%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (19,2%), de produtos de metal (11,5%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (17,1%), de produtos alimentícios (2,9%), de produtos de minerais não-metálicos (7,2%) e de metalurgia (4,7%).

“Por outro lado, entre as duas atividades que ampliaram a produção, a principal influência foi observada em indústrias extrativas (10,9%), impulsionada, em grande parte, pelo crescimento na extração de minérios de ferro pelotizados e de óleos brutos de petróleo”, comenta o IBGE.

Por Reinaldo Azevedo

A rua acordou. E os petistas, com a sua arrogância de supostos monopolistas do povo, não perceberam. Melhor para o futuro do Brasil!

Já escrevi um post nesta quarta sobre a pesquisa CNI/Ibope, indicando que apenas 12% acham que o governo é ótimo ou bom, contra 64% que o consideram ruim e péssimo. São apenas dois de uma safra de números devastadores para a presidente. As causas se mostram claras: economia em declínio casada com corrupção desabrida. As implicações parecem certas: os protestos continuarão. Quando se analisam as informações no detalhe, a gente se dá conta do quão desastrosas elas são para a presidente Dilma Rousseff.

No que respeita à avaliação do governo, a petista vive uma situação praticamente inversa àquela experimentada em março de 2013, quando atingiu seu auge: naquele mês, 63% diziam que o governo era ótimo ou bom; hoje, só 12%; apenas 7% acusavam a gestão de ser ruim ou péssima; dois anos depois, são 64%. Até então, o pior momento da petista havia sido junho de 2013, com 31% de ótimo e bom e 33% de ruim e péssimo.

A mesma drástica inversão na comparação com dois anos atrás se dá na aprovação do governo. Em março de 2013, espantosos 79% o aprovavam; agora, igualmente espantosos 78% o reprovam; minguados 17% o reprovavam; agora, também minguados 19% o aprovam. Nas pesquisas Ibope, em apenas dois momentos os que desaprovam Dilma haviam superado os que aprovam — e, ainda assim, por pequena margem: 49% a 45% em julho de 2013 e 50% a 44% em junho de 2014, durante a Copa do Mundo.

Não é diferente com a confiança. No auge de sua popularidade, em março de 2013, 75% confiavam na presidente; agora, 74% não confiam; só 22% não confiavam; agora, só 22% confiam.

Na sua desastrada entrevista depois dos protestos de 15 de março, o ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou que eram os eleitores de Aécio Neves (PSDB-MG) que estavam nas ruas. É fato que os que votaram no senador fazem um juízo mais severo sobre Dilma, mas a sua situação é periclitante também entre os que votaram no PT. Apenas 2% dos que escolheram o tucano acham o governo ótimo ou bom; mas esse índice não passa de modestíssimos 22% entre os que escolheram a petista — em dezembro, era de 63%.

Só 3% dos que ficaram com o candidato do PSDB aprovam o governo, número que chega a 34% entre os eleitores que sufragaram o PT — há três meses, eram 80%. Confiam na petista 5% apenas dos que optaram pelo candidato tucano. Entre os que preferiram a petista, o índice alcança 42%. Parece bom? Em dezembro do ano passado, somavam 80%.

Os petistas, as esquerdas, o governo e, claro!, Lula — o poderoso chefão — insistem na falácia de que a onda de rejeição à gestão Dilma e ao petismo se deve a preconceitos. A pesquisa Ibope evidencia tratar-se de um pós-conceito. Nada menos de 90% desaprovam a carga de impostos;  89%, a taxa de juros; 85%, a área de saúde; 84%, o combate à inflação; 81%, a segurança pública; 79%, o combate ao desemprego; 73%, a educação, e 66%, a política de meio ambiente. Até a ação oficial de combate à pobreza, que sempre foi uma peça de resistência do governo petista, alcança índices negativos inéditos. Só uma vez a reprovação tinha sido maior do que a aprovação: em junho de 2014: 53% a 41%; agora, é de 64% a 33%.

Atenção, meus caros: há muito tempo já, áreas como saúde, educação, impostos, segurança pública, combate à inflação e combate ao desemprego têm uma reprovação maior do que a aprovação — vejam os gráficos. Ocorre que, por qualquer estranha razão, os brasileiros não associavam os maus serviços e o mau desempenho à incompetência do governo. Agora, isso mudou.

Se quiser tomar a trilha errada, o governo pode argumentar que é tudo culpa da imprensa. Segundo o Ibope, 72% acham que o noticiário é desfavorável ao governo, só 9% acham que é favorável, e 13%, nem uma coisa nem outra. Ora, estamos diante do óbvio: o noticiário reflete os fatos, e os fatos formam a opinião dos brasileiros, não? Pelo visto, os blogs sujos não contam mesmo. Naquelas páginas, o Brasil vive um momento mágico, e o mal é a imprensa independente, que eles chamam “golpista”…

Dados os números devastadores, o prudente seria que o partido do governo investisse em alguma forma de diálogo com a sociedade. Na segunda, documento de 27 Diretórios Estaduais resolveu atacar a “direita golpista” e afirmou que tudo não passa de reação das pessoas descontentes com o partido que teria tirado 36 milhões de pessoas da miséria. Na terça, Lula e Rui Falcão pediram uma salva de palmas para José Sérgio Gabrielli, que presidiu a Petrobras no período do horror. E o ex-presidente ainda negou que a roubalheira tenha beneficiado partidos políticos.

A rua acordou. E os petistas, com a sua arrogância de supostos monopolistas do povo, não perceberam. Melhor para o futuro do Brasil!

Por Reinaldo Azevedo

 

Ajuste fiscal do governo federal começa a paralisar obras

Por Danilo Fariello, no Globo:
A Queiroz Galvão demitiu nesta quarta-feira cerca de 70 funcionários e colocou em aviso prévio mais de mil trabalhadores do Complexo Esportivo de Deodoro, que sediará 11 modalidades da Olimpíada no próximo ano. A obra teve início em 2014 e será convertida em um parque depois dos Jogos. Do total de trabalhadores avisados sobre o risco de demissão hoje, cerca de 500 têm de cumprir os 30 dias de aviso prévio previstos em lei e outros 500 foram comunicados informalmente, uma vez que estão em período de experiência e podem ser desligados mais rapidamente. Estes foram avisados nesta quarta-feira de que podem ser afastados já na próxima semana, se não houver perspectiva de pagamento.

Responsável pela obra, a construtora vem sofrendo com atrasos em pagamentos devidos pela Prefeitura do Rio, que repassa recursos federais para o empreendimento. Segundo fontes do mercado, a Queiroz Galvão teria recebido no começo do ano um único pagamento de cerca de R$ 60 milhões, mas outros R$ 80 milhões já deveriam ter sido pagos à empresa desde o começo do ano por avanços na obra, com orçamento total de R$ 640 milhões.

O ritmo do empreendimento está adequado para sua conclusão antes da Olimpíada, mas, se os pagamentos não forem colocados em dia até o fim de abril, os funcionários em aviso prévio poderão efetivamente ser dispensados a partir dos próximos dias, a começar por aqueles em experiência. Os mil trabalhadores informados hoje sobre a situação do consórcio, composto por Queiroz Galvão (99%) e OAS (1%) compõem praticamente 100% da mão de obra envolvida diretamente na construção do complexo. As demissões efetivas, portanto, colocariam em risco a sua conclusão para a realização dos jogos.

Segundo fontes do mercado, a situação do complexo esportivo não é a única em que a Queiroz Galvão vive nessa situação delicada. Pagamentos com origem no orçamento federal também estão em atraso para a conclusão do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Baixada Santista, onde outros cerca de 450 trabalhadores foram colocados em aviso prévio nesta quarta-feira e mais 70 foram demitidos. No consórcio desse empreendimento estão Queiroz Galvão (66%) e Trail Infraestrutura (34%). Este empreendimento de mobilidade urbana faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e recebeu o último pagamento ainda em 2014. Procurada, a Queiroz Galvão, empresa envolvida na operação Lava Jato, não quis se manifestar.

A Caixa Econômica informou que, nos dois empreendimentos, não possui relação direta com os construtores, apesar de repassar recursos para a Prefeitura do Rio, caso da obra de Deodoro, e com o governo de São Paulo, caso do VLT. “O banco esclarece que existem recursos disponíveis para liberação na conta dos empreendimentos.” O banco indica, ainda, que “para as etapas de obras que tiveram projetos alterados, a Caixa aguarda a regularização da documentação para que possa analisar e liberar os recursos”. A regularização desses documentos seria, portanto, de responsabilidade da prefeitura carioca e do estado paulista. A Prefeitura do Rio e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), que está à frente do VLT, ainda não se manifestaram sobre a situação.

Segundo o Ministério das Cidades, que acompanha as obras do VLT, nos últimos meses o governo de São Paulo “está solucionando questões técnicas e contratuais no projeto com a Caixa, o que diminuiu o ritmo da obra”. De acordo com o ministério, até o momento o governo federal já liberou R$ 208 milhões dos R$ 400 milhões prometidos para o VLT. O governo paulista já repassou outros R$ 269 milhões, informou a Pasta. Quanto ao empreendimento de Deodoro, o Ministério do Esporte informou que “não há nenhum corte de recursos federais para as obras olímpicas” e que “a Caixa aprovou duas medições recentes que somam R$ 25 milhões, cujos pagamentos estão autorizados”.

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte: Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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