NÃO É SÓ O PT, NÃO! LULA TAMBÉM ESTÁ MORTO! NOME DO FILME: “ADEUS, LULA!”

Publicado em 01/04/2015 07:46
por Reinaldo Azevedo, de veja.com

NÃO É SÓ O PT, NÃO! LULA TAMBÉM ESTÁ MORTO! NOME DO FILME: “ADEUS, LULA!”

É uma delícia ser lido por uma esmagadora maioria de sabidos, mas vocês entendem, não é? Blogs ainda não contam com mata-burro. Quando escrevo que o PT está morto, alguns quadrúpedes acham que estou prevendo o fim do partido para amanhã. Não! O que estou dizendo é que o projeto hegemônico da legenda foi por água abaixo. Acabou! Não haverá a ditadura do astro-rei, em torno do qual orbitariam não mais do que satélites. Chegamos a correr, sim, esse risco. Da mesma sorte, quando afirmo que Lula está acabado, não estou antevendo para breve a sua passagem — sim, todos passaremos, não é?, eu também… O chefão do PT vive, mas o demiurgo está morto. Não tem mais como se apresentar como a voz de Deus ou como um seu intermediário. Em quatro meses, o discurso do Babolorixá de Banânia envelheceu 40 anos.

Nesta terça, Lula reuniu sindicalistas e ditos líderes de autoproclamados “movimentos sociais” no Sindicato dos Bancários de São Paulo num ato, quem diria?, em defesa da Petrobras e contra a corrupção. Que coisa! Vejam trecho de seu discurso, que está no Youtube. Volto em seguida.

Como se nota, para o petista, a corrupção na Petrobras é obra de uma pessoa ou outra, o objetivo era só enriquecer alguns larápios, o dinheiro não foi enviado para os partidos políticos, e ele próprio, Lula, é o brasileiro mais indignado com a roubalheira.

O poderoso chefão fez esse discurso no dia em que ficamos sabendo que Alberto Youssef disse ter entregado, pessoalmente, grana para a cunhada de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT. Mais: um funcionário seu, afirmou o doleiro, deixou uma mala de dinheiro na sede do PT nacional, em São Paulo.

No evento, José Sérgio Gabrielli, o petista que presidiu a Petrobras durante a lambança, foi saudado como herói. E Lula desafiou qualquer pessoa a provar que o aliado cometeu alguma irregularidade.

É uma pena que seja tão preguiçoso para ler. Já confessou que até Chico Buarque lhe dá sono (não há como censurá-lo por este particular…). Oscar Wilde, então, nem pensar. Não fosse esse preguiça, o ex-presidente deveria se dedicar ao romance “O Retrato de Dorian Gray”, que recomendo vivamente a todos os leitores.

Dorian é um rapaz notavelmente bonito, que tem sua figura estampada num retrato. Por circunstâncias várias, leiam lá, consegue a eterna juventude, e quem envelhece em seu lugar é o retrato. Leva uma vida dissoluta e sem limites, provoca uma série de desastres à sua volta, mas não perde a juventude. A imagem do retrato, no entanto, vai envelhecendo e estampando os horrores de sua alma. Quem leu sabe como termina. Quem não leu deve fazê-lo.

Lula era o Dorian Gray da política — não pelos dotes físicos, claro!, mas, como diria Camões, pelos transes da ventura, da sorte. As barbaridades perpetradas pelo PT e pelos governos petistas nunca haviam vincado a sua imagem. Permanecia, aos olhos de milhões, o líder popular impoluto, em quem nada colava. Escândalo do mensalão? Ele proclamava: “É golpe!” E a farsa prosperava, com a colaboração da máquina maligna do petismo, infiltrada em todas as esferas do estado brasileiro, na imprensa, nas ONGs, nos tais movimentos sociais. Um bando de larápios foi flagrado comprando um dossiê para incriminar adversários? Lula mandava ver: “São aloprados! Nada têm a ver com o PT”. Dorian desfrutava o mundo e destruía pessoas com seu hedonismo irresponsável; Lula, com a sua tagarelice agressiva, compulsiva e rasa.

Mas o retrato do chefão — e o do PT — iam envelhecendo no porão da história. As marcas iam ficando. E finalmente se quebrou o encanto. Não! Essa narrativa não terá, como a outra, um momento de arrependimento e contrição para pôr fim à monstruosidade moral. Não há, no companheiro, resquício de consciência culpada. É a população que, finalmente, colou o retrato de Lula — aquele líder inventado pelas esquerdas universitárias e pela imprensa — ao Lula que realmente existe.

Assistam ao vídeo de Lula na reunião desta terça com os petistas. O líder está velho. Está acabado. Está passado. Não me refiro à decadência física, de que todos somos vítimas. Falo é da decadência moral mesmo, ética, espiritual se quiserem.

Num dado momento, diz o mito decadente: “Porque hoje, se tem um brasileiro indignado sou eu. Indignado com a corrupção”. Que patético! Não! Há muitos milhões de brasileiros muito mais indignados. Há muitos milhões de brasileiros que já não caem mais nessa conversa. Há muitos milhões de brasileiros que enxergam na cara do próprio Lula as marcas dos governos petistas.

O PT está morto.

Lula está morto.

Mas o Brasil vive nas ruas, nas pessoas que trabalham, que estudam, que trabalham e estudam. E Lula e o PT não as representam.

Texto publicado originalmente às 4h08

Por Reinaldo Azevedo

 

Doleiro diz que propina foi entregue na porta do PT

Por Daniel Haidar, na VEJA.com:
O doleiro Alberto Youssef afirmou em depoimento à Justiça Federal do Paraná nesta terça-feira que providenciou o pagamento de 800.000 reais de propina para o PT. Segundo ele, metade do dinheiro foi entregue na porta do Diretório Nacional do partido, na rua Silveira Martins, na Sé, região central de São Paulo. A outra metade foi retirada no escritório de Youssef por Marice Corrêa de Lima, cunhada do tesoureiro nacional da sigla, João Vaccari Neto. O dinheiro foi repassado pelo favorecimento à empresa Toshiba em contrato do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras, afirmou o doleiro.

O pagamento para o PT foi feito em dois momentos, afirmou o doleiro: “O primeiro valor foi retirado no meu escritório pela cunhada dele. Entreguei pessoalmente. O segundo valor foi entregue na porta do Diretório Nacional do PT pelo funcionário Rafael Ângulo, para que um funcionário da Toshiba pudesse entregar ao Vaccari”.

Além de ser o principal operador do PP no esquema de corrupção da Petrobras, Youssef revelou que, pelo menos nessa operação, providenciou também o pagamento de propina para o PT. Sobre o caso relatado no depoimento anterior à Justiça, Youssef tinha explicado anteriormente em acordo de delação premiada que houve pagamento de propina equivalente a 1% do valor do contrato da Toshiba com a Petrobras para o PP e de proporção equivalente ao PT.

Os pagamentos de propina da Toshiba são investigados em inquérito da Polícia Federal. Os investigadores já tiveram a confirmação de que a Toshiba fez pagamentos de pelo menos um milhão de reais para a empreiteira Rigidez, uma das empresas de fechada controladas por Youssef. O doleiro admitiu em depoimento que o depósito foi feito para que ele repasse propina, em espécie, para políticos e outros beneficiados no esquema de corrupção.

As transferências para Youssef e os pagamentos na porta do PT não são as únicas operações atribuídas à Toshiba em investigação. Um ex-funcionário do doleiro, Carlos Alberto Pereira da Costa, também ajudou a polícia nas investigações e apresentou comprovantes bancários de uma transferência de 400.000 reais de uma empresa do operador Cláudio Mente, que também recebeu recursos da Toshiba.

Em nota, o PT negou que tenha recebido propina. “O secretário Nacional de Finanças do PT, João Vaccari Neto, nega veementemente que tenha recebido qualquer quantia em dinheiro por parte do senhor Alberto Youssef ou de seus representantes”, disse. Youssef foi ouvido novamente, por requisição de seus advogados, na ação penal em que é acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por remessas ilegais ao exterior feitas pelo laboratório Labogen.

Youssef afirmou em depoimento que recebeu pagamentos em espécie e em contas no exterior das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, feitos para operar o pagamento de propina a políticos e ex-diretores da estatal. A construtora Braskem, controlada pela Odebrecht em sociedade com a Petrobras, também transferiu dinheiro com a mesma finalidade, afirmou o doleiro.

De acordo com o doleiro, os recursos das empreiteiras eram destinados ao pagamento de políticos beneficiados pelo esquema de corrupção da Petrobras. No caso da Odebrecht, o dinheiro foi repassado a Youssef em uma operação triangulada. O depósito na conta administrada pelo doleiro foi feito pela construtora Del Sur, domiciliada no exterior. Depois de receber o pagamento, ele diz que checou com um representante da Odebrecht se a Del Sur foi a responsável por enviar o dinheiro da construtora.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Eis que surge o verdadeiro coordenador político de Dilma: Joaquim Levy!

Eita! Eis que, não mais que de repente, surge um coordenador político no governo. É o mais improvável de todos eles: Joaquim Levy, ministro da Fazenda. Aquele que estreou no comando da economia classificando de tosca a forma como o governo Dilma desonerou a folha de pagamentos; aquele que disse num seminário fechado que é genuína a vontade da presidente de endireitar o Brasil, embora ela seja pouco efetiva; aquele que previu recessão, quando, na sua posição, esperavam que se calasse; que tem um ar, assim, meio “nerd”, com uma aparência algo alienada dos problemas mundanos; que é chamado pelos petistas e pelas esquerdas de “neoliberal”; que parece preferir se esconder em olhos miúdos, tornados ainda menores pelas lentes da miopia; que semelha ter uma certa obstinação alheia às vicissitudes do mundo real… Eis que este senhor foi o único capaz de dar ao menos uma freada na máquina de moer Dilma em que se transformou o Congresso.

Atenção! A presidente da República tem nada menos do que nove coordenadores políticos. Por isso mesmo, o que ela mais colhe são desastres. Lembram aquela piada de quantos petistas são necessários para trocar uma lâmpada? Resposta: nove! Um para segurar a dita-cuja e oito para girar a escada.

Levy falou neste terça na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Convenceu os parlamentares a adiar para a próxima terça-feira a votação que obriga o governo a renegociar a dívida dos Estados e municípios, conforme lei já aprovada pelo Congresso e sancionada por Dilma.

O ministro propôs que o novo índice de correção da dívida só comece a ser aplicado a partir de 1º de fevereiro do ano que vem, quando, então, se saberá se o governo terá ou não cumprido a meta fiscal. O que, a partir de agora, for pago segundo a lei anterior seria posteriormente ressarcido. Rio e São Paulo, as duas cidades mais interessadas nas novas regras, concordaram com o adiamento.

Levy falou longamente sobre a necessidade de “endireitar” a economia, para usar palavra sua, e fez ver aos senadores que o eventual malogro do ajuste fiscal levará as agências de classificação de risco a rebaixar o país, o que seria catastrófico. Sua intervenção foi bem recebida por governistas e oposicionistas.

O ministro obteve numa conversa o êxito que os nove trapalhões de Dilma não obtiveram, a despeito de sua frenética movimentação. Isso demonstra que o Congresso pode, sim, ser suscetível a um bom argumento e à honestidade de propósitos. Ninguém precisa gostar de Levy ou de suas medidas. Mas ele é um homem correto.

Dilma mãos de tesoura
Em entrevista à Agência Bloomberg, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o governo “prepara um grande corte” de gastos. Estima-se que o Orçamento possa ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões menor.

Dados divulgados nesta terça-feira mostraram que o Governo Central, no mês, teve um déficit de R$ 7,357 bilhões, com um acumulado negativo de R$ 24,9 bilhões em 12 meses.

Se esse ritmo não mudar, o país não conseguirá cumprir a meta de superávit primário de 2015: 1,2% do PIB — ou R$ 66 bilhões. O que fará Dilma Mãos de Tesoura? Bem, agora ela tem um coordenador político, não é? Coloque Levy para negociar. Se ele não conseguir, melhor dizer adeus às armas…

Por Reinaldo Azevedo

 

Janot dirá a Zavascki, de novo!, que Dilma não tem de ser investigada; plenário do Supremo deve se manifestar

Ai, ai, leitor! O cipoal jurídico é intrincado, mas a gente vai separando os fios. Vamos botar as coisas na ordem cronológica.

1: Rodrigo Janot, procurador-geral da República, decidiu não pedir a abertura de um inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff alegando que ela não pode ser investigada por atos anteriores ao exercício de seu mandato;

2: Teori Zavascki, relator do petrolão no Supremo, concordou com a tese.

3: Os partidos de oposição entraram com um Agravo Regimental pedindo que o ministro revisse a sua posição. Fizeram isso ancorados em sólida jurisprudência do Supremo que estabelece que o chefe do Executivo, nessas circunstâncias, não pode ser PROCESSADO, mas pode, sim, ser INVESTIGADO.

4: Zavascki decidiu, então, enviar a questão para Janot, cobrando-lhe um parecer.

5: Nesta terça, Janot informou a um grupo de deputados de oposição que vai enviar a Zavascki o seu parecer: além de manter o argumento de que a presidente não pode ser investigada, dirá que não encontrou elementos fáticos que justifiquem essa investigação.

6: Caso encerrado? Eis o busílis. Acho que não. Vamos ver:
a: ao manter o ponto de vista, também esposado por Zavascki, de que Dilma não pode ser investigada por atos anteriores a seu mandato, Janot se posiciona, claramente, contra a jurisprudência do Supremo;
b: é evidente que isso enseja, então, uma QUESTÃO DE ORDEM. O plenário do tribunal terá de ser chamado a se manifestar:
c: note-se, ademais, que, embora os dois argumentos não sejam paradoxais, um exclui o outro: se Dilma não pudesse ser investigada (e tal argumentação está mantida), que diferença faria, então, haver ou não elementos fáticos, não é mesmo? É como se alguém dissesse que acabou a ração do gato, para acrescentar, em seguida, que o gato fugiu. A ausência de ração e a ausência do gato não são paradoxais entre si, mas, se não há gato, que relevância tem a falta de ração?

7: Aí vem a pergunta: mas há ou não elementos para, ao menos, investigar Dilma Rousseff? A resposta, analisando os demais pedidos de inquérito de Janot, é “sim”. São anteriores ao mandato, como quer o procurador? Que sejam! Ela não pode ser processada por isso, mas investigada, ah, isso ela pode. Até porque, no curso dessa eventual investigação, podem surgir elementos que digam respeito a seu mandato. E aí cabem a investigação e, a depender do caso, a denúncia e o processo.

8: Por que é importante que o plenário do Supremo se manifeste? Ora, se, provocados por uma Questão de Ordem, os senhores ministros decidirem que Dilma pode ser, sim, investigada, o procurador-geral não poderá deixar de pedir a abertura do inquérito se os elementos fáticos se tornarem ainda mais evidentes.

Ou, como disse o deputado Raúl Jungmann (PPS-PE) nesta terça: “Se o STF retirar esse óbice [colocado por Janot], fica aberta a possibilidade. O procurador não tem elementos hoje, mas pode vir a ter num segundo momento e poderá investigar. Para nós a fase de instrução, de inquérito, a investigação inicial, deve acontecer. Tudo antes da apresentação da denúncia é válido”.

Por Reinaldo Azevedo

 

Qual Edinho vai para a Secom? E a trilha que conduz ao subjornalismo do esgoto

Qual Edinho Silva vai ser o titular da Secretaria de Comunicação Social? Aquele que disse, nesta terça, que sua postura “irá se nortear pelo critério técnico naquilo que significa a distribuição de recursos” para que se “possa fazer com que as campanhas de comunicação e de informação possam chegar à sociedade”, garantindo “a boa utilização dos recursos”, ou aquele que, na semana passada, divulgou uma carta aberta ao PT  em que acusou a existência de uma “direita golpista” e “oportunista”? Aquele que prometeu usar “critérios objetivos”, tolhendo as arbitrariedades, na distribuição das verbas publicitárias oficiais, ou aquele da carta, segundo quem “a elite brasileira” está sendo “insuflada por uma retomada das mobilizações da direita no continente”? O ministro será o Edinho que garante a aplicação de critérios da mídia técnica ou o outro, que abraça até o bolivarianismo ao se referir à esquerda continental?

É o que nós vamos ver. Edinho tomou posse hoje na Secom. Dilma também discursou. Disse a presidente que a Secom vai apoiar a “expansão das teias de opiniões, olhares e interpretações da realidade” no país com “critérios justos e corretos na veiculação dos seus serviços”.

Eu não sei exatamente o que isso quer dizer, mas tenho a impressão de que não é coisa boa. O que é “expansão de teias de opiniões”? Isso tem servido para alimentar com dinheiro público os blogs sujos, cujo propósito evidente é preservar o governo e o PT e atacar da forma mais asquerosa aqueles que são considerados adversários.

A verba de publicidade pertence ao estado, não ao governo. Seu objetivo é fazer chegar ao maior número de pessoas conteúdos objetivos, de caráter informativo. Quem pratica a pluralidade de pontos de vista é a sociedade. Isso não é tarefa do governo.

Nessa fala de Edinho está a trilha que conduz ao subjornalismo de esgoto. Qualquer critério de distribuição de verba que não tenha como primeiro fundamento o número de pessoas atingido pelos veículos — respeitados, é evidente, parâmetros éticos e de dignidade humana — é puro lixo autoritário. Ao governo não cabe escolher privilegiar os veículos que lhe são servis e punir os que não são.

Em seu discurso, disse a presidente:
“A liberdade de imprensa e de expressão são sobretudo o direito de ter opiniões, de criticar e de apoiar tanto políticas quanto o governo. É também o direito de ter oposições e de externá-las sem consequências e sem repressão”.

Eu quero ver isso na prática. Até agora, não aconteceu em governos petistas, e o governo usa dinheiro público para patrocinar uma guerra suja.

Por Reinaldo Azevedo

 

Antes que seja tarde

Leia trecho do artigo “Antes que seja tarde”, de João Doria Jr., empresário, jornalista, fundador e presidente do Lide – Grupo de Líderes Empresariais, publicado nesta terça na Folha.
*
O Brasil que foi às ruas em 15 de março para protestar contra Dilma Rousseff, a corrupção e o PT é bem diferente daquele que se mobilizou em 16 de abril de 1984, quando mais de um milhão e meio de pessoas se juntaram, no Anhangabaú, em São Paulo, na esteira do movimento em prol das Diretas-Já.

Naquele ciclo, a luta cívica tinha como alvo a defesa das liberdades e a escolha, pelo povo, do seu mandatário. Hoje, esses direitos se consagram na nossa Constituição.

Também difere do país que, em 20 de junho de 2013, registrou mais de 1,5 milhão de pessoas nas ruas, protestando contra as taxas dos transportes públicos e serviços precários nas áreas de saúde, educação e segurança, entre outros temas.

Se alguma semelhança com o passado pode ser encontrada, é com o memorável movimento “Fora Collor”, que culminou com o impeachment de Fernando Collor em 29 de setembro de 1992.

Como naqueles idos, o clamor recente dos 2 milhões de brasileiros que acorreram às ruas pede o afastamento da primeira mandatária. Ocorre que não há, até o momento, arcabouço técnico-jurídico suficiente para respaldar um pedido de impeachment da chefe da nação, apesar de pareceres de eminentes juristas acatando essa tese.

Essa, porém, é uma discussão para o direito. O fato é que o Brasil pós 15 de março abriu um novo marco em sua vida institucional. A partir da constatação de que sua democracia participativa ganha solidez com a entrada em cena de um cidadão com apurada conscientização política e sob a crença de que as mobilizações, ao contrário do passado, incorporam-se definitivamente à paisagem urbana.

É interessante observar que tais avanços ocorrem quando a vida político-institucional passa a ser banhada por um gigantesco lamaçal, no momento em que o país vivencia os mais escandalosos eventos da contemporaneidade. Quais as razões para essa aparente dicotomia, com a sociedade, de um lado, e a esfera política, do outro?

Vejamos. Lula assumiu, em 2003, como o salvador da pátria. Ancorou seu governo em ampla plataforma social, abrindo canais da articulação política, atendendo às demandas dos partidos da base, no balcão de apoios e recompensas, usando o instinto político para administrar conflitos com os outros Poderes.
(…)
Íntegra aqui

Por Reinaldo Azevedo

 

Para quem não viu…

Abaixo, o vídeo da entrevista que concedi ao programa “Show Business”, comando por João Doria Jr., que está na TV Lide.

Por Reinaldo Azevedo

 

 

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Fonte: Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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