Em VEJA: Pesquisas que chegam ao Planalto mostram Dilma ainda mais impopular do que nunca
Pesquisas que chegam ao Planalto mostram Dilma ainda mais impopular do que nunca
O Palácio do Planalto tem tido acesso a pesquisas que jogam Dilma Rousseff em patamares de impopularidade inéditos em seu governo. São números muito piores do que ela obteve após as manifestações de 2013. Fernando Pimentel recebeu na semana passada uma pesquisa encomendada ao Vox Populi que é desastrosa para Dilma. Feita apenas em Minas Gerais, onde ela venceu a eleição, a pesquisa mostra que 62% dos mineiros consideram seu governo ‘ruim’ ou ‘péssimo’. Na terceira semana de março, por encomenda da CNI, o Ibope sai às ruas para medir o pulso da população em relação ao governo Dilma.
Por Lauro Jardim
Quebra de sigilo no Supremo confirma a notícia publicada por VEJA há quatro meses e desmoraliza as bravatas dos parteiros do Petrolão: Lula e Dilma sabiam de tudo
A quebra de sigilo do depoimento de Alberto Yousseff, determinada nesta sexta-feira por Teori Zavascki, ministro do Supremo Tribunal Federak, confirmou que VEJA, como sempre, noticiou a verdade na edição que circulou em 29 de outubro de 2014. ELES SABIAM DE TUDO, resumiu a chamada de capa inspirada na descoberta especialmente abjeta feita pela devassa do a da Operação Lava Jato.
ELES, claro, eram o ex-presidente Lula e sua sucessora Dilma Rousseff, não deixavam dúvidas os rostos que dividiam a capa. Acima das quatro palavras em letras maiúsculas, um punhado de linhas fechou a lente: os dois SABIAM DE TUDO o que acontecia nas catacumbas da Petrobras saqueada pelos arquitetos e operadores do maior esquema corrupto da história.
Surpreendidos pela segredo desmontado na véspera do dia em que seria decidida a eleição presidencial, Dilma e Lula acrescentaram à perda da vergonha o sumiço do que lhes restava de juizo. “O que a VEJA fez foi um ato de terrorismo eleitoral”, delirou na mesma sexta-feira a candidata ao segundo mandato. “Eu darei a minha resposta na Justiça”.
À noite, no último debate na TV com Aécio Neves, Dilma reincidiu no embuste e, como Lula ordenara, repetiu que daria o troco nos tribunais. Deu nada. Passados mais de quatro meses, a bravata concebida para animar a plateia da Ópera dos Pilantras continua descansando no vídeo abaixo.
Enquanto milicianos movidos a tubaína, mortadela e uma nota de 20 atacavam o prédio da Editora Abril, armados de latas de piche e oceanos de idiotia, Lula ergueu em menos de dois minutos outro monumento à desfaçatez. “Se você olhá a VEJA como uma revista de informação, você fica muito bravo com a quantidade de mentiras”, ensinou na abertura do vídeo abaixo.
“Não leio a VEJA há muitos anos”, foi em frente o doutor honoris causa que, por não conseguir ultrapassar a fronteira das 100 palavras, só lê recados de Rosemary Noronha e rótulos de garrafas com letras grandes. “Não levo a revista a sério”, explicou. Ele só leva a sério um estadista de galinheiro que nega a existência do Mensalão e faz de conta que o Petrolão é coisa do FHC .
O falatório de Lula no vídeo parecerá ainda mais repulsivo depois da leitura do artigo de Eurípedes Alcântara, diretor de redação de VEJA. O texto que se segue melhora o fim de semana do Brasil que presta. É sempre estimulante lembrar que a Era da Canalhice logo passará. E que o jornalismo independente é imortal.
VERDADES INCONVENIENTES
A mais extraordinária característica dos fatos é que eles são teimosos. Os fatos não desaparecem facilmente. A realidade é feita de fatos e, à semelhança da verdade, cedo ou tarde ela se impõe.
VEJA provocou comoção quando escreveu na capa de sua edição de 29 de outubro de 2014 que, segundo depoimento do doleiro Alberto Yousseff, Lula e Dilma sabiam de tudo que se passava nos porões do petrolão. Por ser antevéspera de eleições, um juiz do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu à campanha de Dilma Rousseff o direito de resposta. O espaço legal foi usado mais para atacar a revista do que para recolocar os fatos no seu devido lugar — até porque os fatos já estavam no lugar.
Na defesa que fez junto ao STF na tentativa de reverter a decisão do TSE, VEJA esclareceu que se baseou em três fatos:
“1) Ocorreu o depoimento do doleiro Alberto Yousseff no âmbito do processo de delação premiada;
2) As afirmações atribuídas a Youssef pela revista foram anexadas ao processo e;
3) O advogado do investigado, Antônio Figueiredo Bastos, não rechaçou a veracidade do relato.
(…) Lamenta-se a fragilidade a que se submete, em período eleitoral, o preceito constitucional de liberdade de expressão ao se permitir que, ao cabo de poucas horas, de modo autocrático, um ministro decida merecerem respostas informações jornalísticas que, em outras circunstâncias, seriam simplesmente verdades inconvenientes — passíveis, é claro, de contestação, mesmo quando fruto de dúvida hiperbólica, mas sempre mediante a análise detida de provas e tomadas de testemunhos.”
Com a quebra dos sigilos dos depoimentos da Operação Lava Jato decidida nesta sexta-feira pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), ficou evidente que VEJA estava certa quanto ao conteúdo do depoimento de Yousseff.
Abaixo a transcrição oficial do depoimento de Yousseff, à disposição dos leitores no site do Ministério Público Federal, em que o doleiro afirma às autoridades exatamente o que VEJA publicou em sua capa de 29 de outubro de 2014:
“Alberto Youssef (Termo de Colaboração 02) afirmou que, em complementação ao termo de declarações realizado na data de ontem, o declarante gostaria de ressaltar que tanto a presidência da Petrobras quanto o Palácio do Planalto tinham conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões no âmbito da estatal; que, indagado quanto a quem se referia em relação ao termo “Palácio do Planalto”, esclarece que tanto à Presidência da República, Casa Civil, Ministro de Minas e Energia, tais como Luis Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, Ideli Salvatti, Gleisi Hoffman, Dilma Rousseff, Antonio Palocci, José Dirceu e Edson Lobão, entre outros relacionados; que esclarece ainda que eram comuns as disputas de poder entre partidos, relacionadas à distribuição de cargos no âmbito da Petrobras, e que essas discussões eram finalmente levadas ao Palácio do Planalto para solução; que reafirma que o alto escalão do governo tinha conhecimento;”
Internamente, na apresentação da reportagem de capa, VEJA escreveu: “Cedo ou tarde os depoimentos de Youssef virão a público em seu trajeto na Justiça rumo ao Supremo Tribunal Federal (STF)”. Nesta sexta, os depoimentos efetivamente vieram a público e quando se examina seu conteúdo no que diz respeito às afirmações de VEJA na capa Lula e Dilma Sabiam a constatação insofismável é a de que VEJA apurou e publicou um fato real: Yousseff disse à Justiça, no âmbito de sua delação premiada, que o Palácio do Planalto sabia das tenebrosas transações que ocorriam na Petrobras.
VEJA cumpriu com seu dever jornalístico ao trazer esse fato ao conhecimento de seus leitores. Portanto, quem se insurgiu contra a revista naquele episódio, se insurgiu, realmente, contra os fatos. Atacou o mensageiro, quando o que feria era a mensagem.
Agora, com a quebra de sigilo sobre os depoimentos da Lava Jato, veio a confirmação de que VEJA estava certa e seus contestadores errados. A eles, quem sabe, seja útil a leitura de João 8:23: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
(por Augusto Nunes)
Eduardo Cunha admite, em privado, que poderia levar processo de impeachment à frente na Câmara
Assim que eleito presidente da Câmara, Eduardo Cunha disse em entrevistas que não via “espaço para o impeachment” de Dilma Rousseff.
Embora de público não vá admitir nem que a vaca tussa, dias atrás afirmou a mais de um interlocutor ser impossível segurar o processo caso a possibilidade ganhe força a partir dos protestos de 15 de março.
Por Lauro Jardim
Moro e Janot abrem mochila de Vaccari. Tremei, Lula e Dilma!
O peso de “Moch” - apelido que identifica o mochileiro Vaccari na planilha de propinas do ex-gerente Pedro Barusco - redobra a carga nas costas de Lula e Dilma Rousseff.
Este blog aguarda a transmissão em horário nobre do interrogatório implacável de Moro com Vaccari diretamente de Curitiba, no Paraná, com a certeza de que a quebra de seus sigilos telefônico, fiscal e bancário pela Justiça também renderá um grande “show do intervalo” com tira-teimas espetaculares.
Na preliminar, Moro interroga Antônio Palocci, acusado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa de ter-lhe solicitado por meio do doleiro Alberto Youssef uma propina de 2 milhões de reais para a campanha presidencial de Dilma em 2010.
Destaque para o caminho do dinheiro em versão 3-D (com hologramas) até chegar aos mandantes da roubalheira na estatal.
Um golaço que certamente merecerá replay.
Veja algumas curiosidades sobre o “Moch”:
1) Era presidente da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) quando ela quebrou em 2006, deixando 32 obras inacabadas e mais de 3.500 famílias na rua da amargura.
2) A Bancoop quebrou, segundo o Ministério Público, com um rombo de pelo menos 100 milhões de reais, porque seus dirigentes desviaram dinheiro pago pelos mutuários para “fins escusos”.
3) Parte do dinheiro, segundo o promotor José Carlos Blat, foi para financiar campanhas eleitorais do PT.
4) Vaccari é um dos cinco réus que respondem na Justiça por estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
5) Lula comprou um tríplex no edifício Solaris, no Guarujá (SP), em uma das oito obras assumidas pela OAS depois da quebra da Bancoop.
6) Vaccari pagou por um apartamento nesse mesmo prédio de Lula, como mostra o documento de 2006 abaixo.
7) O fato de o edifício onde o ex-presidente tem apartamento ter sido um dos poucos que ficaram prontos irritou cooperados que continuam até hoje sem ver a cor dos imóveis pelos quais passaram anos pagando.
8) No início da gestão petista, Vaccari era presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e secretário de finanças da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o exército de Lula prestes a sair às ruas no dia 13 contra a tosse da vaca do governo Dilma.
9) Em 2003, Vaccari foi nomeado por Dilma para o Conselho de Administração da usina hidrelétrica Itaipu Binacional.
10) A nomeação foi uma espécie de prêmio de consolação, já que Vaccari havia sido preterido na disputa da presidência da Caixa Econômica Federal.
11) No mesmo dia, foi nomeada para o cargo de diretora financeira executiva de Itaipu a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), “companheira” também presente agora na lista do petrolão.
12) No cargo de Itaipu, Vaccari recebia R$ 21 mil por mês para comparecer a seis reuniões por ano. Sim: você leu direito.
13) Dilma o manteve no cargo mesmo após Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa o acusarem de intermediar negócios entre fundos de pensão de estatais e empresas ligadas ao doleiro. Costa disse que da propina recolhida em sua diretoria (de 3% sobre os contratos), dois terços ficavam com o PT, arrecadados justamente pelo tesoureiro do partido.
14) Vaccari teve seu nome citado por Aécio Neves em vários debates presidenciais por conta disso.
15) No do SBT, o tucano questionou: “Se a senhora não tem receio e diz aqui que quer apuração, por que o seu partido essa semana impediu que o senhor Vaccari fosse à CPI depor? E vou lhe dizer mais, candidata, ele ainda é o tesoureiro do seu partido e é responsável por transferir recursos para a sua campanha. Terá sido por isso que ele não foi afastado? Porque pelo menos quatro milhões de reais foram transferidos, com a assinatura do senhor Vaccari nessa campanha eleitoral para sua conta de campanha. De onde veio esse recurso, candidata? Vamos investigar logo.”
16) Curiosamente, Vaccari só perdeu a boquinha depois das eleições, em janeiro de 2015, um dia após o vice-presidente da construtora Engevix, Gerson de Mello Almada, preso na sétima fase da Operação Lava Jato, denunciar “a arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos”.
17) Dos 200 milhões de dólares roubados pelo PT na Petrobras, segundo Barusco, pelo menos 50 milhões teriam passado pelas mãos do “Moch”. (Entenda o esquema – AQUI.)
18) Em fevereiro, agentes da PF tiveram de pular o muro de sua casa para levá-lo à delegacia.
19) Eles apreenderam documentos, aparelhos de telefone celular e arquivos eletrônicos, nos quais nada encontraram de relevante. Vaccari, concluíram os agentes, já limpara o terreno.
20) José Dirceu recebeu quase 4 milhões de reais de três construtoras ligadas ao petrolão por servicinhos de “consultoria”, aquele velho eufemismo para “tráfico de influência” no Brasil. E o dono de uma delas revelou à VEJA que os contratos foram assinados a pedido de Vaccari.
21) Um laranja de Youssef depositou em 2008 400 mil reais na conta da mulher de Vaccari, Giselda Rousie de Lima. Quem pagou, na verdade, foi a Toshiba, depois de assinar um contrato com a Petrobras para as obras do Comperj.
22) A cópia do extrato bancário é uma das provas que favoreceram a sua inclusão na lista da Lava Jato.
Em suma: Moro e Janot abriram a mochila de Vaccari. Lula e Dilma já não conseguem mais dormir.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
Algumas das acusações que embasaram pedidos de abertura de inquérito
Algumas das acusações que embasam os pedidos de abertura de inquérito, segundo levantamentos da Folha.
Palocci e a campanha eleitoral de Dilma em 2010
Palocci está entre os 50 da lista divulgada pelo STF (Superior Tribunal Federal) na noite desta sexta-feira (6), que traz os nomes de políticos envolvidos em inquéritos referentes à operação. O pedido de inquérito contra o ex-ministro foi remetido para a primeira instância da Justiça Federal em Curitiba, já que Palocci, que era coordenador da campanha de Dilma de 2010 e depois seu ministro da Casa Civil, não tem foro privilegiado. “O Procurador-Geral da República requer a remessa do expediente à 13ª Vara Federal de Curitiba para que seja em mais detalhes apurada a conduta eventualmente praticada por Antônio Palocci”, diz a petição. O ex-ministro Antonio Palocci Filho se prepara para votar em seção do colégio Otoniel Mota, em Ribeirão Preto O nome de Dilma foi citado em um dos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público. Ele contou que foi procurado pelo doleiro Alberto Youssef em 2010. Na ocasião, segundo Costa, Youssef disse ter recebido um pedido de Palocci para que fossem doados R$ 2 milhões do caixa do PP, abastecido com recursos desviados da Petrobras, à campanha de Dilma. Costa admitiu ter autorizado a contribuição e relatou que, posteriormente, Youssef confirmou que repassou à quantia solicitada. Não esclareceu, no entanto, se o pedido foi feito por Palocci ou por um algum assessor dele. (aqui)
Outro mensalão
“Segundo os depoimentos, os agentes políticos responsáveis pela indicação de Paulo Roberto Costa para Diretoria de Abastecimento da Petrobras recebiam, mensalmente, um percentual do valor de cada contrato firmado pela diretoria, outra parte era destinada a integrantes do PT responsáveis pela indicação de Renato Duque para Diretoria de Serviços” (aqui).
Renan Calheiros
O pagamento de propina das obras da Petrobras para o PMDB foi decidido numa reunião envolvendo caciques do PMDB na casa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), atualmente presidente do Senado. A acusação foi feita por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras num de seus depoimentos para os procuradores da Operação Lava Jato. Esse depoimento foi base para a abertura de um dos inquéritos que investiga o presidente do Senado juntamente com o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE). Os dois são acusados de corrupção e formação de quadrilha. Calheiros divulgou nota oficial em que diz que suas relações com o poder público nunca “ultrapassaram os limites institucionais”. O peemedebista afirma ainda que nunca autorizou o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) a falar em seu nome. O peemedebista disse que o processo de investigação é o único “instrumento capaz de comprovar” que ele não tem envolvimento no esquema. (aqui)
Eduardo Cunha
O doleiro Alberto Youssef vinculou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao suposto recebimento de propinas pagas ao PMDB pelo executivo Julio Camargo em torno de contratos fechados na diretoria internacional da Petrobras para fornecimento de navios-sondas à estatal do petróleo. A pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro relator dos casos derivados da Operação Lava Jato no STF, Teori Zavascki, determinou a abertura de inquérito para investigar o presidente da Câmara. Segundo o depoimento prestado em outubro passado no acordo de delação premiada, cujo conteúdo foi divulgado nesta sexta-feira (6), Youssef afirmou que os pagamentos de Julio Camargo para Eduardo Cunha eram feitos por meio do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, que “representava” Cunha, segundo o doleiro, e também “representava ao PMDB no âmbito da Petrobras, isto é, era o operador do PMDB” tanto quanto o próprio Youssef era “o operador do PP”. (aqui)
Roseana Sarney
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter repassado R$ 2 milhões em 2010 e R$ 1 milhão em 2008 à ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Segundo Costa, os dois pagamentos ilícitos foram solicitados pelo ex-ministro das Minas e Energia do governo de Dilma Rousseff, Edson Lobão. No primeiro depoimento sobre o pagamento de R$ 2 milhões a Roseana, Costa afirmou que Lobão fez o pedido em seu gabinete no ministério. Ele disse também que esteve com Roseana no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense, e que a governadora tratou da propina em uma reunião entre os dois “de forma rápida”. Ainda segundo Costa, a propina tinha relação com a refinaria Premium 1, que a Petrobras estava construindo no Maranhão, mas decidiu paralisar a obra no último mês. Em um novo depoimento, o relato aparece recheado de dúvidas. O ex-diretor da Petrobras disse não se recordar se a reunião com Lobão haviam ocorrido na casa do ministro ou no ministério. Ele cita que os repasses foram feitos pelo doleiro Alberto Youssef, que não confirma nenhum dos pagamentos a Roseana. (aqui)
Edison Lobão
Um dos executivos da empreiteira Camargo Corrêa que passou a colaborar com as investigações da Operação Lava Jato disse a procuradores que o senador Edison Lobão (PMDB-MA) pediu e recebeu cerca de R$ 10 milhões de propina da empresa em 2011, quando ela foi contratada para participar da construção da usina de Belo Monte. À época, Lobão era ministro das Minas e Energia do governo de Dilma Rousseff. O nome do então ministro já havia sido citado nas delações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Youssef dizia na carceragem da PF em Curitiba que Lobão era o “chefe” do esquema de desvios na Petrobras, segundo advogados ouvidos pela Folha. O advogado do ex-ministro, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que “palavra de delator tem credibilidade zero” e que irá esperar as provas. O executivo da Camargo, Dalton Avancini, fez o relato sobre a suposta propina paga a Lobão durante as negociações com procuradores para o acordo de delação. Ele também citou que houve tratativa sobre suborno na contratação da Camargo para fazer a usina atômica Angra 3. (aqui)
Antonio Anastasia
O nome do congressista foi citado em novembro, no depoimento do policial federal afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca. Ele era encarregado de transportar valores a mando de Youssef e afirmou ter levado a quantia para uma pessoa em em Belo Horizonte (MG). Na ocasião, os investigadores apresentaram-lhe uma foto de Anastasia, perguntando se a imagem era do destinatário dos recursos. Careca afirmou que “era parecido”. O policial federal disse também que, posteriormente, constatou que “o candidato que ganhou a eleição em Minas era a pessoa para quem levei o dinheiro”, conforme trecho de seu depoimento. Youssef, quando ouvido pela força-tarefa da Lava Jato, confirmou ter enviado valores para Belo Horizonte. Não soube dizer, porém, quem seria o beneficiário. Anastasia disse, via assessoria, que só se manifestará após seu advogado analisar o inquérito (aqui)
Por Reinaldo Azevedo