O presente de Ano Novo de Dilma é o Ministério mais mequetrefe da história da República

Publicado em 02/01/2015 09:06
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O presente de Ano Novo de Dilma é o Ministério mais mequetrefe da história da República

Um ministério de anônimos, de nulidades, de gente que está lá só porque é dono de legenda ou perdeu a eleição. Não há sequer um Grande Brasileiro no time, o pior da história de 125 anos de República (Ilustração: dreamstime.com)

Publicado originalmente a 30 de dezembro de 2014

Voltar de férias é bom, quando se tem paixão pela profissão, como é meu caso. O problema é, após um interregno no exterior, tornar a encarar certas realidades brasileiras — que nos afligem justamente porque gostaríamos que “eztepaiz” fosse muito, mas muito melhor.

São tantas as mazelas que custa apreender as novas, mas avultam dados como o espetacularmente ruim desempenho das contas públicas — o pior em quase duas décadas: o governo da “presidenta” Dilma deveria economizar 99 bilhões de reais para pagar os juros da dívida que ela vem sistematicamente tornando maior, e o resultado pífio, ridículo, foi um… déficit de 19,6 bilhões. A lei imoral que retocou, num passe de mágica, as obrigações que o governo assumira para com o Orçamento não mudam essa realidade, só a tornam mais dramática.

E então começam cortes e restrições – aquilo que o PT espalhou que Aécio Neves faria –, como os anunciados ontem (arrocho no seguro-desemprego, no auxílio-doença, no pecúlio por morte, no abono do PIS), necessários para que a Previdência não vá para o buraco mas justificados pelo chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com reveladora fisionomia patibular, como apenas “ajustes”.

Para não falar, é claro, do escandaloso ministério de nulidades que a presidente vem montando, aos trancos e barrancos, fatiando o poder para partidos ávidos de cargos e vantagens e, curiosamente, sob um coro de reclamações dos próprios aquinhoados.

Fiz questão de pesquisar, demoradamente, os ministérios desde a proclamação da República, em 1899, e cheguei à conclusão de que nenhum — NENHUM — presidente ostentou, até hoje, um gabinete tão mequetrefe, tão insosso e com tantas figuras zero à esquerda como a Dilma versão 2015.

Mesmo presidentes medíocres, até presidentes desastrosos tiveram grandes ministros. João Goulart (1961-1964), em sua gestão destrambelhada, contou com Celso Furtado como ministro do Planejamento e, na Fazenda, com nomes de envergadura e respeitabilidade como os do ex-chanceler San Thiago Dantas ou do professor Carvalho Pinto, um dos melhores governadores da história de São Paulo.

Integraram o ministério de Fernando Collor (1990-1992), entre outros, o professor José Goldemberg, ex-reitor da USP e físico de renome internacional, Ozires Silva, criador da Embraer, o diplomata e intelectual de primeira Sérgio Paulo Rouanet, o sociólogo Hélio Jaguaribe e o cardiologista Adib Jatene, recentemente falecido e respeitado em todo o mundo.

José Sarney (1985-1990) abrigou figuras do quilate do banqueiro Olavo Setúbal, do senador e futuro ministro do Supremo Paulo Brossard, do economista Luiz Carlos Bresser Pereira e do jurista Saulo Ramos.

A mesma história havia ocorrido com presidentes apagados da República Velha, cujas eminências ministeriais poderiam ser citadas às dezenas, de Rui Barbosa a Afrânio de Mello Franco.

Com Dilma, não.

Não há traço de um Grande Brasileiro presente nesse ministério — pelo contrário.

É uma mistura de um ou outro técnico correto com políticos de segunda, perdedores de eleição recompensados com cargo público, donos de legenda cujo principal mérito é exata e somente este, anônimos que se vêem alçados a cargo ilustre única e exclusivamente por pertencerem a partidos “da base aliada” — o critério de boa gestão é o último a contar – e puras e simples nulidades.

Santo Deus, por melhor boa vontade que se tenha para com os indicados por Dilma, quais são as qualidades de gestor público do filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) para ocupar um ministério, ainda que o da Pesca?

O que poderá fazer o ex-deputado comunista Aldo Rebelo, político experiente, sem dúvida, mas que nem curso superior concluiu, na pasta de Ciência e Tecnologia?

Na Educação — logo ali, no âmago dos problemas brasileiros — de onde será que Dilma tirou que a solução seria um populista primitivo como o ex-governador do Ceará Cid Gomes, do qual não se conhece um estudo, um discurso, um bilhete sequer que o credencie ao posto?

Além de eventualmente manipular seu smartphone, o que entende de Comunicações o ex-sindicalista bancário Ricardo Berzoini, agora ministro?

Haja paciência, como diria o grande jornalista Fernando Pedreira.

(por Ricardo Setti)

 

REYNALDO-BH: Qual Dilma vai prevalecer? A do estelionato eleitoral ou aquela que seria a continuidade de um país-maravilha que não existe?

 

Mentiu na campanha ou está mentindo agora? (Ilustração: slate.com)

Post do amigo do blog Reynaldo-BH

Dra. Jekill and Mrs. Hyde.

Como em O Médico e o Monstro, o livro de terror de Robert Louis Stevenson, temos a médica e o monstro na mesma pessoa.

Dilma Roussef.

O problema é identificar qual das duas personalidades prevalecerá.

Como todos sabem, o lado demoníaco de Jekill aparecia na forma de Mr. Hyde. Que acreditava dominar as aparições do personagem maligno.

Mas Jekill perdeu o controle sobre a criatura. Sobre si mesmo.

Qual Dilma será vitoriosa? A farsante e estelionatária eleitoral ou a que foi vendida como a continuidade do país perfeito que afirmava existir?

Olha-se para Dilma e se enxerga Aécio. Mira-se Joaquim Levy e se vê um ortodoxo mais intenso que Armírio Fraga.

Mas as semelhanças param por aí.

Seriam saudáveis e até úteis. Mas, Dilma como uma Mrs. Hyde, mentiu. Como nunca antes neste país…

Não era um banqueiro que tomando conta do Banco Central iria retirar a comida dos pratos dos brasileiros?

Pois Joaquim Levy cuidava, no BRADESCO, de grandes fortunas. Era o diretor da área. Hoje é o tzar da economia. A salvação esperada pelo PT que não tem NINGUÉM para assumir o encargo e precisou recorrer ao PSDB.

Dilma Hyde continua a afirmar que ele roubará a comida dos miseráveis? Ou mudou de opinião? Nem uma coisa nem outra: sabia que mentia.

Não era Aécio que iria aumentar os juros básicos? Pois antes da posse Dilma Hyde aumentou-os DUAS vezes.

Não era Aécio que iria detonar os bancos públicos? Pois Dilma Hyde anunciou a “abertura” do capital da Caixa Econômica Federal, seguindo a receita liberal. Que era o mal maior do Brasil!

Não era Marina que iria acabar com a exploração do pré-sal? A Petrobras não tem crédito nem para PAGAR o que deve. O que dirá investir em TODAS AS ÁREAS do pré-sal como o “novo” marco regulatório exige.

A inflação não estava sob controle absoluto? Por que então a nova equipe econômica diz que somente em 2017 (isso mesmo! 2017!) a inflação irá cair?

Mrs. Hyde não perguntou a Aécio – em um debate – quais seriam as “medidas impopulares contra a classe trabalhadora” que o candidato adotaria se eleito?

Ela mesma dá a resposta: o maior ARROCHO contra aposentados, pensionistas e desempregados que se tem notícia no Brasil!» Clique para continuar lendo e deixe seu comentário

A política industrial de Dilma: o fracasso do intervencionismo

Quando escuto a expressão “política industrial” já tenho calafrios e automaticamente levo a mão ao bolso, num ato involuntário de proteção do meu suado dinheirinho. É que todas as “políticas industriais” costumam partir da premissa equivocada de que o governo deve ser a locomotiva do progresso, e acabam em medidas prejudiciais como protecionismo e subsídios. No governo Dilma não foi diferente. Na verdade, foi pior, pelo grau excessivo de intervencionismo.

O tema de debate no editorial do GLOBO de hoje foi justamente esse, com o jornal condenando a “política industrial” do governo Dilma, e um deputado petista defendendo a “moderna” visão de mundo da “presidenta”. Nem preciso dizer qual dos dois lados tem razão. O contraste é evidente, com o jornal apresentando bons argumentos contra, e o deputado apelando para malabarismos no afã de defender o indefensável. Diz o editorial:

A política, ou estratégia, industrial seguida pela presidente Dilma em seu primeiro governo foi um monumento ao intervencionismo estatal. E por isso não deu certo, como de resto toda sua política econômica, chamada de “nova matriz”, também contaminada pelo mesmo viés ideológico.

[...] O BNDES desengavetou velho programa do governo militar de Ernesto Geisel, e passou a escolher “campeões nacionais”, empresas que teriam de ser grandes em escala internacional. Não deu certo àquela época e não funcionaria agora.

[...] O protecionismo — à parte vulnerabilizar o país na OMC, caso das montadoras de veículos —, impede uma conexão maior da indústria brasileira com grandes cadeias globais de produção. Dessa forma, barra a absorção de tecnologias de ponta, prejudica, portanto, a formação mais apurada da mão de obra, e assim por diante.

A todo este quadro, adicione-se outro erro, o do preconceito contra a iniciativa privada participar de projetos de infraestrutura, equívoco só revisto na parte final do governo. Mas, parece, sem grandes convicções.

As deficiência de infraestrutura e logística passaram, portanto, a atravancar também a indústria. O resultado é que o PIB industrial , em outubro, havia retrocedido 3,4%, em bases anuais. E como previsto, o mercado de trabalho passou a se estreitar: outubro foi o sétimo mês com corte de vagas.

Ao deputado petista Newton Lima, restou a árdua tarefa de “argumentar” que Dilma fez muito bem à indústria nacional, e que sua “política industrial” foi muito “vigorosa”. Para variar, o petista coloca a culpa do resultado terrível nas estrelas, ou seja, sempre fora do país, do governo. É tudo culpa do governo anterior ou do resto do mundo, da tal “crise internacional”.

Estranho: a indústria de outros países mais capitalistas e abertos vai bem, obrigado. Como os leitores já estão até cansados de saber, visitei recentemente Israel, e tive a oportunidade de ver um pouco do que ocorre no primeiro mundo, antes de partir pela peregrinação ao Antigo Testamento. Em Tel Aviv há o que existe de mais moderno em termos de tecnologia. Um Vale do Silício bem ali, ao lado de Jaffa, cidade milenar.

Por que Israel prospera na indústria de tecnologia, a ponto de ser considerada uma “start-up nation“? Seria porque o BNDES deles é mais ativo ainda na seleção dos “campeões nacionais”? Ou seria porque o governo garante ainda mais subsídios e protege as indústrias locais da concorrência “predatória” global? Nada disso, como o leitor adivinhou. Israel tem uma indústria de ponta porque goza de boa educação e um ambiente de ampla liberdade econômica, estimulando a livre concorrência.

É por isso que grandes multinacionais de tecnologia possuem laboratórios de pesquisa em Israel. É por isso que várias inovações conhecidas saíram de lá. Aplicativos como o Waze, que facilitam a vida de tanta gente, foram produzidos em Israel pelo mesmo motivo. E empresas que o leitor jamais ouviu falar (ainda), como IronSource, planejam a abertura de capital para levantar centenas de milhões de dólares e investir em mais progresso e inovação.

Israel, ao contrário do Brasil, tem uma indústria de tecnologia pujante, inserida na era da informação. Aqui, temos um governo que protege as multinacionais automotivas, uma “indústria infante” com 70 anos de idade (o infante mais velho que se tem notícia), e o resultado, além dos carros mais caros do planeta, é a queda violenta na exportação de automóveis, a menor em 12 anos. E o PT ainda celebra tanta mediocridade!

É por isso que vamos ver, de longe, o sucesso industrial de outros países, mais livres e capitalistas, enquanto amargamos a perda de espaço da nossa indústria no mundo global. Alguns grupos vão ganhar muito dinheiro com essa “política industrial”, e o povo vai pagar a conta. É o resultado inexorável do intervencionismo estatal, fruto de uma mentalidade arrogante de quem se julga capaz de controlar a economia de cima para baixo.

Rodrigo Constantino

 

Procure no Aurelius: “default” da Petrobras

O Aurelius Capital Management, um fundo de investimentos de Nova York que detém títulos de dívida da Petrobras, está exortando outros credores da empresa a enviar um “aviso de default” pelo fato da estatal não ter publicado ainda seus números do terceiro trimestre.

Os contratos que regem os títulos de dívida (bonds) da Petrobras estabelecem que a estatal tinha até hoje para publicar seu resultado do terceiro trimestre — prazo que a empresa não cumpriu. A partir do “aviso de default”, a estatal tem 60 dias para publicar o balanço. Se não cumprir este prazo, a Petrobras entrará em “default técnico,” o que significa que ela está descumprindo os contratos com os credores — mesmo que continue em dia com seus pagamentos.

Um “default técnico” permite que credores que coletivamente detenham 25% de qualquer emissão de bonds da Petrobras possam se reunir em um grupo e exigir o resgate imediato de seus títulos, obrigando a Petrobras a fazer desembolsos bilionários num momento em que seu caixa é curto.

A exortação do Aurelius não tem nenhuma implicação relevante para a Petrobras neste momento, mas é mais um capítulo na escalada da tensão sobre a possibilidade da empresa entrar em default técnico.

A notícia sobre a carta do Aurelius a outros credores saiu com exclusividade na Bloomberg no final da tarde de hoje.

Para o Aurelius, o “aviso de default” é uma medida de precaução que todos os credores deveriam adotar neste momento. Na carta, o fundo diz ainda que a Petrobras ficará excluída do mercado de dívida internacional até a normalização de suas divulgações financeiras.

A Petrobras tem cerca de 53,6 bilhões de dólares em bonds no mercado internacional.

Em 12 de dezembro, a Petrobras disse que seus credores concordaram com o adiamento do balanço até o fim de janeiro. Na carta, o Aurelius diz que aquele “perdão” só é válido para uma das emissões de dívida da empresa.

Por Geraldo Samor

 

 

O “annus horribilis” da Petrobras

Este 2014 que chega ao fim ficará marcado como “o ano da Petrobras”, ou, para ser mais preciso, o “annus horribilis” da estatal. A maior empresa do país, controlada pelo estado, ocupou boa parte do noticiário. Não necessariamente econômico. As páginas policiais ganharam destaque com o escândalo do “petrolão”, o maior esquema de corrupção já descoberto em nossa República.

O resultado deste fluxo incessante de notícias sobre a empresa estatal foi uma enorme volatilidade de suas ações na bolsa de valores. O fator político predominou, mas o impacto dos decepcionantes resultados econômicos também não foi nada desprezível.

A estatal, que ainda não divulgou o balanço do terceiro trimestre devido aos problemas do escândalo de corrupção, apresentou uma queda de 25% no lucro líquido no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano anterior, assim como uma queda de 11% na geração bruta de caixa. A produção ficou praticamente estagnada, apesar do bilionário programa de investimentos.

Como resultado de tudo isso, a Petrobras, que valia R$ 223 bilhões no final de 2013, está com um valor de mercado de apenas R$ 130 bilhões hoje, e uma dívida líquida acima de R$ 240 bilhões. A estatal perdeu mais de R$ 90 bilhões de valor somente neste ano, com enorme volatilidade no mercado. As ações chegaram a subir mais de 50% no começo do ano, para depois despencarem quase 60% e terminarem o ano caindo mais de 35% (falta um dia de mercado):

Fonte: Bloomberg

Apesar de tanta volatilidade, o fato lamentável é que a empresa não mudou sua tendência básica, que é de queda consistente. Observando o gráfico semanal, podemos ter uma noção melhor da trajetória de médio prazo, que mostra claramente a deterioração no valor da Petrobras:

Fonte: Bloomberg

Em suma, o ano de 2014 será marcado pelo escândalo do “petrolão”, mas em termos de destruição de valor da estatal será, infelizmente, apenas mais um ano de queda acentuada, mais do mesmo. Seja por incompetência, seja por corrupção, há um processo em curso que tem feito com que a Petrobras perca cada vez mais valor.

O que esperar de mais quatro anos de Dilma no poder? Há fundo no poço? Os investidores vão manter alguma esperança de reversão ou pretendem jogar a toalha de vez? Não tenho essas respostas, mas fecho com um alerta feito por Einstein: insanidade é fazer tudo igual novamente e esperar resultados diferentes.

Rodrigo Constantino

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