A TROPA DO PT: eles ameaçam de morte, xingam, provocam, querem bater. Na raiz da delinquência, está o dinheiro público do govern
A TROPA DO PT: eles ameaçam de morte, xingam, provocam, querem bater. Na raiz da delinquência, está o dinheiro público do governo e das estatais
Leiam este comentário enviado ao blog no dia 6.
Como esse, chegam dezenas por dia. É disso para pior. O vocabulário é bem mais agressivo, as ameaças são mais, como posso dizer?, escatológicas e se estendem à minha família. E elas costumam ter um padrão também, já observei aqui. Noventa por cento delas têm ao menos uma destas três abordagens (havendo aquelas que juntam as três): a) anunciam que a hora está chegando; b) falam em tiro na cabeça; c) sugerem alguma forma de violação de caráter sexual, em que o adversário é sujeitado, humilhado, estuprado. A coisa mereceria um estudo sociopsicológico:
a) A “hora chegando” é um conceito essencialmente fascista; os vingadores, ungidos pela história, se vingam de seus inimigos e os exterminam fisicamente. O discurso-símbolo é aquele feito por Goebbels no dia 10 de fevereiro de 1933, 11 dias depois de Hitler ter sido nomeado chanceler: “Um dia nossa paciência vai acabar e calaremos esses judeus insolentes, bocas mentirosas!”.
b) O “tiro na cabeça” tem um duplo apelo: 1) é um modo clássico de executar pessoas condenadas por crimes de guerra — e isso quer dizer que essa gente se sente, de fato, numa guerra; 2) o tiro na cabeça significa, simbolicamente, um apagamento das ideias dos adversários. O cérebro, que abriga o conteúdo reprovável, será destruído por uma bala.
c) A violação de caráter sexual — e suas variantes — remete à emasculação, à castração do adversário. Creiam: quem apela a essa metáfora precisa apenas das circunstâncias adequadas para se tornar um estuprador: de mulher, homem, criança ou bicho.
Estamos falando de uma horda. Ocorre que ela não é formada ao acaso, não, e conta com um centro irradiador, financiado por dinheiro público. Quem indica os alvos a serem atacados são aqueles que se orgulham de ser chamados de “blogs sujos”: páginas na Internet financiadas pelo governo federal e por estatais para difamar membros do Judiciário, líderes da oposição, a imprensa e os jornalistas independentes. Eleitos os alvos, a rede petralha se encarrega, então, de dar início ao linchamento.
Joaquim Barbosa
Joaquim Barbosa, ministro do STF e seu presidente até novembro, já foi saudado pelos petistas como o “herói negro nomeado por Lula”. Quando ficou claro que ele se limitaria, em todo o processo do mensalão, a seguir a lei, então se transformou no traidor e no demônio de plantão. A rotina foi a mesma: os blogs sujos passaram a disparar as palavras de ordem, e a fascistada, nas redes sociais, com perfis falsos ou verdadeiros, se encarregou e se encarrega da rede de difamação, que logo evolui para a ameaça.
O ministro passou a ser alvo de considerações como esta:
Um certo Sérvolo Aimoré-Botocudo de Oliveira, escreveu o seguinte no Facebook (segue a mensagem como lá estava):
JOAQUIM BARBOSA SEU DESGRAÇADO. VOCÊ VAI MORRER DE CÂNCER OU UM TIRO NA CABEÇA. E QUEM VAI MANDAR FAZER ISSO SÃO SEUS “AMIGOS”. SÃO OS SENHORES DO NOVO ENGENHO. SEU CAPITÃO DO MATO. SEU INFÂME. SEU TRAIDOR. TIREM AS MÃOS DOS NOSSOS HEROIS!
Os “nossos heróis” — no caso, deles — são os mensaleiros José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Pois bem. Temendo pela segurança de Barbosa, a direção do STF acionou a Polícia Federal e chegou ao autor das ameaças: Sérvolo de Oliveira e Silva. Quem é ele? É secretário de Organização do Diretório do PT de Natal e, pasmem!, membro da Comissão de Ética do partido no Rio Grande do Norte — imaginem o que não fazem os que não pertencem à dita-cuja… Ah, sim: também é assessor do vereador Fernando Lucena na capital potiguar. Lucena, obviamente, é do PT.
Ele sumiu do mapa. Começou a ser investigado pela PF em fevereiro. Desde esse mês, saiu de circulação para, segundo consta, “cuidar de assuntos pessoais”. Juliano Siqueira, o presidente do partido no Estado, afirma: “Esse cara apareceu aqui no começo do ano. Mandaram de Brasília. Mas nem sei quem é”. Entendo!!! “Mandaram de Brasília”??? Quem “mandaram”, cara-pálida? Foi a Direção Nacional do partido?
O que diz Sérvolo?
VEJA localizou o tal Sérvolo. Confirma a publicação das mensagens, mas diz: “Se eu quisesse matar mesmo, apesar de ele merecer (!!!), eu não iria fazer uma ameaça de morte na Internet”. SEM ESSA! Quem adere a esse comportamento delinquente pode não ter a coragem de exercitar a violência, mas está convidando os que têm a fazê-lo. E sempre há os “corajosos” que não covardes o bastante, não é mesmo? Pensem nos casos brutais de que tivemos notícias recentemente. Uma corrente na Internet contra um indivíduo, famoso ou não, poderoso ou não, pode ter consequências trágicas. De resto, incitar a violência é crime.
Aloysio Nunes
Sérvolo é só parte de uma legião. Na terça-feira, vimos a patuscada armada por um conhecido militante-arruaceiro petista chamado Rodrigo Grassi Cademartori, conhecido como “Rodrigo Pilha”, que tem um blog na Internet e era, até há menos de um mês, assessor parlamentar da deputada Erika Kokay (PT-DF). As câmeras do circuito interno do Senado registram com precisão o que aconteceu.
- o tal abordou o senador para lhe fazer perguntas como suposto blogueiro;
- Aloysio respondeu a tudo calmamente;
- o rapaz começou a insultá-lo, acusando-o de envolvimento com o cartel do metrô;
- o senador o chamou de cafajeste;
- “Pilha” confessa, então, que era só uma armação para fazer um vídeo e postar na Internet e chama do tucano “para a porrada”;
- chegou a jogar uma garrafa d’água contra o senador;
- foi detido pela segurança do Senado e solto em seguida.
Assistam ao vídeo. Volto em seguida.
Rodrigo Grassi é especialista em provocação. Na condição de assessor da deputada Kokay, perseguiu e agrediu com ofensas o ministro Joaquim Barbosa — aquele, sabem?, ameaçado de morte pelo tal Sérvolo. Vamos relembrar o vídeo:
Atenção! A deputada Kokay saiu, então, na prática, em sua defesa, afirmando que ele ofendeu o ministro fora do seu horário de trabalho. Depois, acabou afastando-o de seu gabinete, ao menos oficialmente. Republico trecho de reportagem de VEJA sobre esse cara (em azul):
Defensor da ditadura cubana, Grassi comandou a tropa que hostilizou a blogueira Yoani Sánchez quando ela visitou o Congresso Nacional, iniciou uma confusão após provocar o ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e ajudou a organizar “protestos” contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Também fez questão de passar o dia na porta da Superintendência da Polícia Federal quando os mensaleiros se entregaram no ano passado.
Uma de suas estratégias é insuflar manifestantes em protestos, sem que fique evidente a ligação dos atos com o PT e o gabinete de Érika Kokay. As duas mulheres que também hostilizam Barbosa no vídeo são Andreza Xavier e Maria Luiza Rodrigues, amigas do assessor parlamentar.
Na descrição do vídeo que publicou com a perseguição a Barbosa, Grassi define o presidente do STF como “fascista” e, orgulhosamente, anuncia que o colocou “para correr”. No vídeo, em português sofrível, ataca: “Ele precisa (sic) de andar com muitos seguranças”.
Grassi recebe da Câmara dos Deputados cerca de 4.800 reais por mês. Porque o militante-profissional continua sendo bancado pelo dinheiro público é uma pergunta que a deputada Érika Kokay deveria responder.
Rodrigo Grassi: cerveja, lancha, vida boa, dinheiro público e agressão a quem considera adversário: são os nossos bolivarianos (Facebook)
Retomo
Atenção! Gente como Sérvolo e esse tal Grassi são, digamos assim, a linha de choque de uma prática bem organizada, sistemática, metódica, que tem nos chamados “blogs sujos” (e também alguns veículos impressos) a sua expressão supostamente inteligente. É nessas páginas, financiadas por estatais como Caixa Econômica Federal, Petrobras e Banco do Brasil — além dos anúncios do governo propriamente — que os “inimigos” são eleitos. Elas fornecem a suposta munição — no mais das vezes, injúria, calúnia e difamação — para que a tropa ataque na rede e, como se nota, se necessário, na ação física também.
É estupefaciente que o dinheiro público seja usado para financiar coisas assim. E que se note: já nem se trata de patrocinar páginas simpáticas ao governo ou que comunguem de seus valores ideológicos. Nada disso! Trata-se de dar suporte a panfletos dedicados a fazer a defesa do PT e a difamar qualquer um que seja considerado “um inimigo”. Ora, o dinheiro que financia essa canalha também pertence aos ofendidos. Com que direito é escandalosamente privatizado? Normal, não é?, quando se tem uma presidente da República que usa a Rede Nacional de Rádio e Televisão para fazer política partidária e proselitismo eleitoral. Foi tudo planejado junto com a Secretaria de Comunicação do governo, hoje a cargo de Thomas Traumann — a mesma que distribui as verbas de publicidade para os patriotas fazerem o trabalho sujo. Quando não é assim, estão por aí a pedir cabeças de jornalistas aos veículos de comunicação. E pedem mesmo! Não têm nenhum pudor.
Hora dessas, um dos talibãs do petismo põe em prática, para valer, o que seus mestres indiretamente recomendam, financiados com dinheiro público. Como se nota, eles estão perdendo qualquer noção de limite. E vão se tornar mais violentos e mais virulentos à medida que as eleições se aproximam. Imaginem do que essa gente não é capaz se for derrotada na eleição presidencial.
Eu não sei se essa gente deixa o poder em 2014. Tomara que sim! Se não for agora, será um dia. E estejam certos de que a sua história será contada no detalhe. O banco de dados já é gigantesco. O Terceiro Reich era mais ambicioso e violento do que o PT. E deu no que deu. Os “judeus” com os quais Goebbels prometeu acabar naquele fevereiro de 1933 venceram.
Texto publicado originalmente às 21h44 deste sábado
Por Reinaldo Azevedo
Datafolha: 61% são contra o voto obrigatório! Ótima notícia!
Pesquisa Datafolha feita na quarta e na quinta mostra que 61% dos eleitores brasileiros são contra o voto obrigatório. É uma coisa boa em si. Só não escrevo que é um “bom sinal” porque isso necessariamente quereria dizer que vejo aí um sintoma de algo maior e mais importante. Não tenho dados para tanto. O meu ponto é outro: sempre que a população conclui, na sua maioria ao menos, que um direito não se impõe e que não se pode punir alguém por não exercê-lo, acho que se está no bom caminho. A ideia de que a democracia deva obrigar alguém a votar é um estupidez, um contrassenso.
Os números do Datafolha são absolutamente coerentes com a, como direi?, realidade da vida. Vejam.
Quanto maior a escolaridade, maior é a rejeição à imposição: 53% (ensino fundamental), 63% (ensino médio) e 71% (ensino superior). A opinião contrária à obrigatoriedade também aumenta de acordo com a renda: 64% (até dois salários mínimos); 66% (de 2 a 5); 68% (de 5 a 10); 71% (mais de 10). Que se note: o repúdio é grande em todas essas categorias, mas é maior, como era de se esperar, entre os mais instruídos e mais prósperos. Essas pessoas são sempre mais intolerantes com os arroubos autoritários do estado.
A reportagem da Folha ouve dois analistas sobre os números. Um vê uma manifestação de “descrença preocupante”. Outro acha que o eleitor se sente impotente diante do poder público. Eu não acho nada disso. Penso que o eleitor descobriu que não faz sentido que um ato de vontade seja imposto pelo chicote estatal, ora bolas!
A obrigatoriedade e a afinidade eletiva
Vejam o que acontece quando os números são filtrados pelas afinidades eletivas: os eleitores de Dilma são os mais conformados com o voto obrigatório — não por acaso, na pesquisa eleitoral, ela lidera entre os mais pobres e menos instruídos (por enquanto ao menos). Gente menos informada e mais exposta ao arbítrio de terceiros acaba sendo mais tolerante com as imposições do Estado. A rejeição aumenta bastante entre os eleitores de Aécio Neves e Eduardo Campos. Esse dado, diga-se, desautoriza a tal hipótese da “descrença”: ora, justamente o grupo que está apostando na mudança — e, portanto, alimenta a crença numa reviravolta política — é mais refratário à obrigatoriedade.
E que se note: eu torço para Dilma perder a eleição — e não vejo por que alguém deva inferir o contrário. Olhando os números, pode-se pensar que o voto volitivo acabaria sendo ruim para Aécio e Campos já que seus respectivos eleitorados são os que mais rejeitam o voto obrigatório. Ocorre que uma coisa não implica outra. Ser contra a obrigatoriedade não é sinônimo de não querer votar.
A propósito: a imposição do voto não deixa de ser uma espécie de conforto para os políticos brasileiros. Seria útil à democracia, à população é à política que eles fossem compelidos a convencer o eleitorado de que vale, sim, a pena EXERCER UM DIREITO.
Por Reinaldo Azevedo
TCU quer investigar barbeiragem bilionária de Dilma no setor elétrico
Quando se for fazer o devido inventário da herança maldita do petismo, a barbeiragem cometida no setor elétrico certamente disputará os primeiros lugares. E tudo pra quê? Pra nada! A presidente Dilma, num ato genuinamente seu — essa besteira, ao menos, não se pode atribuir ao legado de Lula —, afetando ares de grande especialista e czarina da energia, decidiu baixar o preço da energia no porrete. E um dos caminhos foi a antecipação da renovação das concessões, que obrigou o Tesouro a um desembolso bilionário para consertar a burrada. E não foi falta de aviso. Agora o TCU quer investigar a contribuição bilionária do governo federal ao erro. Leiam o que informam Danilo Fariello e Bruno Rosa no Globo:
*
O Tribunal de Contas da União (TCU) quer apurar o impacto financeiro da Medida Provisória (MP) 579 – de redução na conta de luz com a criação de regras para antecipação da renovação de concessões do setor elétrico – no déficit atual das empresas. A crise nas companhias resultou na necessidade de aportes bilionários do Tesouro Nacional e num empréstimo de R$ 11,2 bilhões, que elas afirmam, agora, ser insuficiente.
Segundo o ministro José Jorge, relator da auditoria em curso no Tribunal sobre o setor elétrico, a iniciativa de aferir esse impacto resultou na audiência pública promovida pelo TCU na última quinta-feira para debater regras e prejuízos no setor. “Pedi à área técnica para comparar o efeito da antecipação da renovação das concessões para o que seria uma renovação natural na data de vencimento dos contratos, porque a antecipação pode ter agravado o problema”, disse Jorge ao GLOBO.
O ministro lembrou que o aporte do Tesouro ao setor elétrico estava inicialmente previsto em R$ 3,3 bilhões, tendo passado para R$ 5 bilhões e depois para R$ 12 bilhões, sem que se saiba ao certo qual será a conta final. As distribuidoras de energia, por exemplo, já sinalizam que precisarão de mais R$ 7,9 bilhões para fechar o resto do ano.
O governo federal editou em 2012 a MP 579, convertida no ano seguinte na lei 12.783, com a regra de antecipação da renovação dos contratos a vencer de geradoras e transmissoras de energia e redução na tarifa. As empresas que aderiram tiveram redução da receita, mas também pagamento de indenizações dos investimentos ainda não amortizados.
O governo antecipou os vencimentos, entre outros motivos, para obter uma redução de 20% nas contas de luz. No entanto, Cesp, Cemig e Copel não aderiram ao modelo e mantiveram os contratos originais até o vencimento. Isso, junto com a estiagem, dizem analistas, afetou o setor.
O TCU deverá avaliar como a decisão afetou o fluxo de caixa das empresas, que consideram os aportes do Tesouro Nacional insuficientes e obtiveram empréstimo de R$ 11,2 bilhões, via Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), para sanar dívidas causadas pela falta de contratos de longo prazo e agravadas pelo cenário climático.
Segundo Jorge, a Secretaria de Fiscalização de Desestatização e Regulação de Energia e Comunicações (Sefid) do TCU deverá avaliar também outros aspectos que podem ter levado à crise das distribuidoras. No fim de 2012, o governo cancelou um leilão de energia justificando que as necessidades das distribuidoras no ano seguinte seriam atendidas pela “energia proveniente das usinas cujas concessões serão prorrogadas”, intenção que acabou frustrada sem a adesão integral das empresas.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
Vamos deixar de fantasias conspiratórias! Eu não tirei post nenhum do ar!!!
Que coisa doida! A VEJA desta semana traz uma reportagem sobre um petista que andou publicando por aí que o ministro Joaquim Barbosa merece levar um tiro na cabeça. Publicarei um post a respeito daqui a pouco sobre as delicadezas de que essa gente é capaz, identificando o centro nervoso de práticas assim: está lá no Palácio do Planalto.
Muito bem! Sei lá por quê, espalhou-se a história de que o texto teria saído no meu blog e de que eu o teria retirado do ar. Como estou sem escrever há quase 24 horas, chegam-me as conjecturas mais estapafúrdias.
Dei-me esse resguardo porque morreu uma pessoa muito querida, da minha família, e eu estava sem cabeça. Sei lá como começou essa história da suposta retirada do post. Perguntei às pessoas que fazem a homepage da VEJA.com se, se por engano, tinham lincado a reportagem ao meu blog. Que elas tenham registrado lá, não!
Daqui a pouco, digo o que penso a respeito e trago algumas informações adicionais que dizem respeito a este blog propriamente. Aguardem um pouquinho.
Por Reinaldo Azevedo
Em meio a escândalos, Petrobras anuncia lucro 30% menor no 1º trimestre
Por Talita Fernandes, na VEJA.com. Volto ao tema mais tarde.
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira um lucro de 5,393 bilhões de reais no primeiro trimestre, queda de 30% em relação aos 7,69 bilhões de reais de igual período de 2013. O anúncio acontece em meio a uma série de escândalos nos quais a estatal está envolvida. No Congresso, oposição e governo discutem a formação de duas CPIs que vão apurar casos como pagamento de propina, corrupção e problemas em projetos da petroleira, como a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (que provocou um prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares para a estatal), e a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Ex-diretores da petroleira também estão sendo investigados por meio da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que investiga lavagem de dinheiro. Na comparação com o último trimestre do ano passado, o lucro da estatal encolheu 14% – a empresa registrou 6,281 bilhões de reais de outubro a dezembro de 2013.
O dado veio dentro do intervalo das expectativas do mercado, que variava entre lucro de 3,8 bilhões de reais a 7,1 bilhões de reais. O número foi influenciado negativamente pelo Programa de Demissão Voluntária (PDV). Em nota divulgada no início da semana, a Petrobras disse que o resultado dos primeiros três meses deste ano teria um impacto negativo de 1,6 bilhão de reais, provocado pelas demissões. Contudo, a estatal espera que o programa gere uma economia de pelo menos 13 bilhões de reais entre 2014 e 2018. Também nesta semana a empresa revelou que o número de empregados inscritos no programa de demissão voluntária atingiu 8.298, o equivalente a 12,4% de seu efetivo total. A previsão é de que 55% dos desligamentos ocorram ainda em 2014.
Além do efeito causado pelo PDV, o lucro da estatal continua sendo limitado pelos recorrentes prejuízos apurados pela área de Abastecimento da Petrobras em função da necessidade de importação de petróleo e derivados. Responsável pela atividade de importação de combustíveis e posterior revenda no mercado doméstico a preços inferiores aos praticados no exterior, o segmento acumulou prejuízo de 4,808 bilhões de reais entre janeiro e março de 2014, aumento de 13% em relação ao resultado negativo do primeiro trimestre de 2013. A importação de petróleo e derivados, responsável por forte impacto nas contas da estatal, manteve-se elevada, em 783 mil barris por dia (bpd) no primeiro trimestre, ante 780 mil bpd no trimestre anterior e 860 mil bpd um ano antes.
Combustíveis
No âmbito positivo, o reajuste dos combustíveis, válido desde 1º de dezembro do ano passado, contribuiu para elevar a receita de vendas da estatal em 1% em relação ao último trimestre de 2013, para 81,545 bilhões de reais. No final de 2013, o governo, controlador da Petrobras, autorizou um aumento de 4% na gasolina e de 8% para o óleo diesel. Apesar do aumento, o mercado calcula uma defasagem média de 10% em relação ao mercado externo para a gasolina e de 16% para o óleo diesel. O resultado da Petrobras só não foi menor porque o câmbio tem favorecido a estatal. Depois de o dólar ter alcançado 2,45 reais no ano passado, a moeda estrangeira recuou frente ao real e tem se mantido entre 2,20 e 2,30 reais nos primeiros meses deste ano.
Pasadena
No balanço, a estatal divulgou dados sobre a produção da refinaria de Pasadena, pivô da CPI e da série de investigações que surgiram sobre a estatal. “Quanto ao desempenho do nosso parque de refino no exterior, a carga total processada foi de 165 mil bpd, 6% menor que o realizado no trimestre anterior (175 mil bpd) devido à parada programada da refinaria de Okinawa ocorrida em fevereiro. A refinaria de Pasadena continua processando acima de 100 mil bpd em função da disponibilidade de petróleo não convencional (tight oil) a preços competitivos, associado à eliminação de gargalos operacionais em suas instalações. Por fim, o custo unitário de refino no exterior reduziu 18% do 4T13 para 1T14.”
Endividamento
A alavancagem líquida da Petrobras, medida pela relação entre endividamento líquido e patrimônio líquido, fechou o primeiro trimestre de 2014 em 39%, estável em relação ao final do ano passado, mas novamente acima do patamar de 35% desejado pela estatal. O balanço mostra que o nível de endividamento da companhia não para de crescer. A dívida bruta da companhia encerrou o mês de março em 308,1 bilhões de reais, superando o patamar inédito de 300 bilhões de reais. Apenas durante o trimestre, a dívida da companhia cresceu 40,3 bilhões de reais, principalmente em função de duas captações externas que somaram mais de 13 bilhões de dólares.
O volume de recursos da estatal, incluindo montante em caixa e títulos públicos federais, também cresceu, basicamente devido às captações externas. O montante saltou de 46,257 bilhões de reais em dezembro passado para 78,478 bilhões de reais ao final de março deste ano.
Investimentos
Os investimentos da Petrobras somaram R$ 20,584 bilhões entre janeiro e março deste ano, montante 4,1% superior ao registrado no mesmo período de 2013. A maior parte dos investimentos foi direcionada à área de Exploração e Produção (E&P), com o equivalente a R$ 13,243 bilhões (64% do total). Na sequência aparecem as áreas de Abastecimento, com aporte de R$ 4,985 bilhões (24% do total) no período, e de Gás e Energia, com R$ 1,147 bilhão (6% do total).
Por Reinaldo Azevedo
Greves ameaçam parar o Rio no mês da Copa do Mundo
Por Pâmela Oliveira, na VEJA.com:
A quinta-feira sem ônibus no Rio de Janeiro foi um exemplo, em escala reduzida, do que um grupo planeja para o mês da Copa do Mundo na cidade. O período que antecede a competição, com grande visibilidade internacional, estimula diversas categorias a concentrar para maio e junho suas reivindicações, com ameaças de greve. Estão no grupo uma parte dos rodoviários, professores das redes municipal e estadual, policiais civis e militares e vigilantes. Diante da possibilidade de causar algum transtorno, páginas dos grupos Black Bloc e Anonymous no Facebook estimulam todo e qualquer protesto.
A adesão de manifestantes de plantão, mascarados e outros grupos radicais já tem um grito de guerra. O “não vai ter copa” foi substituído, nas trocas de mensagens em redes sociais, pelo “não vai ter paz na Copa”. A tática dos manifestantes é apoiar e intensificar qualquer movimento que possa inflar os protestos contra a realização da competição e os governos municipal, estadual e federal. As greves também são a forma de retomar a mobilização, esvaziada desde a morte do cinegrafista Santiago Andrade, que resultou na prisão de dois manifestantes.
Nesta sexta-feira, os vigilantes têm protesto marcado às 15h, na Candelária. Uma hora antes, grevistas da categoria vão caminhar da Candelária até o Maracanã. Professores das redes municipal e estadual anunciaram uma paralisação a partir desta segunda-feira. Policiais Civis estão dispostos a cruzar os braços e o governo não aprovar a incorporação de uma gratificação de 850 reais aos salários, no dia 15. Na lista dos que podem entrar em greve às vésperas do Mundial ainda estão as polícias Civil e Federal.
O resultado da paralisação dos ônibus na quinta-feira deixa claro que o objetivo de uma parte dos manifestantes não é só reivindicar. Piquetes para impedir a saída de veículos resultaram em 467 veículos depredados. Nas redes sociais, grupos contrários à realização da Copa no país comemoraram e listaram outras categorias que estão em greve, como os vigilantes, parados desde 24 de abril. “A luta do povo está roubando a cena. Viva”, dizia uma publicação do grupo Anonymous no Facebook.
Professores
A nova greve dos professores, após nove meses da última paralisação da categoria, pode ser um problema não só pela interrupção das aulas de milhares de alunos. A greve aumenta o risco de protestos violentos, como os que transformaram as ruas do Centro do Rio em praças de guerra no ano passado. A preocupação não está nas manifestações dos profissionais da educação, mas na adesão dos Black Blocs, que em outubro receberam o “apoio incondicional” do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe).
Por Reinaldo Azevedo
Eike: de homem de ouro a Geni do Brasil
Ser empresário no Brasil é um inferno. Conhecendo a legislação e as exigências, os empreendedores brasileiros merecem ser alçados ao panteão dos heróis. Se não é poderoso o bastante para ter uma estrutura gigantesca só para cuidar dos nós burocráticos, pode passar boa parte do seu tempo cuidando do emaranhado fiscal, por exemplo — e pagando impostos.
Quando o capitalismo brasileiro vira papelório no mercado financeiro, no entanto, aí temos amarras de menos. Basta conversar com quem conhece. A frequência com que alguns tubarões lucram milhões — e pode chegar a bilhões, não é? — em razão de informações privilegiadas chega a ser espantosa. É o caso Eike? Não sei. Que se apure. Alguns figurões que andam por aí estariam na cadeia nos EUA há muito tempo.
Antes que prossiga, faço aqui uma ressalva importante. Sinto certo desconforto ao perceber que o antes “homem de ouro” virou a “Geni do Brasil”. É preciso tomar cuidado, sim, para que o ressentimento não seja maior do que o sentido de justiça. Dito isso, sigamos.
Se Eike fez o que não pode, que seja punido. Mas noto que, na relação com o ex-bilionário, muita gente foi enganada mais por si mesma do que por ele, não é? Não entendo nada de petróleo. Não conheço a rotina das apostas nessa área. Mas sempre esteve tão claro para mim que ele havia se tornado multibilionário vendendo esperanças! E não havia ingênuos naquele jogo.
Reitero: isso não exclui eventuais ações ilegais, criminosas etc. Apenas chamo a atenção para o fato de que alguns dos que se querem agora suas vítimas foram também protagonistas. No mais, lei nele!
Por Reinaldo Azevedo
1 comentário

Prejuízos na pecuária devem continuar em 2022, avalia o presidente da Assocon

Exportações totais de carne bovina caem 6% no volume e 11% na receita em janeiro

Santa Catarina mantém proibição de entrada de bovinos vindos de outros estados

A "filosofia" de Paulo Guedes para a economia brasileira. Os liberais chegaram ao Poder
O misterioso caso de certo sítio em Atibaia (Por Percival Puggina)

Integrante da equipe de transição de Bolsonaro é crítica severa do agronegócio
Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR
Sr. João Batista, para explicar o “sofismo petista” na prática, pode-se usar um caso recente, do deputado André Luiz Vargas Ilário, vulgo André Vargas.
O advogado criminalista José Roberto Batochio, contratado pelo deputado para defendê-lo, disse em entrevista que o parlamentar conhece Youssef desde a infância, na cidade de Londrina (PR), mas negou taxativamente que Vargas tenha algum tipo de sociedade com Youssef. Afirmou ainda que é rotina na vida de um deputado fazer indicações em referência ao laboratório Labogen. “É uma coisa normal que uma indústria de tratores procure o deputado da região onde ela está instalada para fazer indicação a algum governo”. A sofística sustenta o relativismo prático, destruidor da moral; a única regra de conduta é o interesse particular. Os fatos e atos; fatos que levaram o deputado na condição de “suspeito”, para não dizer outra coisa e, os atos de seu advogado, que apesar de ser um medalhão no meio, não deixa de ser um “assassino da moral”! ....”E VAMOS EM FRENTE” ! ! !....