Consumo de etanol no Brasil cresce mais que o esperado, gasolina recua, diz StoneX

Publicado em 26/06/2024 15:23

SÃO PAULO (Reuters) - A demanda somada de etanol e gasolina deverá atingir 58,6 bilhões de litros em 2024, aumento de 2,4% na comparação com 2023, com o biocombustível mais competitivo sustentando o avanço, projetou a consultoria StoneX, apontando uma revisão positiva na estimativa.

A previsão considera os resultados parciais do ano de vendas de combustíveis do ciclo Otto, de alta de 4,7% no primeiro quadrimestre, os fluxos de veículos novos, além das projeções atualizadas do crescimento econômico.

Em fevereiro, a estimativa era de aumento do consumo desses combustíveis de 1,9%, para 58,3 bilhões de litros.

"Outro fator de destaque é a dinâmica entre os combustíveis leves. A StoneX projeta uma ampliação do 'share' de etanol hidratado em 2024 para 25% (contra 24,2% estimado em abril), com a demanda totalizando 20,9 milhões de metros cúbicos (ou bilhões de litros) no ano", afirmou.

"As vendas do biocombustível seguem em ritmo elevado frente 2023 em meio a preços mais competitivos (do hidratado), especialmente no centro-sul", acrescentou o relatório.

Para a gasolina C, com mistura de etanol anidro, espera-se que o combustível permaneça com preços menos atrativos nas principais regiões consumidoras ao longo de 2024.

"Dessa forma, a StoneX aprofundou a queda esperada da demanda brasileira para -4,4%, devendo ficar em 44 milhões de metros cúbicos (de gasolina) - contra estimativa inicial de 44,2 milhões de m³", ponderou, indicando recuo na participação de mercado para o etanol hidratado.

No ano anterior, a gasolina C teve recorde de vendas.

A StoneX também citou um forte crescimento nas vendas de veículos leves em 2024, estimado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) em 12%.

"Novos automóveis aumentam a disponibilidade de veículos a serem utilizados pelas famílias que, quando com maior nível de renda disponível, tendem a consumir mais combustíveis", afirmou.

(Por Roberto Samora)

Fonte: Reuters

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