Governo brasileiro deve elevar mistura de biodiesel para 12% em 2023, dizem fontes
BRASÍLIA (Reuters) - O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deverá elevar nesta sexta-feira a mistura de biodiesel no diesel, possivelmente para 12% a partir de abril, de acordo com duas fontes com conhecimento do assunto.
A decisão atende a pedidos de produtores, após o nível do biocombustível no combustível fóssil ter ficado em 10% ao longo de todo o ano de 2022.
O CNPE, um órgão formado por vários ministros para aconselhamento do presidente da República, faz reunião nesta sexta, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A expectativa é que a decisão emerja do encontro.
Ao final de 2021, o governo anterior havia decidido por uma redução da mistura para 10% --chegou até 13% mais cedo naquele ano--, citando questões para proteger o interesse dos consumidores, quanto ao preço, qualidade e oferta dos produtos.
O biodiesel foi introduzido de maneira compulsória na matriz de combustíveis brasileira em 2008. Desde então, a mistura no óleo diesel rodoviário cresceu gradualmente de 2% (B2) até 13% (B13), em 2021.
O aumento da mistura deve favorecer principalmente a indústria de soja, uma vez que cerca de 65% do total do biodiesel foi produzido com óleo de soja em 2022.
Por outro lado, deverá haver insatisfação de setores ligados ao transporte rodoviário, montadoras de veículos e do setor de combustíveis, que têm criticado o biodiesel, citando problemas para os motores com uma mistura maior.
Segundo as fontes, que falaram na condição de anonimato, o CNPE deverá decidir ainda por um aumento gradativo da mistura nos próximos anos, com o patamar subindo para 13% em 2024, 14% em 2025 em 15% em 2026.
O aumento gradual da mistura seria um meio termo entre o que havia sido estabelecido anteriormente, quando o CNPE definiu mistura de até 15% já em 2023.
(Por Lisandra Paraguassu)