ICM e brasileira Impacto Energia construirão biorrefinaria de etanol de milho na Bahia

Publicado em 08/08/2022 14:36

A norte-americana ICM e a brasileira Impacto Energia informaram nesta segunda-feira que assinaram um contrato para a construção da primeira biorrefinaria de etanol de milho com moagem a seco da Bahia.

A planta greenfield terá capacidade de moer diariamente 1.700 toneladas de milho, produzindo 260 milhões de litros de etanol anidro por ano e recuperando 9.000 toneladas de óleo de milho.

A unidade contará com equipamentos e tecnologia fornecidos pela ICM e será operada pela produtora de biocombustíveis e bioquímicos Impacto Bioenergia, um braço da Impacto Energia.

A previsão é que a operação comece no primeiro trimestre de 2025. As empresas não divulgaram o valor dos investimentos em função de um acordo de confidencialidade.

Hoje, a Impacto Bioenergia possui e opera uma usina de etanol de cana-de-açúcar no Nordeste, no Alagoas. A nova unidade baiana será a primeira a processar exclusivamente milho.

Segundo as empresas, a refinaria também vai recombinar componentes de farelos em 185.000 toneladas de DDGS padrão (grãos secos de destilaria com solúveis).

"Este projeto trará muitas oportunidades para o agronegócio na região, e acreditamos que é apenas o começo. Já estamos de olho em uma futura expansão", disse o CEO da Impacto, Emilio Rietmann, em nota.

As empresas disseram, em nota, que o fato de o Brasil ter duas safras permite que as biorrefinarias de milho operem o ano inteiro, maximizando o tempo de operação e os lucros do negócio.

"Estamos entusiasmados em sermos os primeiros a utilizar o processo de etanol de milho no estado da Bahia", disse em nota o presidente da ENESA Investimentos, acionista majoritária da Impacto Energia, Hermes Eduardo Moreira Filho.

Segundo os dados mais recentes da reguladora ANP, de janeiro a maio deste ano 91,3% de toda a matéria-prima usada na produção de etanol no Brasil veio da cana-de-açúcar, enquanto apenas 8,7% foi referente a outros insumos. Desse grupo, 55,64% do que foi produzido veio do milho.

Em junho, a BSBios, maior produtora de biodiesel do Brasil, anunciou a assinatura de um protocolo de intenções junto com o governo do Rio Grande do Sul para investir 316 milhões de reais em uma usina produtora de etanol, no Estado, a partir de cereais como milho, trigo, triticale, arroz e sorgo.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

No fechamento do semestre, os combustíveis mais caros foram encontrados na BR-101, aponta Edenred Ticket Log
FPBio defende união do setor produtivo para fortalecer movimento pela expansão dos biocombustíveis no país
Maior usina da Atvos em Mato Grosso do Sul tem recordes de moagem e etanol em junho
Consumo de etanol no Brasil cresce mais que o esperado, gasolina recua, diz StoneX
Preço da gasolina fica estável e do etanol reduz 0,25% na primeira quinzena de junho, aponta Edenred Ticket Log
StoneX mantém previsão de consumo de diesel B no Brasil em 2024, faz revisão para biodiesel