Ubrabio lança campanha para a banir o uso do diesel comum por ser muito poluente
A União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) lançou, nesta quinta-feira (27.01), uma campanha de conscientização para que o Brasil deixe de utilizar o diesel comum nos seus veículos por ser considerado excessivamente poluente. Além de banir o consumo, a Ubrabio propõe o fim da produção e importação deste combustível.
Conhecido tecnicamente como S500, este diesel refinado do petróleo recebe esta classificação por conter 500 partes por milhão de enxofre (S), elemento químico mortal lançado na atmosfera das cidades brasileiras pelos escapamentos dos caminhões, ônibus, máquinas agrícolas, motores estacionários e até usinas termoelétricas usadas para gerar energia.
A poluição provocada pelo uso do diesel comum causa doenças graves, reduz a expectativa de vida e mata em decorrência da poluição do ar.
Ao longo do ano passado o país consumiu mais de 60 bilhões de litros de diesel fóssil. Deste total, mais de 43% foram de diesel comum (S500) – cerca de 25 bilhões de litros. Com isto, 10,5 mil toneladas de enxofre terminaram lançadas na atmosfera contaminando o ar que respiramos.
“O país deve banir o uso do diesel S500 pelo elevado risco que este combustível fóssil representa para a saúde pública. Essa deve ser a prioridade do Brasil, deixar de utilizar um combustível veneno”, disse o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés.
A campanha para banir o diesel comum apela às várias esferas de governo, aos fabricantes de veículos, motores e equipamentos do ciclo diesel, setor de transportes de cargas e passageiros, Congresso Nacional, Judiciário, universidades, estudantes, veículos de comunicação e a sociedade em geral para debater e identificar os riscos que corremos ao permitir o uso de um diesel tão poluente.
O Brasil tem alternativas ao diesel fóssil: trocar o diesel comum pelo diesel S10, que lança 50 vezes menos enxofre na atmosfera, e usar mais biodiesel na mistura ao diesel de petróleo.
“Utilizar mais biodiesel é valorizar as externalidades econômicas, sociais, ambientais e de saúde pública que este combustível oferece ao país, com a utilização adequada das nossas matérias primas vegetais, gorduras animais e óleos residuais. É também criar novas oportunidades de investimento em produção de energia limpa”, disse o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski.
A Ubrabio, entidade que representa mais de 40% da produção do biodiesel nacional, defende o imediato banimento do diesel comum por ser um combustível veneno. E há razões para isto:
- Entre 2008 e 2017, as doenças causadas pela poluição veicular foram as principais causas das hospitalizações que representaram R$ 12,5 bilhões em gastos do SUS. (Fonte: Ministério da Saúde)
Em 2018 as internações por problemas respiratórios consumiram R$ 1,3 bilhão do orçamento da saúde pública. (Fonte: ministério da saúde) - A adição de 10% de biodiesel ao diesel comum ao longo de 2018 contribuiu para aumentar em nove dias a expectativa de vida da população e evitou 244 mortes naquele ano na grande São Paulo, segundo estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) empresa do ministério de Minas e Energia.
- O Brasil consumiu mais de 60 bilhões de litros de diesel fóssil no ano passado. Desse total, mais de 43% foram de diesel comum (S500) – cerca de 25 bilhões de litros. Com isto, 10,5 mil toneladas de enxofre foram lançadas na atmosfera contaminando o ar que respiramos.
- Em contato com a chuva, o enxofre se transforma em ácido sulfúrico, um dos elementos químicos responsáveis pela chuva ácida.
Ao cair sobre as pessoas e entrar em contato com o suor ou a umidade da pele, o enxofre também se transforma em ácido sulfúrico. - Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50 mil pessoas morrem por ano no Brasil em razão da poluição veicular.
Como faz com produtos químicos inadequados ao uso doméstico, agrícola e até industrial, a sociedade brasileira deve rejeitar o diesel comum.
A campanha pelo banimento do diesel comum se alinha às diretrizes da Conferência do Clima (COP 26) que recomenda o fim dos subsídios diretos e indiretos à produção de combustíveis fósseis.