Primeira semana de COP21 traz discussões importantes para ampliar a utilização de energias renováveis, avalia UNICA
São Paulo, 4 de dezembro de 2015 – A primeira semana da 21ª Conferência das Partes (COP-21) ressaltou a importância das energias renováveis para políticas de redução das emissões globais de carbono. Um dos grandes destaques da participação brasileira no evento é a inclusão do etanol e de demais biomassas derivadas da cana-de-açúcar para o cumprimento da Intended Nationally Determined Contributions (INDC) do País, que pretende atingir a participação de 18% de biocombustíveis na matriz energética até 2030. No âmbito mundial, onde mais de 30 países incluíram os biocombustíveis em suas INDCs, Estados Unidos (EUA), União Europeia (UE) e China (CHI), enfatizaram seus compromissos em promover a maior utilização de fontes renováveis em suas matrizes energéticas.
“Nestes primeiros dias de eventos, muito se discutiu a respeito de como transformar estas metas de redução das emissões em realidade. Segundo muitos especialistas, a precificação do carbono é um dos mecanismos mais eficientes para se atingir este objetivo, impulsionando, assim, a inovação tecnológica e a produção de energias renováveis, como o etanol de cana”, destaca a presidente da UNICA, Elizabeth Farina, que além de marcar presença na abertura oficial da Conferência, vem participando de diversos eventos.
Dando sequência à agenda de discussões com foco em sustentabilidade, a UNICA participará na próxima segunda (7/12) do Sustainable Land Use in Brazil, evento que ocorre paralelamente à COP21 e irá discutir o uso sustentável das terras brasileiras. O painel é organizado pela Sociedade Rural Brasileira (SRB) e conta com o apoio de outras instituições como Apex, Embaixada Brasileira na França, banco Credite Agricole, a consultoria francesa de negócios Business France e da CPI (Climate Policy Initiative).
O principal objetivo do encontro é promover internacionalmente a imagem do Brasil como um dos países mais sustentáveis do mundo para atrair investimentos, conciliando ainda mais a produção agrícola e a preservação ambiental. “Hoje, a produção da cana-de-açúcar no Brasil é uma das atividades mais sustentáveis do agronegócio mundial, com benefícios sociais, econômicos e ambientais”, ressalta Farina.
Nova regulamentação para biocombustíveis nos EUA – Na semana em que chefes de Estado de todo o mundo discutem medidas para reduzir as emissões, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) trouxe uma notícia animadora para o segmento, com o anúncio de uma nova regulamentação para participação dos biocombustíveis no país americano.
Em 2016, 68,54 bilhões de litros de combustíveis renováveis avançados deverão ser misturados à gasolina no território dos Estados Unidos. O etanol de cana-de-açúcar, classificado nessa categoria por contar com um poder de reduzir emissões maior se comparado aos seus similares nos EUA e UE, terá uma participação de até 2 bilhões de litros junto com outros biocombustíveis como biogás, bioquerosene, entre outros considerados avançados pelo Padrão de Combustíveis Renováveis (RFS em inglês).