Discurso de Lula em “ato em defesa” da Petrobras não foi apenas incendiário e irresponsável — foi também burro

Publicado em 26/02/2015 15:38
por Ricardo Setti e + blogs de veja.com.br

PETROLÃO: Discurso de Lula, o Grande Impostor, em “ato em defesa” da Petrobras não foi apenas incendiário e irresponsável — foi também burro

Lula falando no ato “em defesa da Petrobras” no Rio: lá pelas tantas, no afã de criticar os adversários, desvalorizou seus próprios feitos (Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo)

O discurso de Lula, o Grande Impostor, pronunciado ontem à noite no ato de “defesa da Petrobras”, no Rio — devidamente em sala fechada, com platéia inteiramente favorável, escolhida a dedo –, não foi apenas incendiário e irresponsável.

Irresponsável ao citar como de alguém de quem se tem “saudades”, o carniceiro Saddam Hussein, falecido ditador do Iraque, durante cujo tempo “se vivia em paz”.

Incendiário quando, ao falar em “defesa da democracia” — quando estão entre eles, os lulopetistas, aqueles que a detestam e desprezam –, disse aquela que é até agora a frase do ano:

– Quero paz e democracia, mas também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stedile colocar o exército dele nas ruas.

Stédile, como se sabe, é João Pedro Stédile, líder dos baderneiros do MST, que zombam da Constituição e das leis, miram-se na revolução cubana, pregam a violência, invadem propriedades e gostam tanto da democracia como os generais da Coreia do Norte.

Lula, portanto – aquele mesmo Lula que jactou-se de que iria “ensinar” a Fernando Henrique Cardoso como deveria se comportar um ex-presidente –, quer “paz e democracia” ameaçando colocar nas ruas um “exército” de baderneiros com apreço ZERO pela democracia.

Mas o discurso foi também burro, de uma burrice pétrea, siderúrgica, de ferro.

O discurso foi burro até a última vogal quando o Grande Embusteiro, batendo de novo na imprensa — desta vez pela forma como vem cobrindo a Operação Lava Jato –, referiu-se a uma suposta “criminalização da ascensão de uma classe social neste país” e sentenciou:

– As pessoas subiram um degrau e isso incomoda a elite.

Não incomoda, não, Grande Embusteiro! Pode incomodar meia dúzia de “mulheres ricas” em reality shows de TV, mas a elite — os industriais, o grande comércio, os banqueiros — ficou FELIZ com a “subida de um degrau” das “pessoas”.

Por uma razão óbvia, gritante, escancarada, conhecida de todos: “subindo um degrau”, as pessoas passaram a consumir mais, a comprar mais, a desfrutar de mais lazer, a movimentar mais dinheiro, chegando até — graças a Deus — a poupar. Isso tudo sob os aplausos mais calorosos dos potentados da elite, que passam a ganhar mais dinheiro.

A “elite” representada, digamos, por donos de grandes supermercados, ficou “incomodada” porque passou a vender muito mais?

A “elite” personificada pelas grandes cadeias de roupas e calçados a preços acessíveis ficou “incomodada” porque seu movimento aumentou consideravelmente?

A “elite” com as vestimentas dos fabricantes de carros populares ou da rede de revendedores de veículos usados ficou “incomodada” porque viu incorporada aos consumidores uma nova classe social?

A “elite” travestida de indústria farmacêutica revelou-se “incomodada” porque milhões de pessoas mais passaram a ter acesso a medicamentos, sobretudo genéricos, como nunca antes?

CLARO QUE NÃO!

Essa “elite” só está furiosa e bufando agora, passado um mandato da presidente Dilma e iniciado o segundo, quando a incompetência, a roubalheira — veja-se o petrolão, vejam-se as obras superfaturadas –, a gastança descontrolada e o desgoverno levaram a inflação a recobrar fòlego, a economia parar de crescer e o fantasma do desemprego tornar a assombrar os brasileiros.

A “elite” está “incomodada” por ter um governo pífio, incompetente, mequetrefe, onde só se salva a equipe econômica, que só Deus sabe quanto tempo se aguentará em pé — uma vez que, passados 56 dias de gestão Dilma, não se viu uma só vez a presidente dizer em alto e bom som que a política de austeridade iniciada pelo ministro da Fazenda dispõe de seu total apoio.

Ao proferir a torrente de asneiras sobre como as “elites” não suportam a ascensão social de brasileiros, Lula desvaloriza seu próprio trabalho, do qual, em outras circunstâncias, tanto se vangloria — ao dizer que não sei quantos milhões de brasileiros saíram supostamente da pobreza, que não sei quantos milhões de brasileiros chegaram “à classe média”.

Trabalho esse, diga-se uma vez mais, a bem da verdade, iniciado com a “rede de proteção social” concebida no governo do presidente Fernando Henrique, com base em políticas que começaram a ser aplicadas, antes da chegada de FHC ao poder, pelo falecido prefeito de Campinas José Roberto Magalhães Teixeira (PSDB), em seu segundo mandato (1993-1996), logo implantadas a partir de 1995 no Distrito Federal pelo então governador e hoje senador Cristovam Buarque (ex-PT, hoje PDT).

Esse aspecto do discurso, portanto, foi duplamente burro.

Quem tiver estômago para ouvir os disparates de Lula — que uma vez mais dividiu os brasileiros, ao acusar furiosamente a “eles” — podem apreciar o vídeo abaixo:

VÍDEO-DESABAFO IMPERDÍVEL DE UM CAMINHONEIRO FURIOSO: não é de hoje, mas ajuda a entender a greve da categoria

Amigos, este post foi originalmente publicado no dia 16 de maio de 2013 — mas já contém um dos germes que explicam a greve dos caminhoneiros ora em curso.

Para evitar matar toda uma família que vinha na contramão numa rodovia federal perto de Diamantino (MT), o caminhoneiro gaúcho desviou sua carreta para fora  da estrada, teve o veículo danificado e perdeu toda a carga que conduzia.

O motorista que dirigia o automóvel responsável pelo acidente sumiu correndo. Coisas do Brasil…

O que o caminhoneiro disse em seguida a um microfone de uma emissora local de TV sobre a incompetência geral do governo e as péssimas condições das estradas federais — com PAC 1, com PAC 2 e com toda a conversa mole que vem de Brasília.

E ajuda a entender porque se estende cada vez mais a greve dos caminhoneiros Brasil afora

O vídeo foi enviado pelo amigo do blog Sidney. Vejam só:

Senador do PSOL pede CPI e e apela à grande mídia para quebrar silêncio sobre brasileiros com conta no exterior via HSBC

Sede mundial do HSBC, em Londres: o vazamento de informações sobre brasileiros com conta no banco em Genebra não repercutiu suficientemente na imprensa brasileira, diz o senador doPSOL  (Foto: Sophie Laslett/The Sunday Times)

Da assessoria de imprensa do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)

Uma CPI no Senado Federal, uma investigação da Receita Federal e da Polícia Federal e um esforço de jornalistas e da mídia para quebrar o silêncio em torno da lista de 8.667 brasileiros com contas no banco HSBC.

Este é o conjunto de medidas propostas pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) hoje, da tribuna do Senado, para desvendar o ‘SwissLeak’, nome do escândalo que envolve mais de US$ 200 bilhões de depósitos em 100 mil contas bancárias vazadas do HSBC em Genebra e que sugerem evasão fiscal e lavagem de dinheiro em nível planetário.

“A denúncia contra o HSBC mostrou o Brasil no topo da cadeia criminosa”, lembrou Randolfe, citando o quarto lugar brasileiro entre os países com maior número de clientes listados no vazamento do HSBC e lembrando a nona posição do Brasil (US$ 7 bilhões) entre os dez países com maior volume de dinheiro depositado.

“Em moeda nacional, isso representa uma quantia equivalente a R$ 20 bilhões, exatamente o que o governo Dilma pretende arrecadar com o pacote de maldades que resume o ajuste fiscal desenhado pelo ortodoxo ministro da Fazenda, Joaquim Levy”, disse Randolfe.

O ‘SwissLeaks’, que ganhou manchetes e espaços generosos nos grandes jornais e revistas do mundo, não teve aqui o mesmo tratamento: “Estranhamente, no Brasil, o caso do HSBC mereceu um estridente silêncio da grande imprensa”, lamentou o senador, lembrando que a pauta do ‘SwissLeaks’ vaza na imprensa brasileira pelo esforço de blogs e blogueiros desvinculados da grande mídia. (…)

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Caso “Swissleaks”: Receita Federal obtém lista com nomes de 342 brasileiros que podem ter lesado o Fisco com contas no exterior

O braço do banco HSBC na Suíça é alvo de investigações sobre fraudes fiscais (Foto: Edgard Garrido/Reuters/

Segundo o órgão do Ministério da Fazenda, a lista traz informações relevantes para a identificação de eventuais ilícitos tributários cometidos por cidadãos brasileiros

De VEJA.com

A Receita Federal informou nesta quarta-feira que teve acesso a uma lista com 342 nomes de brasileiros que supostamente possuem contas bancárias na subsidiária do HSBC na Suíça, objeto da investigação conhecida como Swissleaks. Em nota, o Fisco afirma que a lista traz informações relevantes para a identificação de eventuais indícios da prática de ilícitos tributários.

“A Receita Federal busca agora a obtenção de mais elementos que comprovem integralmente a autenticidade das informações”, informou a Receita, em nota oficial. “As ações em andamento estão articuladas com outros órgãos de prevenção e combate aos crimes de lavagem de dinheiro, como o Coaf e o Banco Central”.

Segundo a nota, já estão em andamento as medidas de cooperação internacional necessárias para obter junto a autoridades europeias a lista oficial e integral dos contribuintes brasileiros com contas bancárias na subsidiária do banco.

Leia mais:
Swissleaks: Empresários de ônibus do Rio estão na lista de clientes do HSBC suíço
Suíça investiga ajuda de HSBC a ex-diretores de Petrobras em desvios da Lava Jato

No dia 13 de fevereiro, o Fisco já havia informado que iria investigar eventuais irregularidades de contribuintes brasileiros com conta no HSBC da Suíça. As suspeitas são de omissão ou incompatibilidade de informações prestadas ao Fisco brasileiro.

A investigação foi motivada pelas informações divulgadas pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo apontando a existência de 6,6 mil contas bancárias abertas no HSBC na Suíça, no período de 1988 a 2006, relacionadas a 4,8 mil cidadãos brasileiros. O saldo em 2006 e 2007 totalizaria 7 bilhões de dólares.

Questionado no início desta semana pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre o procedimento na abertura das contas, o banco enviou uma resposta oficial indicando reconhecer problemas nos controles sobre a origem do dinheiro no passado.

Garantiu, contudo, que desde 2007 “tomou passos significativos para implementar reformas e expulsar clientes que não atendiam aos padrões HSBC”. Segundo o banco, como resultado disso, a instituição na Suíça perdeu quase 70% de seus clientes desde 2007.

(PARA AMPLA COBERTURA DO CASO E DE SEUS ANTECEDENTES, CLICAR AQUI)

 

É para você, leitor! E só para você! O que se noticiou aqui num domingo e o que está em toda parte nesta quinta. Ou: A dupla Cardozo-Janot e a natureza do jogo

Caros leitores,

Este blog foi criado em junho de 2006, depois que a política — a informal, claro! — do PT ajudou a fechar a revista “Primeira Leitura”. A intenção dos companheiros era me tirar no debate. Contribuíram, na prática, para ampliar a minha voz. ELES CONTINUAM SE ESFORÇANDO ATÉ HOJE PARA QUE OS MEUS PATRÕES ME DEEM UM PÉ NA BUNDA. Não gostam de mim, e, quando a esse particular, não posso censurá-los. Inaceitável é que usem instrumentos de pressão do Estado para silenciar aqueles de que não gostam.

Nesses anos, vi muita coisa, passei por muita coisa. Um período difícil foi a Operação Satiagraha, estrelada por um tal delegado Protógenes, que depois virou deputado pelo PC do B, para sumir na poeira do tempo. Havia naquilo uma formidável coleção de ilegalidades e fantasias. No fim das contas, Daniel Dantas, que nunca foi santo, era só personagem da guerra de facções do PT. Se alguém se atrevia a apontar a verdade, era logo tachado de “agente do Dantas”. O banqueiro acabou se entendendo com os petistas, e os companheiros não quiseram mais saber dele. Sim, eu e outros tantos fomos acusados de estar a serviço do banqueiro. Nunca estive com ele. Nunca falei com ele. Não sei o que pensa e o que quer. Tampouco me interessa.

Desqualificar o trabalho alheio é a mais fácil de todas as tarefas.

No domingo — sim, no domingo —, concluí uma apuração que havia iniciado da terça-feira da semana anterior e escrevi um post depois de obter a terceira confirmação inequívoca de um fato, que sintetizei (ou espichei; meus títulos costumam ser enormes) neste título: “A NATUREZA DO JOGO 2 –  A FRASE PERTURBADORA DE JANOT E SUAS CONVERSAS FREQUENTES COM CARDOZO. OU: DENÚNCIA DO MP VAI OU NÃO REVELAR O VERDADEIRO CRIME, JÁ CONFESSADO POR PAULO OKAMOTTO, O FAZ-TUDO DE LULA?”

 

Fui severamente atacado nos comentários por alguns leitores. Como tenho afirmando aqui que as coisas caminham para que empreiteiros tenham penas severas e políticos, uma vez mais, saiam livres, leves e soltos, alguns tolos resolveram me acusar de estar a serviço dos companheiros do concreto armado — os mesmos que, ao longo de 13 anos, têm financiado largamente os petistas. Mas não só eles: também os banqueiros, os industriais, os comerciantes… O PT é hoje um conglomerado de interesses privados que só tem um adversário: o povo que trabalha e arrecada impostos.

Pois bem. Leio, agora, na Folha, o seguinte título:

No texto, Vera Maglhães e Bruno Boghossiam informam:
“O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o procurador-geral da Republica, Rodrigo Janot, se reuniram na noite desta quarta-feira (25) no gabinete da PGR. O encontro não constou da agenda de nenhuma das duas autoridades. A reunião ocorreu às vésperas da apresentação, por Janot, da denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra políticos no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.”

Aí volto ao meu texto de domingo.

Lá eu informo que Cardozo anda se encontrando com Janot:

Lá eu afirmo que Janot não pode estar preocupado em administrar a denúncia para amenizar a crise política:

 

Lá eu informo que Janot deu graças a Deus por, segundo ele, não ter encontrado nada contra Lula e Dilma:.

 

Lá eu informo a possibilidade de trunfar a mentira escandalosa de o petrolão ser considerado apenas mais um esquema de assalto aos cofres públicos, eliminando-lhe o caráter político, que diz respeito a uma forma de conquista do Estado.

 

Os que cometeram crimes que paguem, respeitado o devido processo legal, sejam políticos, empreiteiros, açougueiros, sei lá o quê. Não conheço empreiteiros. Não sou nem nunca fui amigo de nenhum deles. Vou continuar a fazer o meu trabalho. Sempre que eu achar que o estado de direito está sendo agredido — e pouco me importa se o objeto dessa agressão é um santo ou um canalha —, vou continuar a denunciar, a manifestar meu inconformismo. O estado de direito existe pra freiras e para putas. Para inocentes e para culpados. Não entender isso corresponde a ignorar um princípio fundamental da civilização. Não entender isso é ser um súdito moral do Estado Islâmico.

Os que vieram aqui me atacar anunciando que não vão mais ler o blog, em razão do post sobre Janot ou de outro qualquer, me farão um grande favor se não voltarem. Outros insatisfeitos podem e devem fazer a mesma coisa. Usem o meu critério: ou leio coisas que me dão prazer ou que, mesmo desagradáveis, são úteis ao meu trabalho. Se o blog nem dá prazer nem é útil, pra que perder tempo comigo?

Escrevo o que apuro, escrevo o que penso, escrevo o que acho certo. Durante a Operação Satiagraha, as “vanguardas do não” eram mais poderosas do que agora. E não me fizeram mudar de ideia.

Para encerrar
O Ministério Público vai ou não fazer o acordo de delação premiada com Ricardo Pessoa? Ele tem como evidenciar que doou R$ 30 milhões clandestinamente ao PT, R$ 10 milhões dos quais para a campanha de Dilma Rousseff. Janot está ou não interessado no que ele tem a dizer? Até quando a prisão preventiva de Pessoa — e dos demais empreiteiros — será usada como instrumento de pressão para esconder a verdadeira natureza do jogo e para provar uma tese que livra a cara dos petistas?

Não gostou do que leu, leitor? Vá embora daqui! Vá procurar o que o faz feliz. Não gostou, mas considera útil a seu trabalho e a seu pensamento? Aí é com você.

Continuarei a dizer o que penso. E a tratar da natureza do jogo.

Obrigado!

Por Reinaldo Azevedo

 

Oliver: Não vê quem é idiota

VLADY OLIVER

Gostaria de tecer uma pequena colcha com os retalhos que podemos ler por aqui mesmo e que abundam no território da blogosfera:

Empreiteiros reclamam que o governo aproveita o Petrolão para não pagar ninguém, apostando na desordem institucional.

Ministros tentam melar o Petrolão na surdina. Ninguém sabe ao certo até agora quem são os políticos envolvidos na lambança, embora os capitalistões continuem presos preventivamente, obrigados a evacuar em reuniões constrangedoras, na frente uns dos outros.

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Fonte: Blogs de veja.com.br

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