Com comprador mais retraído, mercado doméstico de algodão apresentou poucos negócios
O mercado físico de algodão teve uma semana com poucos negócios, com o comprador mais retraído. Com o aumento do beneficiamento do algodão, há mais oferta. Por isso, o comprador anda mais quieto, informou a SAFRAS Consultoria.
A indústria andou descolada do referencial externo e trabalhou da mão para boca. O valor do algodão posto no CIF em São Paulo ficou em R$ 4,02/libra-peso no dia 26, mantendo a base em relação ao dia 25.
Já no FOB do porto de Santos a pluma de algodão teve uma quinta-feira (26) de leves ganhos e encerrou cotada a 77,70 centavos de dólar. Ante ao contrato de maior liquidez (dezembro/23) negociado na Ice Futures US, a pluma brasileira apresentou um valor de 8,14% inferior, contra 6,26% inferior do dia anterior. Na semana ficou 5,64% inferior. Diante desses valores, o produtor busca ficar mais competitivo. Com isso, o prêmio pago pelo algodão na Bolsa de Nova York ficou indicado em -6,89 centavos/libra-peso contra o vencimento dezembro/23 na ICE US.
Dados da Abrapa indicam que até e último dia 19 de outubro foram beneficiados 69% da safra de algodão 22/23 (comercial 23/24) no Brasil, contra 64% na semana anterior. Na Bahia 86% da safra já foi beneficiada (81% na semana anterior) e no Mato Grosso 62% (58%).
Custo Operacional Efetivo
Segundo o Projeto Rentabilidade, do Senar-MT, o Custo Operacional Efetivo (COE) do algodão para a safra 2023/24, em setembro/23, ficou estimado em R$ 13.887,38/ha, recuo de 24,73% ante o registrado na safra passada. Esse cenário é pautado, principalmente, pela diminuição registrada no custo com macronutrientes, que exibiu baixa de 40,09% no comparativo entre as safras.
Além disso, as despesas com classificação/beneficiamento reduziram 59,16%, no mesmo comparativo, devido à desvalorização observada nos preços do caroço. Diante desse panorama, e levando em consideração o preço ponderado da comercialização da safra 2023/24, atualmente, o produtor consegue cobrir o seu COE.
Por fim, é importante que o cotonicultor se atente às oscilações dos preços futuros, para que consiga aproveitar as melhores oportunidades do mercado para negociar o seu produto. As informações constam no Boletim Semanal do Imea – Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola.