Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão 26/08/22
- Destaque da Semana – Na semana que marca os 6 meses da guerra na Ucrânia, o mercado de algodão teve semana volátil e de pequena alta. Atenções voltadas aos eventos climáticos extremos em várias partes do planeta e à desaceleração da atividade econômica nas grandes economias.
- Algodão em NY – O contrato Dez/22 fechou ontem a 114,11 U$c/lp (+1,25%). Referência para a safra 2022/23, o contrato Dez/23 era cotado a 87,51 U$c/lp (+1,05%) e o Dez/24 a 88,58 U$c/lp* (+1,22%) para a safra 2023/24.
- Preços - Ontem, (25/08), o algodão brasileiro estava cotado a 136,25 U$c/lp (+50 pts) para embarque em Nov-Dez/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook).
- Altistas 1 – Além da seca, agora fortes chuvas estão caindo em todo o Delta do Mississipi (EUA), ameaçando a colheita de algodão. Estados como Mississippi e Louisiana já têm pelo menos 35% das lavouras com capulhos abertos na última segunda-feira.
- Altistas 2 – Situação continua crítica nas lavouras dos EUA. No estado com maior área de algodão, o Texas, 59% da safra está em condições ruins devido à seca – acima dos 40% da semana passada.
- Altistas 3 – O relatório semanal de progresso da safra americana indicou que esta é a pior safra da série histórica em termos de lavouras consideradas boas a excelentes.
- Baixistas 1 – Nesta sexta, o presidente do Fed, Jerome Powell, fará um esperado discurso no encerramento do simpósio econômico em Jackson Hole, Wyoming. A tendência é que ele mantenha a defesa de aumento dos juros como principal instrumento de combate à inflação.
- Baixistas 2 – Atividade comercial nos EUA contraiu pelo 2º mês consecutivo. É o menor nível desde maio/20. A economia desacelerou em 19 países da zona do Euro devido à inflação de energia e alimentos.
- Baixistas 3 – Na Ásia, produção japonesa encolheu, setor de serviços da Austrália contraiu e a China se depara com crise imobiliária e os efeitos desaceleradores da rígida política de Covid Zero.
- Baixistas 4 – Com a desaceleração da atividade econômica, alguns dos principais varejistas mundiais estão, segundo relatos do mercado, reduzindo pedidos, o que indica redução de demanda.
- China - Sofrendo seca e aquela que já é a onda de calor mais forte de pelo menos os últimos 60 anos, Pequim aumentou a restrição de eletricidade a várias fábricas, áreas residenciais e shopping centers.
- China 2 - A produção de algodão provavelmente não será muito impactada, pois a principal região produtora (Xinjiang) foi menos afetada pelo clima, mas a produção de alimentos do país terá queda.
- Austrália - A Austrália comemora a produção de 1,2 milhão de toneladas de algodão na safra 2022. Com o boicote Chinês à pluma Australiana, o país tem focado na diversificação de mercados como Indonésia, Vietnã e Turquia.
- Paquistão - Temperaturas altas, chuvas fortes e infestação de pragas indicam safra menor de algodão no ciclo 2022/23 no Paquistão. O Cotton Outlook reduziu a projeção para 1,240 milhão de toneladas.
- Coreia do Sul 1 - No ciclo 2021/22, a Coreia do Sul importou 121,5 mil tons de algodão contra os 121 mil tons na temporada anterior. O Brasil manteve-se o principal fornecedor, com 50,1 mil tons embarcadas, segundo a Cotlook.
- Coreia do Sul 2 - Porém, o destaque no ano comercial foi a retomada das compras de pluma australiana – de 2,2 mil tons em 2020/21, os sul-coreanos importaram 19,8 mil tons em 2021/22.
- ICAC – A Abrapa recebeu nesta semana representantes do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC), que conheceram o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), em Brasília, e também as ações desenvolvidas pela associação.
- Safra 2023 1 - Em relatório de perspectivas para a Agropecuária 2022/23 divulgada nesta semana, a Conab projeta ampliação de 1,9% na área plantada de algodão, chegando a 1,632 milhão de hectares.
- Safra 2023 2 - Prevendo uma produtividade de 1.790 kg/ha a produção foi estimada em 2,92 milhões de toneladas.
- Exportações - O Brasil exportou 29,9 mil tons de algodão nas três primeiras semanas de agosto/22. A média diária de embarque é 13,5% inferior quando comparado com agosto/21.
- Colheita 2021/22 - Até ontem (25/08): BA (94%); GO (94%); MS: (100%); MT (97%); MG (85%); SP (99%); PI (97%); MA (58%); PR (100%). Total Brasil: 95% colhido.
- Beneficiamento 2021/22 - Até ontem (25/08): BA (56%); GO (61%); MA (20%) MS (52%); MT (35%); MG (55%); SP (99%); PI (37%); PR (100%). Total Brasil: 40% beneficiado.