Fialgo alerta sobre o manejo do bicudo no início da safra
O Fundo de Incentivo à Cultura do Algodão em Goiás (Fialgo) é responsável pelo projeto de controle e monitoramento do Bicudo-do-algodoeiro em Goiás. A publicação mais recente alerta sobre o manejo do bicudo no início da safra 2020/2021 no estado de Goiás. Confira:
Situação atual do bicudo do algodoeiro
Com o atraso e os baixos volumes de chuvas ocorridos no início do período chuvoso nesta safra, observou-se que as medidas adotadas pelos produtores no controle de soqueiras e de manejo de plantas voluntárias nas lavouras em sequência ao algodão não apresentaram bons resultados.
Os mesmos problemas são vistos nas estradas de acesso às propriedades, beiradas de carreadores e nas rodovias que cortam o estado, devido à seca inicial, houve atraso nas germinações de plantas voluntárias nos meses de setembro e outubro e, em novembro e dezembro com maior volume de chuvas, ocorreu uma concentração da emergência fazendo com que houvesse uma maior quantidade de plantas voluntárias em todo o Estado, dificultando e provocando atrasos nas operações de arranquio.
Arranquio das plantas de algodão nas margens das rodovias
O Projeto de Controle de Bicudo de Goiás tem uma equipe dedicada em tempo integral ao arranquio das plantas involuntárias de algodão nas margens das rodovias que cortam as regiões produtoras de algodão em Goiás.
Baixa Captura nas Armadilhas
As baixas capturas de adultos de bicudo nas armadilhas que temos observado na maioria das fazendas não pode ser creditada à baixa população da praga e, sim pela presença de plantas voluntárias que são mais atrativas e preferenciais da praga, exigindo por parte do produtor, ações para mitigar o problema.
Medidas recomendadas para o combate à praga
Atualmente são vistas plantas de algodão com estruturas reprodutivas e, muitas destas já estão sendo atacadas pelo bicudo do algodoeiro, fazendo com que tenhamos que nos preocupar com esta praga mais precocemente, e a imediata adoção de medidas de controle para impedir a evolução precoce da praga nas lavouras de algodão.
Entre estas medidas, recomenda-se:
- Retirada imediata de plantas voluntárias de algodão nas beiras de carreadores, estradas de acesso às propriedades e nos talhões onde foi plantado algodão na safra passada (onde for possível).
- Monitorar a presença do bicudo do algodoeiro nos botões florais das plantas voluntárias nos talhões plantados com algodão na safra passada.
- Utilizar inseticidas eficientes no controle do bicudo do algodoeiro nas lavouras em sequência ao algodão, respeitando o intervalo de cinco dias para evitar que a praga se prolifere.
- Na dessecação das culturas como soja e feijão após algodão, utilizar inseticidas eficientes para o controle de bicudo do algodoeiro.
- Efetuar uma segunda aplicação de herbicida após a dessecação para controle de plantas voluntárias nas áreas onde foi plantado algodão na safra anterior.
- Nas áreas de algodão safra que já possuem estruturas reprodutivas, ao se dessecar os talhões com outras culturas e cultivadas em sequência ao algodão, efetuar uma bateria de 3 aplicações em área total, com intervalos de até 3 dias, iniciando com até 3 dias após a dessecação das áreas para controlar a praga que migrará para os talhões de algodão e que estão aptas a fazerem posturas ao chegar nos talhões de algodão.
Vale ressaltar que este bicudo migrante, tende a se espalhar por todo o talhão não ficando restrito às bordaduras. É muito importante controlar os bicudos migrantes como uma estratégia fundamental para um bom manejo da praga.
Os bicudos que nascerem após a dessecação terão primeiro que se alimentar de estruturas reprodutivas para só depois estarem maduros para ovopositar. Para o controle destes bicudos, recomenda-se que seja feito uma segunda bateria de 3 aplicações, com intervalos de até 5 dias.
- Nas áreas de algodão safra e que ainda não possuem estruturas reprodutivas no momento da dessecação das lavouras dos talhões em sucessão ao algodão da safra anterior, efetuar pelo menos duas aplicações antes de B1 e depois continuar com a bateria de 3 aplicações, com intervalo de até 5 dias.
- Nas áreas onde será plantado o algodão safrinha após as dessecações das lavouras em sequência ao algodão, efetuar 5 aplicações, devendo iniciar pelo menos duas antes de B1 e depois continuar com a bateria de 3 aplicações, com intervalo de até 5 dias.
Vale ressaltar que a situação que estamos vivendo neste início de safra é uma das maiores ameaças que enfrentaremos no manejo desta praga e é muito importante a adoção de medidas rígidas de controle no início da safra para evitar o comprometimento da safra 2020/2021.