Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão - 14/08
Algodão em NY - Despois da desastrosa sexta-feira passada, quando tivemos uma queda de quase 250 pontos no mercado, esta semana foi marcada, até aqui, por pouca volatilidade, apesar do relatório foi baixista do USDA de quarta-feira. O contrato dez/20 fechou ontem a 62,99 centavos de dólar por libra-peso (c/lp), com queda de 2,9% nos últimos sete dias.
Altistas 1 - O relatório Crop Progress, do USDA, desta semana (10/8), indicou, mais uma vez, um declínio de lavouras classificadas como Boas + Excelentes, em 3pp, para 42%. O total de lavouras Ruins+Péssimas é de 23%, contra somente 10% da última safra e 16% da semana anterior. Na próxima segunda, sai mais um relatório.
Altistas 2 - Outra importante sustentação do mercado de algodão esta semana veio do mercado de milho. Preocupações climáticas, aliadas a compras chinesas, fizeram o mercado de milho ganhar 5% na semana, puxando outras commodities agrícolas.
Baixistas 1 - O relatório mensal de oferta e demanda do USDA, divulgado nesta quarta, aumentou a produção 2020/21 em 279 mil toneladas, para 25,6 milhões, em relação às estimativas feitas pelo órgão no mês passado. Além disso, o consumo global foi reduzido em 270 mil toneladas, para 24,6 milhões. Este consumo é quase dois milhões de toneladas menor que a média dos dois últimos anos pré-pandemia (2017/18 e 2018/19)
Baixistas 2 - Ainda em relação às projeções do órgão feitas no mês anterior, o relatório do USDA aumentou as estimativas para os estoques finais mundiais 2020/21 em 465 mil tons, para 22,8 milhões de toneladas. A relação estoque/uso para 2020/21, que estava estimada pelo órgão em 89,9%, em seu relatório de julho, subiu para 93%, no relatório deste mês.
Análise USDA - Os números de safra dos EUA do relatório de oferta e demanda do USDA deste mês foram baseados nas condições de 1º de agosto. Portanto, não refletem a crescente deterioração das lavouras dos EUA, como mostram os relatórios semanais. Há indicativos de que a produtividade recorde estimada (70@ pluma/ha) no relatório deva cair, e o abandono (24%) pode aumentar ainda mais.
Acordo Comercial USA/China – Passados sete meses da assinatura da Fase 1 do acordo comercial EUA-China, negociadores dos dois países se reunirão amanhã, por videoconferência, para revisar os termos. A relação entre os dois países é cada vez mais tensa e os resultados desta reunião são aguardados com expectativa.
China 1 - Os leilões de algodão das reservas estatais chinesas (China Reserve) mantêm uma taxa de sucesso de 100%, com um vendas acumuladas de 270 mil toneladas.
China 2 - Dados divulgados hoje mostram que o setor industrial chinês segue se recuperando dos efeitos do coronavírus. Dados de julho mostram que, enquanto o varejo ainda não se recuperou, com crescimento negativo de 1,1% em relação ao ano anterior, o setor industrial foi o destaque, com expansão de 4,8% na produção.
Índia - O maior produtor mundial de algodão vendeu hoje, através do órgão estatal CCI, mais 37,5 mil toneladas de algodão. Nas últimas seis semanas, a CCI vendeu 575 mil toneladas de algodão. O algodão indiano é o mais barato do mundo. Os indianos continuam reclamando muito de que o USDA está superestimando seus dados de estoques e produção.
Colheita brasileira - A Abrapa informou o progresso da colheita da safra 2019/20 de algodão no Brasil, até ontem: Mato Grosso: 74%; Bahia: 57%; Goiás: 74%; Minas Gerais: 64%; Mato Grosso do Sul: 98%; Maranhão: 65%; Piauí: 70%; São Paulo: 95%; Tocantins: 57% e Paraná: 99%. Média Brasil = 71% colhidos.
Beneficiamento - A Abrapa informou o progresso do beneficiamento da safra 2019/20 de algodão no Brasil, até ontem: Mato Grosso: 22%; Bahia: 17%; Goiás: 22%; Minas Gerais: 20%; Mato Grosso do Sul: 30%; Maranhão: 20%; Piauí: 21%; São Paulo: 91%; Tocantins: 17% e Paraná: 99%. Média Brasil: 21% beneficiado.
Exportações brasileiras - De acordo com dados do Secex, as exportações brasileiras de algodão em pluma totalizaram 24,4 mil toneladas, na primeira semana de agosto. Este é mais um ótimo número, e mostra uma tendência de que os embarques devem mais que dobrar o recorde do mês de agosto, de 45,3 mil toneladas em 2019.