Exportação de algodão da Índia sofre com preço fixado, favorecendo Brasil e EUA
Por Rajendra Jadhav
JALGAON, Índia (Reuters) - Operadores indianos estão enfrentando dificuldades para assinar contratos de exportação de algodão para a nova temporada, uma vez que os preços locais figuram acima dos valores globais depois de Nova Délhi elevar o preço mínimo de compra para apoiar agricultores, disse um membro do setor.
Menores exportações pelo maior produtor mundial de algodão na temporada 2019/20, que começa em 1º de outubro, podem sustentar os preços globais e ajudar rivais, como Estados Unidos e Brasil, a aumentarem seus embarques para compradores-chave na Ásia, como Vietnã, Bangladesh e Paquistão.
"A oferta indiana não está competitiva devido aos preços mais altos. Compradores estão dando preferência ao Brasil e aos EUA", disse à Reuters o diretor-gerente da exportadora D.D. Cotton, Arun Sekhsaria.
O algodão indiano está sendo ofertado a cerca de 77 centavos de dólar por libra-peso, incluindo custo e frete (C&F), a compradores em Bangladesh e Vietnã para embarques entre novembro e dezembro, ante os cerca de 70 centavos de dólar cobrados pelo algodão de EUA e Brasil, disseram operadores em uma conferência.
Os operadores normalmente fecham contratos para exportar cerca de 800 mil fardos antes do início da temporada (1º de outubro), mas neste ano eles conseguiram vender apenas cerca de 300 mil fardos, disse um operador de uma comercializadora global em Mumbai.
"Bangladesh, Vietnã e outros compradores asiáticos adquiriram algodão indiano a cerca de 77 centavos de dólar, mas agora até eles estão se voltando para Brasil e EUA", afirmou.
A Índia elevou o preço mínimo para compra de seu algodão em 38% em dois anos, para 5.500 rúpias por 100 kg, mesmo com as cotações internacionais operando em seus menores níveis em três anos e meio.
(Reportagem de Rajendra Jadhav)