Chega ao fim a colheita do algodão no oeste da Bahia

Publicado em 28/09/2018 17:34

As máquinas pararam no oeste da Bahia, com o término da colheita de algodão, já considerada, como uma super safra. Em meados de setembro, nas áreas onde ainda restavam plantações, o trabalho foi intensificado e teve agricultor que chegou a colher no período da noite. Agora, 100% da safra da região está colhida e pronta para ser comercializada, com resultados bastante animadores em produtividade e qualidade da fibra. De acordo com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), o estado colheu nesta safra 1,270 milhão de toneladas de algodão (caroço e pluma), 370 mil a mais que na última safra. Os produtores plantaram emuma área total de 263.692 mil hectares em toda a Bahia, um incremento de área de 30,77% em relação à safra passada.  A região oeste é responsável por 96% da produção de algodão da Bahia, que é o segundo maior produtor da fibra no Brasil, atrás somente do Mato Grosso. A colheita na Bahia obedece ao prazo limite do dia 20 de setembro, quando inicia o período do vazio sanitário do algodão, e, por 60 dias, os cotonicultores devem eliminar todos os restos culturais do campo a fim de evitar a proliferação de pragas, principalmente o bicudo do algodoeiro.

O presidente da Abapa, Júlio Busato avalia que após quatro anos amargando resultados negativos, desde a safra passada os produtores do oeste começam a recuperar as perdas. “Em 2017 tivemos uma safra muito boa e este ano, acabou sendo a melhor da história. Isso é muito bom e vem em um bom momento para que os produtores possam sanar dívidas do passado e pensar em novos investimentos como máquinas e sementes, por exemplo”, diz.  Ele acrescenta que os resultados são creditados às chuvas regulares e ao trabalho consistente desenvolvido em campo no combate a pragas, por meio do programa fitossanitário da Abapa.  A produtividade média das lavouras é considerada recorde pela segunda safra consecutiva, acima das 322 arrobas/hectare.

Outro ponto destacado por Busato é a contrapartida que uma safra de excelência aliada ao trabalho sério dos produtores deixa para o Estado. “Esses 263 mil hectares cultivados este ano contribuíram com R$ 4bilhões Valor Bruto da Produção (VPB), isso sem falar nos 40 mil empregos gerados direta e indiretamente pela cadeia produtiva do algodão”. Com a previsão da regularidade do ciclo de chuvas e da cotação do mercado, a próxima safra de algodão já prevê um crescimento de área, saindo dos 263,6 para 330 mil hectares, em um incremento de 25,5%. A expectativa é que gradualmente no prazo das três próximas safras, a região possa retornar à capacidade instalada para a produção da fibra, que era de 400 mil hectares, antes da crise de chuvas e de pragas que reduziram a produtividade gerando uma descapitalização e o aumento no endividamento dos produtores. A atual safra de algodão da Bahia deve abastecer principalmente a indústria têxtil brasileira, sendo o restante dela, cerca de 40%, destinada para o mercado externo para os países asiáticos.

Fonte: Araticum

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Chuvas favorecem mais o algodão do Mato Grosso do que da Bahia Chuvas favorecem mais o algodão do Mato Grosso do que da Bahia
Capacitação intensiva forma novos inspetores para atuar em usinas de beneficiamento de algodão de Minas Gerais Capacitação intensiva forma novos inspetores para atuar em usinas de beneficiamento de algodão de Minas Gerais
Algodão/Cepea: Oferta limitada e bom ritmo das exportações mantêm preços da pluma em alta
Abapa participa da Water for Food Global Conference em Nebraska (EUA)
Algodão/Cepea: Participação dos embarques brasileiros é a maior da história
StoneX projeta leve aumento na safra 2024/25 de algodão, puxado pelo MT