Mercados derretem em semana de tensão com economia global

Publicado em 05/08/2011 19:08 e atualizado em 05/08/2011 19:51
analise da semana pela Agencia Enfoque


 
  
 

Os mercados acionários de todo mundo abriram agosto acumulando perdas de grandes proporções. O temor dos investidores é que a economia global sofra um grave novo período de crise, uma vez que os Estados Unidos vão cortar gastos para reduzir seu endividamento.

No começo da semana, a apreensão dos investidores estava voltada para o acordo entre a Casa Branca e o Congresso para aprovar um novo limite do endividamento. No entanto, o acordo teve efeito contrário nos investidores, que agora temem por um longo período de recessão nos EUA.

Com este cenário, a palavra de ordem para os investidores foi: aversão ao risco. Com isso, bilhões de dólares foram tirados dos mercados de ação de todo o mundo. Em relação ao real, a moeda americana registrou importante valorização, mas sem grandes saltos.

Outro fator que movimentou as bolsas foi a notícia que o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, teria pedido demissão. As informações é que ele deve permanecer no cargo até o fim do mandato de Barack Obama.

 
   
 Cenário Externo 
 

A agenda da semana começou com destaque para alguns dados importantes. Entre eles, o índice de atividade manufatureira nos EUA no mês de julho caiu 4,4 pontos, para 50,9 pontos, ficando pouco acima da linha dos 50 pontos e também menor que a aposta do mercado de 54,3 pontos. Os dados foram divulgados pelo Institute for Supply Management.

Além disso, os gastos com construção avançaram 0,2% em junho, de acordo com o Departamento de Comércio do país. O resultado veio acima do esperado, de estabilidade. Na comparação anual, os gastos recuaram 4,7%.

O grande destaque da terça-feira ficou para aprovação do teto da dívida americana. Em pronunciamento, o presidente Barack Obama destacou a aprovação do o novo limite, mas reafirmou que a luta para cortar gastos é longa. No fim do pregão, um analista da Fitch destacou que os números da economia dos EUA são preocupantes e não decartou uma revisão do rating no final do mês.

Na quarta-feira, surgiram os primeiros números do mercado de trabalho americano da semana. Entre eles, o setor privado gerou em julho 114 mil vagas de trabalho, informou a consultoria ADP. O resultado veio muito acima do esperado, de abertura de 86 mil vagas. Em junho, o número de vagas criadas foi revisado para 145 mil, contra estimativa anterior de 157 mil.

Já os pedidos às fábricas caíram 0,8% para um total de US$ 440,7 bilhões em junho, os números são do Departamento de Comércio do país. Os dados de maio foram revisados para 0,6%, contra 0,8% divulgado anteriormente. O mercado estimava para julho queda de 1,0%.

No caso do índice de atividade do setor de serviços, houve queda para 52,7 pontos em julho, após ter registrado 53,3 pontos em junho. Os dados foram divulgados pelo Institute of Supply Management. O mercado estimava uma queda pouco menos acentuada, para 53 pontos.

Na quinta-feira, destaques para os novos pedidos de auxílio-desemprego, que recuaram em 1 mil na semana passada, para total de 400 mil solicitações, informou o Departamento de Trabalho do país. Na semana passada, o resultado foi revisado de 398 mil para 401 mil.

Finalmente, na sexta-feira, os dados oficiais do país referentes ao mercado de trabalho. A economia do país gerou em julho 117 mil vagas, com taxa de desemprego de 9,1%, contra 9,2% de junho. Parte do resultado apresentado pelo Departamento de Trabalho é reflexo do fato de 193 mil americanos terem deixado a força de trabalho. Os dados de maio e junho foram revisados para cima, com os dois meses gerando 56 mil vagas de trabalho.

Em Wall Street, as perdas da semana foram fortemente sentidas. No caso do índice Dow Jones, o recuo acumulado foi de 5,8% aos 11.444,6 pontos. No caso do S&P 500, a queda foi mais acentuada, 7,1%, aos 1.199,37 pontos.

 
   
 

Confira os gráficos:

 
   
 

 
   
 Cenário Interno 
 

No Brasil, em um período de tensão nos mercados acionários, mais uma vez o destaque da agenda ficou para os índices de inflação. O IPC-S de julho apresentou variação de -0,04%, 0,07 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada na última divulgação.

Já o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou, em junho, -0,66% em comparação com o mês anterior, resultado inferior ao alcançado em maio (-0,46%). Ao comparar o mês atual contra o mesmo mês do ano anterior, os preços variaram 4,89% em junho e 5,69% em maio. Já a variação acumulada em 2011 foi de 0,55% em junho e 1,22% no mês anterior. O IPP mede a evolução dos preços de produtos "na porta de fábrica", sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação.

No caso do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na cidade de São Paulo, houve avanço no encerramento de julho, com alta de 0,30% ante 0,01%.

Finalmente, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA do mês de julho apresentou resultado de 0,16%, bem próximo da taxa de 0,15% registrada no mês de junho. O resultado do ano fechou em 4,04%, acima da taxa de 3,10% relativa a igual período de 2010. Considerando os últimos doze meses, o índice situou-se em 6,87% e ficou acima dos 6,71% relativos aos doze meses imediatamente anteriores.

O mercado brasileiro sentiu mais o momento de aversão ao risco. Com isso, o Ibovespa perdeu em cinco dias 9,9% e encerrou a semana aos 52.949 pontos.

 
   
 

Confira o gráfico, além das maiores altas, baixas e as ações mais negociadas da semana:

 
   
 

 

 
 As maiores altas da semana 
 
ATIVOCÓDIGOÚLTIMOVARIAÇÃO
USIMINASUSIM322,194,67%
TIM PART S/ATCSL39,372,97%
AMBEVAMBV446,251,00%
COPELCPLE637,550,40%
 
   
 As maiores baixas da semana 
 
ATIVOCÓDIGOÚLTIMOVARIAÇÃO
MARFRIGMRFG312,13-20,20%
MMX MINERMMXM36,55-19,33%
GOLGOLL49,83-18,08%
FIBRIAFIBR315,55-16,26%
LLX LOGLLXL33,63-16,17%
 
   
 Mais negociadas da semana 
 
ATIVOCÓDIGOÚLTIMOVOLUMESEGMENTO
VALEVALE5R$ 40,233.436.022.720,00Minerais Metálicos
PETROBRASPETR4R$ 20,182.169.750.880,00Exploração e/ou Refino
ITAUUNIBANCOITUB4R$ 28,302.052.348.896,00Bancos
OGX PETROLEOOGXP3R$ 11,001.254.192.544,00Exploração e/ou Refino
VALEVALE3R$ 44,001.092.005.360,00Minerais Metálicos
 
   
 Dólar: 
 

Na pior semana para os mercados financeiros desde o auge da crise em 2008, o dólar comercial sofreu valorização. No entanto, ao contrário de outros momentos de tensão, a moeda americana não foi vista como a melhor opção para a busca de investimentos de baixo risco.

Com isso, a alta acumulada na semana foi de 2,2% a R$ 1,5860.

 
 Confira o gráfico: 
  
   
 

Enfoque Informações Financeiras

 
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Em veja.com.br:

Bovespa fecha estável, mas acumula perda de 10% na semana

Mercados tiveram uma das piores semanas desde a quebra do Lehman Brothers em 2008

Bovespa fecha sexta em alta, mas acumula perdas de 10% na semana (Marcelo Justo/Folhapress)

Em 2011, a queda acumulada da Bovespa já soma 23,60%

Apesar de ter oscilado fortemente durante o pregão e fechado com alta de 0,26%, aos 52.949 pontos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acumulou perdas de 10% durante esta semana, acompanhando as quedas registradas nas principais bolsas ao redor do mundo. As preocupações com a economia americana e a possibilidade de uma nova recessão global levaram pânico aos mercados financeiros, que tiveram uma das piores semanas desde a quebra do banco Lehman Brothers, em 2008.

Em 2011, a queda acumulada da Bovespa já soma 23,60%. Na quinta-feira, a bolsa haviadespencado 5,72%

No Brasil, as blue chips tiveram quedas bastante acentuadas e prejudicaram o comportamento do índice Bovespa. Petrobras ON, -1,92%, Petrobras PN, -2,28%, caindo 12,83% e 13,38% na semana, na mesma ordem. Na esteira da queda dos metais, Vale ON perdeu 2,44% e Vale PNA, -2,50%. Na semana, recuaram, respectivamente, 12,32% e 11,80%. O setor siderúrgico, nesta sexta, mostrou resistência e subiu, já que é um dos mais castigados no ano. Gerdau PN, +0,90%, Metalúrgica Gerdau PN, estável, Usiminas PNA, +5,84%, e CSN ON, +1,33%.

Segundo um consultor de investimentos de um grande banco doméstico, a volatilidade da sessão deve se manter na próxima semana, assim como a trajetória de baixa. "Os investidores estão à espera de uma luz no fim do túnel, mas eles não sabem de onde ela viria", afirmou.

O evento do dia era o nível de emprego ("payroll") nos Estados Unidos e ele foi o responsável por parte do alento visto nas bolsas, ao mostrar criação de vagas em julho acima das previsões (117 mil, ante estimativa de 75 mil). Surpreendeu ainda a taxa de desemprego nos EUA, que tinha previsão de estabilidade em 9,2%, mas recuou para 9,1%. O mercado de ações reagiu momentaneamente em alta, caindo em seguida com o temor de a economia dos EUA voltar à recessão.

Nos EUA, a sexta foi marcada por um zigue-zague nas principais bolsas. A Dow Jones fechou em alta de 0,5%, resgitrando queda de 5,8% na semana - a pior desde outubro de 2008. A S&P 500 caiu 0,94% no dia e 7,2% em relação à última sexta-feira, encerrando sua pior semana desde novembro de 2008. A Nasdaq caiu 0,94%, com queda de 8,1% na semana. 

Na Europa, a semana também foi turbulenta. Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 recuou nesta sexta-feira 2,71%, para 5.246,99 pontos. Em Paris, o CAC 40 perdeu 1,26%, para 3.278,56 pontos. Na Bolsa de Frankfurt, o Xetra DAX fechou em baixa de 2,78%, a 6.236,16 pontos. Na semana, o Xetra DAX liderou a queda entre esses três índices, recuando 12,89%, seguido por CAC 40 (-10,70%) e pelo FTSE 100 (-9,77%).

Em Milão, o índice FTSE MIB caiu 0,62%, para 16.028,80 pontos. O IBEX 35, da Bolsa de Madri, recuou 0,18%, para 8.671,20 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve queda de 1,20%, para 6.249,21 pontos. O ASE, da Bolsa de Atenas, perdeu 2,25%, para 1.062,00 pontos.

Na semana, esses quatro índices também acumularam queda, liderados pelo FTSE MIB, que caiu 13,04%, seguido por ASE (-11,80%), IBEX 35 (-9,96%) e PSI 20 (-9,34%).

(Com Agência Estado)

Fonte: Ag. Enfoque/Veja

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