Mercados derretem em semana de tensão com economia global
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Bovespa fecha estável, mas acumula perda de 10% na semana
Mercados tiveram uma das piores semanas desde a quebra do Lehman Brothers em 2008
Bovespa fecha sexta em alta, mas acumula perdas de 10% na semana (Marcelo Justo/Folhapress)
Em 2011, a queda acumulada da Bovespa já soma 23,60%
Apesar de ter oscilado fortemente durante o pregão e fechado com alta de 0,26%, aos 52.949 pontos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acumulou perdas de 10% durante esta semana, acompanhando as quedas registradas nas principais bolsas ao redor do mundo. As preocupações com a economia americana e a possibilidade de uma nova recessão global levaram pânico aos mercados financeiros, que tiveram uma das piores semanas desde a quebra do banco Lehman Brothers, em 2008.
Em 2011, a queda acumulada da Bovespa já soma 23,60%. Na quinta-feira, a bolsa haviadespencado 5,72%.
No Brasil, as blue chips tiveram quedas bastante acentuadas e prejudicaram o comportamento do índice Bovespa. Petrobras ON, -1,92%, Petrobras PN, -2,28%, caindo 12,83% e 13,38% na semana, na mesma ordem. Na esteira da queda dos metais, Vale ON perdeu 2,44% e Vale PNA, -2,50%. Na semana, recuaram, respectivamente, 12,32% e 11,80%. O setor siderúrgico, nesta sexta, mostrou resistência e subiu, já que é um dos mais castigados no ano. Gerdau PN, +0,90%, Metalúrgica Gerdau PN, estável, Usiminas PNA, +5,84%, e CSN ON, +1,33%.
Segundo um consultor de investimentos de um grande banco doméstico, a volatilidade da sessão deve se manter na próxima semana, assim como a trajetória de baixa. "Os investidores estão à espera de uma luz no fim do túnel, mas eles não sabem de onde ela viria", afirmou.
O evento do dia era o nível de emprego ("payroll") nos Estados Unidos e ele foi o responsável por parte do alento visto nas bolsas, ao mostrar criação de vagas em julho acima das previsões (117 mil, ante estimativa de 75 mil). Surpreendeu ainda a taxa de desemprego nos EUA, que tinha previsão de estabilidade em 9,2%, mas recuou para 9,1%. O mercado de ações reagiu momentaneamente em alta, caindo em seguida com o temor de a economia dos EUA voltar à recessão.
Nos EUA, a sexta foi marcada por um zigue-zague nas principais bolsas. A Dow Jones fechou em alta de 0,5%, resgitrando queda de 5,8% na semana - a pior desde outubro de 2008. A S&P 500 caiu 0,94% no dia e 7,2% em relação à última sexta-feira, encerrando sua pior semana desde novembro de 2008. A Nasdaq caiu 0,94%, com queda de 8,1% na semana.
Na Europa, a semana também foi turbulenta. Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 recuou nesta sexta-feira 2,71%, para 5.246,99 pontos. Em Paris, o CAC 40 perdeu 1,26%, para 3.278,56 pontos. Na Bolsa de Frankfurt, o Xetra DAX fechou em baixa de 2,78%, a 6.236,16 pontos. Na semana, o Xetra DAX liderou a queda entre esses três índices, recuando 12,89%, seguido por CAC 40 (-10,70%) e pelo FTSE 100 (-9,77%).
Em Milão, o índice FTSE MIB caiu 0,62%, para 16.028,80 pontos. O IBEX 35, da Bolsa de Madri, recuou 0,18%, para 8.671,20 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve queda de 1,20%, para 6.249,21 pontos. O ASE, da Bolsa de Atenas, perdeu 2,25%, para 1.062,00 pontos.
Na semana, esses quatro índices também acumularam queda, liderados pelo FTSE MIB, que caiu 13,04%, seguido por ASE (-11,80%), IBEX 35 (-9,96%) e PSI 20 (-9,34%).
(Com Agência Estado)