Preços agrícolas caem 5,23% em junho

Publicado em 07/07/2011 08:05
O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), que mede os preços pagos ao produtor rural, caiu  5,23% em junho, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O destaque foi a queda no índice de preços dos produtos de origem vegetal (6,90%), já que o índice de preços dos produtos de origem animal registrou variação negativa (1,07%).

Já no acumulado de 12 meses, os três índices registraram expressiva alta, ou seja, índice geral, 29,01%; índice de preços dos produtos vegetais (33,27%) e índice de produtos animais (15,52%).

Dos produtos pesquisados em junho, 11 apresentaram queda de preços (oito de origem vegetal e três de origem animal), enquanto nove produtos apresentaram alta (seis de origem vegetal e três de origem animal). As quedas mais relevantes em junho ocorreram nos preços da carne suína (15,64%); da laranja para mesa (14,41%); da cana-de-açúcar (10,25%); da batata (8,75%) e do algodão (7,38%).

A boa oferta da carne suína, decorrente da redução das exportações, tem levado ao afluxo da produção competitiva dos outros estados brasileiros, dizem os pesquisadores do IEA Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini, Eder Pinatti, José Alberto Angelo e José Sidnei Gonçalves. Some-se a isto a concorrência das demais carnes e se tem um balizamento negativo dos preços recebidos pelos suinocultores.

A redução expressiva dos preços da laranja de mesa revela uma realidade distinta do ano passado, observam os analistas. “Uma safra dentro da normalidade não tem sido capaz de absorver a oferta estacional mais intensa, reduzindo os preços recebidos pelos produtores. Em função disso, os preços da laranja de mesa se aproximaram dos preços da laranja para indústria que se tem mantido com variações reduzidas“.

Já o pico da safra da seca de batata, em junho, colocou no mercado enorme quantidade do produto, bastante perecível. Isto exacerbou os efeitos da sazonalidade, diminuindo os preços recebidos pelos produtores, explicam os autores da análise.

A queda conjuntural do algodão decorre do movimento de redução dos preços internacionais, numa conjuntura em que a tendência estará associada tanto ao ritmo da recuperação das economias européia e norte-americana quanto ao reflexo da demanda, dizem os técnicos do IEA. No Brasil, os preços da pluma sofrem o efeito das importações de têxteis chineses feitas pela agroindústria nacional de vestuário e confecções.

As altas mais significativas foram verificadas nos preços do tomate para mesa (6,77%); do leite B (5,81%); da banana nanica (4,44%); do milho (4,32%) e do leite C (4,22%).

Os especialistas do IEA consideram, na análise dos índices de preços agrícolas, os impactos, de forma isolada, da cana-de-açúcar. Por ser matéria-prima para a produção de açúcar e energia (notadamente álcool), a remuneração da tonelada de cana dá-se pelo preço associado ao rendimento agroindustrial (expresso em açúcar total recuperável). “Daí o expressivo salto dos índices de preços agropecuários paulistas desde o final do último mês de abril. Ainda que apresentando recuo em junho, as expectativas são de elevação no decorrer da safra“.

Sem a cana-de-açúcar, os impactos inflacionários imediatos dos preços agrícolas vislumbram no curto prazo contribuição para o recuo do índice geral de preços da economia, ou seja, para a redução dos patamares da inflação, observam os pesquisadores do IEA. “De qualquer maneira, a junção de movimentos mais largos (últimos doze meses) com mais curtos (último mês) mostra que ainda se está demasiado cedo para previsões mais consistentes, pois tudo dependerá da pós-safra de muitos produtos (laranjas, leites e carnes) e da resposta da oferta nas próximas colheitas (feijão e olerícolas)”.

No acumulado dos últimos 12 meses, já está consolidada uma realidade de preços agrícolas mais elevados, entre junho e o mesmo mês de 2010, para tomate para mesa (88,96); café (72,90%); milho (69,51%); algodão (45,22%); cana-de-açúcar (39,29%); trigo (33,29%); soja (23,36%); carne de frango (18,84%); carne bovina (18,55%);  ovos (15,67%) e leite B (6,13%). Encontram-se abaixo de junho de 2010 os preços da batata (-36,14%); do arroz (-23,11%); da carne suína (-21,04%); do feijão (-18,30%); da laranja para mesa (-15,27%); da banana nanica (-10,27%); do amendoim (-5,96%); da laranja para indústria (-2,85%) e do leite C (-1,12%).

Fonte: AI do IEA

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