Definição da sucessão em segundo turno frustra petistas
A definição da sucessão presidencial somente em segundo turno, frustra o governo e abre a disputa pelo apoio da candidata do PV, Marina Silva, que passou a ser o objeto do desejo dos candidatos do PT, Dilma Rousseff, e do PSDB, José Serra. A disputa pelos verdes já começou, mas ontem mesmo Marina disse que o partido irá se reunir para definir quem apoiará em segundo turno. Não é tarefa simples para o PT, legenda que Marina deixou após discordar das orientações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o desmatamento da Amazônia. A aproximação de Dilma foi sutil quando elogiou os outros candidatos à presidência e dedicou mais atenção ao se referir à Marina.
Ontem, o Palácio da Alvorada, residência oficial de Lula, se transformou no banker da campanha de Dilma para a discussão sobre os erros e os acertos. À tarde, quando a apuração sinalizava que a sucessão não se resolveria no primeiro turno, Lula recebeu Dilma, chamou ministros, seu staff no Planalto e o comando do PT para uma reunião, que se prolongou pela noite. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também participaram da reunião.
O clima de frustração cedeu espaço à definição dessa estratégia para o segundo turno. Agora, Dilma – que já venceu a batalha para ser conhecida nacionalmente – vai direcionar a campanha às realizações do governo e reforçar o discurso do “tudo pelo social”. Ela fala em erradicar pobreza e garantir o desenvolvimento econômico, sem que a camada da população que emergiu à classe média tenha perda financeira. O primeiro passo dessa estratégia é o encontro com os governadores e parlamentares eleitos pelo partido. Todos devem trabalhar por Dilma, a partir de agora. O mesmo acontecerá com Serra. A dúvida é se o tucano abrirá brecha para intervenções na campanha eleitoral.
A frustração por não eleger Dilma no primeiro turno foi maior para Lula. Ele trabalhou firme para isso há algum tempo. No final do ano passado, em café da manhã com jornalistas, Lula já indicava que iria participar ativamente da campanha, como de fato fez. Na época, ele recusou a comparação com a então presidente do Chile, Michelle Bachelet, que apesar de 80% de aprovação da população, não conseguiu eleger seu candidato. Ele atribuiu a derrota do candidato de Bachelet à baixa participação da ex-presidente na campanha. E isso aconteceu porque a legislação chilena é mais severa que a brasileira quando trata da participação dos presidentes em campanhas eleitorais.
Lula trabalhou intensamente pela vitória de Dilma em primeiro turno e vai se jogar com tudo para assegurar a vitória em segundo turno. Ele mesmo já passou por isso quando disputou a reeleição com o tucano Geraldo Alckmin, que agora foi eleito em primeiro turno para o governo de São Paulo.
A participação de Guido Mantega e Meirelles na reunião de avaliação da campanha dá o tom sobre de que forma a equipe econômica pode atuar para facilitar a conquista de novos votos por Dilma. O debate econômico, o grande ausente na campanha eleitoral, pode ocupar espaço nos debates até o dia 31, quando se realiza o segundo turno.
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