Região Sul tem nova meta: agregar valor à produção

Publicado em 28/05/2010 13:14

Responsável por 40% da produção agropecuária e por parte importante da exportação agrícola do País, a Região Sul tem agora o desafio de passar ao próximo estágio: o de agregar valor à produção.<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

"Manter a estrutura de uma grande economia baseada em commodities não deve ser meta para ninguém. Temos que almejar uma modificação fundamental no modelo econômico do Sul", afirmou Belmiro Valverde Jobim Castor, professor de administração da PUC-PR, durante o Fóruns Estadão - Região Sul.Segundo Valverde, a pauta de exportações da região mostra uma produção fortemente dependente de commodities agrícolas, como soja e carne de frango, e, em consequência, uma economia muito afetada pelas oscilações do câmbio. Reivindicar controle do dólar, contudo, não seria a solução."Não se pode imaginar uma alteração na política cambial, então a exportação tem que ser mais eficiente", defendeu. Ele cita a soja como exemplo. "A oleaginosa tem 50 subprodutos, mas exportamos apenas dois, farelo e óleo, além do próprio grão. Isso se aplica a outros itens, como a carne. Somos exportadores de carcaças".

Mesmo países mais avançados na exportação de itens agropecuários de alto valor agregado, como Estados Unidos e alguns europeus, têm intensificado a produção de alimentos certificados, funcionais e processados, diante da saturação dos mercados de commodities, que veem margens de lucro menores por unidade de produto e, por vezes, com grandes oscilações de preços. Com forte tradição agropecuária, a região tem condições para dar este salto de qualidade, mas para isso tem de resolver alguns problemas.

Para Valverde, a chave está na geração de tecnologia aplicada, além da capacitação empresarial e de mão de obra. Embora reconhecido por seu desenvolvimento, o Sul, como o resto do País, ainda não conseguiu traduzir ciência em tecnologia, diz. "O Brasil é o 17.º maior gerador de ciência do mundo, mas está em 80.º lugar na geração de tecnologia. Não temos a tradição de passar de uma coisa à outra, mas temos de resolver isso, porque o mundo está indo nessa direção".

 
Fonte: Último Segundo

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