Preços agropecuários: março encerra com alta de 4,45%
O IqPR – Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista encerrou o mês de Março com variação positiva de 4,45%. Para a variação acumulada nos últimos 12 meses, os resultados registraram variações positivas para o IqPR de 26,81%, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola – IEA/Apta da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Em março de 2010 os produtos que registraram maiores altas foram: tomate para mesa (65,08%), feijão (57,45%), banana nanica (57,19%), laranja para mesa (12,82%) e carne suína (8,57%), apontam os pesquisadores José Alberto Ângelo, José Sidnei Gonçalves, Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini e Eder Pinatti, autores do estudo.
O tomate para mesa continuou o movimento de alta nos preços iniciado em fevereiro. Tendo as colheitas se concentrado majoritariamente até o final de janeiro com o amadurecimento precoce dos tomateiros, fenômeno que, associado ao aparecimento de doenças causadas pelo excesso de chuvas levou a uma enorme redução da oferta de tomate para mesa no último mês, elevando os preços recebidos pelos seus produtores.
O feijão, depois de apresentar preços baixos durante o ano de 2009 e o primeiro bimestre de 2010, obteve recuperação em suas cotações no mês de março. As chuvas geraram pouco incentivo para o plantio da segunda safra – feijão da seca (dez. 2009 – fev. 2010) mesmo assim, a oferta diminuta ocasionou esse aumento dos preços no mês de março.
Os preços da banana nanica refletem o resultado das fortes enchentes ocorridas em janeiro e fevereiro no Vale do Ribeira, principal região produtora do estado de São Paulo. Uma redução de oferta acrescida de expansão do consumo peculiar no período de outono (acrescido por se estar na entressafra da banana prata) provocou aumentos acentuados dos preços da banana nanica no mês de março.
Na laranja de mesa, a ocorrência do verão, elevando o consumo de sucos, associada ao final da safra, quando a oferta da fruta se reduz de forma significativa, afetou os preços com pressões para alta. A carne suína, que apresentava resultados desanimadores devido à crise econômica mundial iniciada em meados de 2008, a partir da retomada de contratos internacionais assinados no último mês vê seus preços em ascensão.
Os produtos que apresentaram queda de preços em março de 2010 foram: arroz (8,45%), carne de frango (6,07%), laranja para indústria (4,53%), soja (4,12%) e trigo (3,56%). O início da safra de arroz no Rio Grande do Sul e em outros estados sulistas e do Centro-Oeste derrubaram as cotações do produto, o que tem freado as negociações entre produtores e o atacado.
Na carne de frango, a ampla oferta e a queda da remuneração das exportações pela valorização cambial, aliada à oferta de carne bovina barata, impulsionaram os preços para baixo. Por outro lado, os menores preços da carne de frango refletem a redução dos custos de produção derivada da queda de preços de milho e soja.
Diferente da laranja de mesa, as cotações da laranja para indústria, revertendo um caminhar de alta ininterrupta existente desde a última quadrissemana de janeiro, fecham março em baixa.
Para a soja, depois de anunciada safra recorde com crescimento de 30% associada ao início da colheita, as cotações do produto recuaram. No caso do milho, a entrada da safra numa situação em que não foram retomadas as exportações brasileiras comparando com a realidade anterior à crise internacional, pressiona os preços para baixo. A queda de preços de soja e milho proporciona a redução dos custos de produção de carnes, principalmente do frango, cujos preços apresentaram queda.
Neste mês, 12 produtos apresentaram alta de preços (7 de origem vegetal e 5 de animal) e 7 apresentaram queda (6 de origem vegetal e 1 de origem animal). Apesar dos acentuados aumentos nos preços recebidos pelos produtores paulistas no mês de março e dos consumidores terem sido beneficiados com a redução dos preços de varejo, principalmente dos produtos básicos (puxados pelo arroz). A alta nos preços do feijão foi transmitida ao mercado atacadista, mas ainda não havia sido plenamente repassada ao varejo até o fim do mês, afirmam os pesquisadores do IEA.