Nomeação de adidos agrícolas consolida antiga reivindicação do setor
Em 2010, o setor agropecuário terá a consolidação de uma antiga reivindicação: profissionais do setor mantendo entendimentos permanentes com países estratégicos na exportação brasileira. Os adidos agrícolas, nomeados nesta quarta-feira (31), pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, irão compor o quadro diplomático nas embaixadas do Brasil na Argentina, Bélgica, Suíça, Rússia, China, África do Sul, Japão e Estados Unidos. A previsão é de que eles assumam seus cargos em até 60 dias. <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
“A criação da figura do adido agrícola é o cumprimento do que se tornou uma bandeira histórica do agronegócio”, diz o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Célio Porto. A ideia de instituir esse cargo é antiga, mas só nos últimos dois anos foi concretizada, a partir do Decreto nº 6.464, publicado em maio de 2008.
O governo brasileiro já possui adidos em áreas, como a militar, de inteligência e tributação. A importância da criação do cargo para o agronegócio vem do fato de o País ocupar a terceira posição entre os exportadores mundiais de alimentos, de acordo com dados divulgados recentemente pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O especialista em agricultura será responsável por informações mais qualificadas nas negociações, principalmente em temas sanitários e fitossanitários.
Escolhidos -O processo seletivo teve início em outubro de 2009 e os oito adidos agrícolas, que passaram por rigorosos critérios de avaliação, realizaram curso de formação no último mês de fevereiro. São eles: Odilson Luiz Ribeiro e Silva, para Bruxelas (Bélgica); Bivanilda Almeida Tapias, para Buenos Aires (Argentina); Guilherme Antonio da Costa Júnior, para Genebra (Suíça); Rinaldo Junqueira de Barros, para Moscou (Rússia); Esequiel Liuson, para Pequim (China); Gilmar Paulo Henz, para Pretória (África do Sul); Gutemberg Barone de Araújo, para Tóquio (Japão); e Horrys Friaça Silva, para Washington (Estados Unidos).
A missão de cada um vai durar dois anos, podendo ser prorrogada por igual período.Todos são servidores públicos federais, do quadro efetivo do Mapa ou de empresas vinculadas, como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) há, pelo menos, quatro anos.
Atuação - Em Bruxelas, o adido agrícola acompanhará as negociações dos interesses bilaterais com os 27 países membros da União Europeia, principal destino das exportações do agronegócio brasileiro. Em Genebra, terão foco os temas relativos à Organização Mundial do Comércio (OMC) e outras organizações multilaterais localizadas naquela cidade. As demais capitais da África, Ásia, América do Norte e Europa, representam países com grande interesse comercial para a exportação de produtos do agronegócio brasileiro. A exceção fica por conta de Buenos Aires, uma vez que a Argentina é grande fornecedor de produtos agrícolas ao mercado brasileiro.