Faesp critica suspensão de financiamento agrícola

Publicado em 21/02/2025 11:17
Para Tirso Meirelles, há falta de compromisso com o setor que move a economia nacional

A notícia da suspensão de novas contratações de financiamentos com subvenção federal nas linhas do Plano Safra (2024/25) a partir desta sexta (21) gerou protestos no setor agrícola. Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, a decisão demonstra total falta de compromisso do governo com milhões de produtores rurais que trabalham diariamente para garantir o sustento dos brasileiros e o superávit da balança comercial.

O anúncio foi feito através de ofício enviado às instituições financeiras (Ofício Circular SEI nº 282/2025/MF) e assinado pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron de Oliveira. No documento, ele aponta o aumento de custos do governo, que ainda aguarda a tramitação do Projeto de Lei Orçamentária no Congresso. Técnicos do governo já haviam alertado que o orçamento para o pagamento da equalização dos juros estava quase esgotado devido ao aumento da taxa Selic, que impacta os custos de captação dos bancos e aumenta a diferença que o Tesouro precisa cobrir entre a taxa paga pelos agricultores e o custo real do dinheiro, incluindo os spreads bancários.

“Lamento profundamente essa decisão e vejo como uma falta de compromisso do governo com o setor agropecuário. O governo perdeu o controle da política monetária e vai penalizar o setor produtivo. Os R$ 476 bilhões anunciados no Plano Safra 2024/2024, dos quais R$ 133,6 bilhões poderiam ser acessados em linhas com a equalização de juros, que garante taxas mais baixas, são importantes para dar musculatura principalmente aos pequenos e médios produtores, que são a maioria no Brasil”, frisou Meirelles.

Essa medida se aplica tanto para operações contratadas no Plano Safra atual, quanto para financiamentos dos anos anteriores. Durante a pandemia, algumas contratações de investimentos foram feitas com juros baixos, como a linha ABC (atualmente RenovAgro) com 4,5% e o Moderfrota com 7,5% no Plano Safra 2020/21. Com a Selic em 13,25% e previsões de ultrapassar 15%, o custo aumentou, forçando o governo a encerrar as contratações mais cedo.

O presidente da Faesp garantiu que irá trabalhar com as demais entidades representativas do setor para tentar reverter a situação, garantindo a segurança alimentar da população. “Não podemos deixar que o setor produtivo seja penalizado. Vamos lutar para reverter essa situação e garantir que os pequenos produtores não sejam inviabilizados”, concluiu Tirso Meirelles.

Fonte: FAESP

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Enquanto outros países entram em guerra comercial, Brasil tem oportunidade de abrir novos mercados
Safra de líderes femininas registra avanços no Paraná
Produtor pode cadastrar representante na plataforma do CAR
Governo de Goiás abre consulta pública sobre atualização da legislação de bioinsumos
São Paulo lidera exportações do agro e fecha primeiro trimestre com superávit de US$ 4,9 bilhões
Boas práticas de manejo são destaque no Dia da Conservação do Solo
undefined