Agricultores podem ser mais eficientes no uso água e serem pagos por isso

Publicado em 23/12/2024 10:08
Com clientes como Microsoft, Coca-Cola, Google, Amazon e Intel, climatech argentina cresce na América Latina e enxerga Brasil e Estados Unidos como novos mercados potenciais.

O Brasil está mais próximo de ter um mercado regulado de carbono após a recente sanção presidencial. Mas bem antes disso, muitas iniciativas avançaram rapidamente trazendo benefícios tangíveis para o meio ambiente e um futuro mais sustentável para o planeta. Por um lado, empresas que precisam mitigar riscos hídricos para garantir a continuidade dos seus negócios, e por outro, agricultores que cuidam da água de bacias hidrográficas críticas e têm acesso a tecnologia que lhes permite uma gestão mais eficiente da irrigação, sendo remunerados por isso.

Esse modelo de negócios é encabeçado pela Kilimo, uma climatetech latino-americana que impulsiona soluções de adaptação climática para alcançar a segurança hídrica e garantir um futuro com água disponível para as comunidades, as empresas e os ecossistemas. Para atingir esse objetivo, a empresa conecta agricultores que buscam melhorar suas práticas de irrigação com atores que têm metas de segurança hídrica. Juntamente com esses dois aliados, implementa ações coletivas concretas, mensuráveis e auditáveis, que se materializam na restauração de bacias, transformando o valor da água na produção de alimentos.

Nos últimos anos, a Kilimo se consolidou como parceira estratégica de multinacionais como Microsoft, Coca-Cola, Google, Intel e Amazon. Esta última começou em setembro a utilizar uma nova ferramenta de inteligência artificial desenvolvida em colaboração com a Kilimo para ajudar a combater a escassez de água na região do rio Tietê, que percorre 1.100 km por quase todo o estado de São Paulo. O projeto utiliza uma solução de IA com a capacidade de calcular o consumo de água e monitorar a qualidade do solo. Além disso, a tecnologia pode sugerir recomendações de irrigação baseadas nas informações rastreadas para os produtores rurais participantes.

Em julho, a Kilimo concluiu sua rodada Série A, na qual arrecadou 7,5 milhões de dólares e está pronta para enfrentar novos desafios principalmente no Brasil, país com a maior área irrigada da América Latina e com grande demanda por soluções hídricas sustentáveis. A rodada foi liderada pela suíça Emerald Technology Ventures e contou com a participação de The Yield Lab Latam, Salkantay Ventures, Kamay Ventures e iThink VC. Anteriormente, a empresa já havia levantado aproximadamente 4,5 milhões de dólares.

A empresa opera em duas frentes principais. A primeira delas trabalha com produtores rurais em intervenções de conversão de irrigação, um software de monitoramento de irrigação e agricultura regenerativa. Na outra ponta, gera créditos para empresas que têm metas relacionadas à economia de recursos hídricos. Tudo é verificado por terceiros seguindo o padrão de "Volumetric Water Benefit Accounting".

Kilimo funciona como um elo que conecta empresas com comunidades agrícolas, para que ambos, trabalhando em Projetos de Ação Climática, colaborem no cuidado da água. "Isso não beneficia apenas as empresas que cumprem padrões de sustentabilidade, também beneficia um ou dois agricultores que adotam tecnologias para ser mais eficientes e pode beneficiar comunidades inteiras onde esses atores operam", afirma Jairo Trad, CEO e cofundador da Kilimo.

A empresa tem uma Academia de Irrigação, que educa centenas de milhares de agricultores em toda a América Latina, com um time de mais de 50 pessoas em vários países, realizando eventos presenciais nos quais mais de 50 especialistas já compartilharam as melhores práticas de irrigação e sensibilizaram os agricultores sobre a importância de gerenciar melhor a água.

Com cerca de uma década de existência, a empresa tem intensificado seu trabalho nos últimos anos para expandir suas operações à medida que a escassez de água se tornou uma das principais preocupações dos executivos. "É preciso estar perto do solo para entender como as coisas se comportam nesse solo específico e nesse país específico. Nenhuma empresa sozinha fará a diferença. Mas se você conseguir aproveitar as corporações, o governo e as entidades dos bancos de desenvolvimento, é aí que você começa a fazer a diferença", afirma Trad.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa

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