Embaixadora do 9º CNMA quer abrir caminhos para a presença da mulher no agro do Sudeste

Publicado em 16/09/2024 10:11
Agropecuarista Carina Ayres busca ser exemplo para as mulheres que atuam "dentro e fora da porteira"

Descendente de mulheres que sempre estiveram ligadas à terra, Carina Ayres se considera uma legítima representante “da roça”. Agropecuarista, ela mora em Mendonça (SP) e está à frente da Citrosol, o maior viveiro de citros nacional e um dos maiores do mundo, ao lado do irmão Juliano Ayres. Este é o perfil da embaixadora da região Sudeste no 9º Congresso Nacional de Mulheres do Agronegócio (CNMA), evento que que será realizado nos dias 23 e 24 de outubro, no Transamerica Expo Center em São Paulo (SP).

Bisneta, neta e filha de mulheres que sempre souberam se impor dentro de um setor ainda bastante masculino, Carina pretende, como embaixadora, entender e ajudar as necessidades das mulheres do agronegócio do Sudeste e mostrar que esse espaço, hoje ocupado por elas, não foi dado, mas sim conquistado por sua própria competência.

“Temos uma diversidade de mulheres que assumiram suas terras sem nunca terem tido a oportunidade de estar à frente das suas propriedades. Hoje há uma nova geração chegando, capacitada, que gosta de trabalhar na roça, tanto ‘da porteira para dentro como da porteira para fora’. Fico muito feliz em me posicionar de uma forma que seja exemplo porque as mulheres sabem que sou técnica, envolvida politicamente e em várias cadeias produtivas do setor”, enumera.

Apesar da mulher no agronegócio não ser mais uma novidade, a agropecuarista comenta que ainda é difícil para quem acabou de se formar em Veterinária ou Agronomia, por exemplo, entrar no mercado de trabalho. “Ainda há uma restrição muito grande. Eu tinha na equipe uma veterinária ótima, super capacitada, mas alguns clientes não queriam ser atendidos por ela. Então, vejo que as mulheres ainda têm de enfrentar esses preconceitos que eu também tive de vivenciar”, lembra.

Carina ressalta que, para chegar ao patamar de reconhecimento que tem hoje, precisou procurar seu espaço dentro da família, de um casamento e em seu negócio. Ela conta que 99% dos seus clientes são homens e com eles aprendeu muita coisa, o que hoje lhe dá tranquilidade de frequentar todos os ambientes do agronegócio. “Como embaixadora, vou mostrar uma mulher diferente, que se posicionou na vida, que deu certo. Então, que eu sirva de inspiração para essa nova geração, que pode estar à frente da agroindústria, de comissões técnicas ou de qualquer outro player do setor.”

Além dos negócios de pecuária e do Citrosol, Carina também faz parte do Grupo Pecuária Brasil Rosa (GPB Rosa) e é membro da Apotex Brasil, uma associação de produtores de látex e borracha, que promove a formação técnica dos trabalhadores que colhem o látex, os “sangradores”. Ela tem ainda uma parceria com o Senar, em que organiza cursos de capacitação para as mulheres que trabalham no Citrosol.

Mãe da engenheira agrônoma Mariana e do zootecnista João Pedro, Carina acredita que o reconhecimento do valor de seus colaboradores é essencial para também ter sucesso em seus negócios. “Para mim é importante saber que meu funcionário está bem alimentado, bem-vestido e trabalhando feliz. Espero que a nova geração não perca essa sensibilidade e carinho que tenho com os negócios”, finaliza.

Região Sudeste em números

O agronegócio nos quatro estados que compõem a região Sudeste - São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais – desempenha um papel significativo na economia local e nacional, sendo responsável por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

A cana-de-açúcar é a principal cultura desenvolvida na região. São Paulo lidera a produção nacional, com mais de 440 milhões de toneladas colhidas em uma área de 5,6 milhões de hectares. Além disso, a cana está intimamente ligada à produção de etanol, com mais de 120 usinas no estado.

A agricultura e a pecuária são estratégicas para o Sudeste. A região possui quase 900 mil propriedades rurais, familiares e não familiares. São Paulo concentra mais de 227 mil dessas propriedades.

O maior congresso global de mulheres do agronegócio

Caminhando para sua nona edição, o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio será realizado nos dias 23 e 24 de outubro no Transamerica Expo Center, em São Paulo. A expectativa deste ano é receber 3.600 congressistas, novo recorde de público.

Abordando assuntos diversos, relevantes e atuais, com a presença de grandes nomes e instituições do agro, este ano o CNMA terá como tema principal “Mulher Agro Brasileira: Voz para o Mundo”, cujo objetivo é utilizar a força da voz feminina como meio de expandir a visão global sobre o agronegócio brasileiro e ajudar a criar uma percepção justa do setor.

As inscrições podem ser realizadas pelo site www.mulheresdoagro.com.br/inscricao/

Mais informações podem ser acessadas em www.mulheresdoagro.com.br e pelo Instagram do evento @congressodasmulheresdoagro.

Fonte: Congresso Nacional das Mulheres d

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