Fertilizantes e máquinas mais baratos: com a redução do Imposto PAIS na Argentina, agro deve recuperar US$ 500 milhões

Publicado em 30/08/2024 18:56

O governo nacional confirmou que, a partir da próxima semana, o Imposto PAIS sobre mercadorias e fretes passará dos atuais 17% para 7,5%. Segundo cálculos da Bolsa de Rosário (BCR), se este imposto for totalmente eliminado em Dezembro como prometido, haverá um impacto positivo nas áreas de fertilizantes e maquinário agrícola, o que implicará um retorno de cerca de US$ 500 milhões de dólares aos produtores.

“A expectativa é de que o custo de importação de bens seja reduzido, o que poderá impactar num futuro próximo no preço dos produtos importados utilizados pelo campo e pelo agronegócio”, afirmou a entidade.

De acordo com a última atualização de margens realizada pela BCR, o custo dos fertilizantes em lavouras próprias para a soja é de 8% da produção total por hectare, enquanto para o milho e o trigo é de 20% e 30%, respectivamente. Estas percentagens correspondem em todos os casos à zona núcleo.

Se considerados os impostos além dos custos totais, os fertilizantes representam 6%, 17% e 26% dos gastos totais com produção em lavouras próprias de soja, milho e trigo, respectivamente. Nos planos de locação, com impostos e aluguel incluídos, os percentuais passam para 6%, 14% e 22%, respectivamente.

Na Argentina, 60% dos fertilizantes aplicados em 2023 foram importados. No caso do nitrogênio (uréia, UAN) 54% foram importados, enquanto essa proporção cresce para 73% no fosfato, como MAP e NAP.

O IMPOSTO PAIS E OS FERTILIZANTES

Após o período de estiagem da campanha 2022/23, a taxa de importação desses insumos vinha aumentando neste ano, mas depois o volume vendido começou a diminuir.

“Nesse sentido, embora há algumas semanas se tenha destacado que a importação de fertilizantes se recuperou fortemente neste ano, também foi considerado como a chegada de potenciais alterações no imposto PAIS reduziu fortemente a atividade do mercado”, observaram desde a bolsa.

E acrescentam que depois de tomarem conhecimento do anúncio da redução do Imposto PAIS , “a incerta data exacta de implementação naquele momento explica grande parte da diminuição da comercialização que se observou recentemente”.

Este cenário abre um novo panorama para os fertilizantes. Neste ponto, o BCR calculou que entre 2021 e 2023, as importações destes insumos foram em média 2.137 milhões de dólares por ano .

Se esse valor for mantido no próximo ano e o Imposto País for eliminado em dezembro, isso implicará um retorno de mais de US$ 374 milhões anuais às cadeias agroindustriais , nos próximos períodos.

O IMPOSTO DO PAÍS E AS MÁQUINAS AGRÍCOLAS

Em máquinas agrícolas, a Argentina importou um total de US$ 528 milhões em 2023 para a compra de peças agrícolas e bens finais utilizados no setor, valor semelhante à média dos últimos cinco anos.

“Portanto, pode-se pensar que a redução do Imposto País teria um impacto fiscal positivo de 52,8 milhões de dólares em termos anualizados ”, consideraram.

Mas alertaram que se a taxa de 7,5% que vigorará a partir da próxima semana se mantiver em dezembro, o imposto continuará a ter um impacto negativo nesta cadeia de valor.

“O Governo Nacional comunicou a eliminação do imposto a partir de Dezembro e, consequentemente, o impacto desta eliminação completa do Imposto Nacional sobre máquinas agrícolas significaria aproximadamente 93 milhões de dólares ”, concluíram.

Fonte: Infocampo

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Prosa Agro Itaú BBA | Agro Semanal | Safra de café arábica 2025/26 comprometida
CNA aborda cenários para o setor agropecuário em 2025 no MS Agro
Entre as empresas que se destacam nesse cenário, a Macfor promove neste mês o evento “Melhores Cases de Marketing Agro 2024"
Macfor reúne líderes e referências do setor para revelar melhores cases de marketing no agronegócio em 2024
Macfor reúne líderes e referências do setor para revelar melhores cases de marketing no agronegócio em 2024
"Produzir alimento é um ofício sagrado. Saiba que na solidão do seu ofício, você faz o bem a muitas pessoas", diz Pe. Fábio de Melo durante a SIC
undefined