Brasil deve comprar menos MOP no segundo semestre
O país importou quase 7 milhões de toneladas (t) de MOP no primeiro semestre de 2024, em comparação com quase 6,9 milhões de t no mesmo período em 2022. Aquele ano foi marcado pela incerteza internacional sobre a disponibilidade global de potássicos devido ao início do conflito na Ucrânia, que gerou preocupações sobre o fornecimento russo, e após Bielorrússia declarar força maior para exportar através do porto de Klaipeda. Em meio a volumes recordes importados no primeiro semestre de 2022, as compras caíram no segundo semestre para 4,9 milhões de t. As importações mantêm o mesmo padrão neste ano.
A situação é reforçada pela baixa disponibilidade de P2O5 no país, refletindo a queda de 22pc nas importações de MAP de janeiro a julho, para 1,8 milhão de t, na comparação com o mesmo período no ano anterior. A disponibilidade de fosfatados é baixa, com a maioria das ofertas indicada para carregamento em setembro e chegada em outubro. O prazo não atenderia às necessidades para o plantio da soja nos principais estados produtores do Brasil.
Agricultores compraram cerca de 70-75pc de fertilizantes fosfatados e 90-95pc potássicos para cobrir as necessidades de soja, de acordo com participantes de mercado. Os preços mais altos dos fosfatados também desencorajaram as compras no primeiro semestre. A diferença entre os preços de MAP e MOP atingiu $328/t em 15 de julho, a maior na série histórica da Argus, desde julho de 2019. Importadores brasileiros veem espaço para ligeiras quedas nos de MOP, considerando a alta disponibilidade no país e os contratos indiano e chinês para MOP standard estabelecidos em $279-283/t cfr e $273/t cfr, respectivamente. Para o MAP, a concorrência entre o Brasil e os Estados Unidos pode manter os preços firmes no Ocidente, enquanto a demanda por DAP na Índia, Bangladesh e Paquistão ajuda a manter os preços firmes no Oriente.
Participantes do mercado estimam que a fórmula média de NPK disponível no país seja 11-12-26, em comparação com 14-13-16 entregue a agricultores entre janeiro-junho de 2023. A formulação disponível evidencia um excedente de K2O e uma ligeira falta de nitrogênio e fósforo.
Neste contexto, participantes do mercado brasileiro acreditam que agricultores podem usar menos fosfatados nesta safra de soja. Com isso, haveria redução no uso de MOP, cujos volumes já comprados para soja seriam deixados para atender as necessidades da safra de milho inverno.
Pouca movimentação é esperada para o mercado brasileiro em relação aos fosfatados nas próximas semanas. Com isso, o país começará lentamente a se voltar para fertilizantes nitrogenados. No mercado interno, as consultas e os negócios para ureia, sulfato de amônio e NPK 20-00-20 se intensificaram nas últimas semanas.