Grandes empresas do agronegócio lançam primeiro consórcio de agricultura regenerativa da América Latina

Publicado em 06/08/2024 08:58
Agrivalle, Bayer, BRF, GAPES e Produzindo Certo se unem para promover sustentabilidade no campo com o consórcio Reg.IA

A agricultura da América Latina vai iniciar uma nova era sustentável com o lançamento do primeiro Consórcio de Agricultura Regenerativa da região, o Reg.IA. Fruto da colaboração entre as referências do agronegócio Agrivalle, Bayer, BRF, GAPES e Produzindo Certo, o consórcio visa fomentar práticas sustentáveis que valorizem a produção agrícola no mercado e promovam um impacto positivo no meio ambiente. 

O principal objetivo da aliança é somar toda a expertise dos envolvidos, baseada no repertório de práticas sustentáveis na agricultura, para encontrar um protocolo com valor agregado para o agricultor e indústria e ao mesmo tempo viável e legitimado pelo mercado e sociedade. O Reg.IA nasce como uma iniciativa inovadora, comprometida em transformar a agricultura latino-americana por meio da adoção de práticas regenerativas. 

A Produzindo Certo será a responsável pela implementação das ações junto aos produtores, promovendo a integração com empresas, universidades e entidades de pesquisa. Além disso, por meio de sua plataforma, digitalizará a sustentabilidade das propriedades ruais, trazendo transparência ao mercado para que as práticas regenerativas sejam valorizadas. “Tirar do papel o consórcio Reg.IA, se tornou possível graças aos nossos parceiros. Juntos, uniremos esforços com os produtores para apoiá-los na implementação de práticas regenerativas. Com parte das fazendas já engajadas em nossa plataforma que combina sustentabilidade e tecnologia, veremos um impacto significativo na sustentabilidade agrícola da América Latina nos próximos anos”, afirma Aline Locks, CEO da Produzindo Certo. 

Cabe à Bayer prover o uso de ferramentas que embasem decisões e mensurem os reais ganhos alcançados com a adoção do protocolo, a exemplo do Módulo de Recomendação Guiada para a construção de planos de manejo focados no sequestro de carbono no solo e redução das emissões de gases de 

efeito estufa nas operações, assim como a Footprint PRO Carbono, desenvolvida em parceria com a Embrapa, para o cálculo da pegada de carbono de produtos agrícolas em sistema de produção atendendo a particularidades brasileiras. “Para compreender o impacto das práticas regenerativas na agricultura tropical é necessário somar esforços e considerar ferramentas e modelos compatíveis com as particularidades da agricultura brasileira, e que sejam operacionalmente viáveis, com um custo acessível e reconhecido pelo mercado”, resume Renata Ferreira, Gerente de Novos Negócios de PRO Carbono. 

A BRF desempenha um papel fundamental no consórcio, valorizando as práticas regenerativas. A empresa está comprometida em pagar um prêmio de 2% nas sacas de soja produzidas nas propriedades participantes do Reg.IA e comercializadas com a BRF. “Ter um compromisso claro com o combate ao desmatamento, a conversão da vegetação nativa e a redução do impacto nas mudanças climáticas, respeitando os direitos humanos e promovendo a agricultura regenerativa, é um passo fundamental para alcançar resultados sólidos em prol do meio ambiente e das pessoas”, conta Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade da BRF e da Marfrig. 

Já a Agrivalle estará focada no papel de trazer novos insumos sustentáveis que possibilitem a regeneração do nosso solo. “Ficamos muito felizes em fazer parte desta iniciativa ímpar, pois ela já existia em nosso DNA como Empresa. Trabalhar produtos inovadores e disruptivos que possibilitem o nosso Agricultor a produzir mais, regenerando seu solo e garantindo que as próximas gerações de pessoas possam ser alimentadas com produtos mais saudáveis. Essa é a nossa visão!” resume Max Fernandes, atual COO da Agrivalle. 

O GAPES, o Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano, uma instituição de caráter técnico, científico e social que promove pesquisas, com vista à aplicação de novas tecnologias e processos de produção regenerativos, sustentáveis e rentáveis integrará ao comitê técnico do Reg.IA, que discutirá o protocolo de agricultura regenerativa. O grupo também fomentará a aplicação do protocolo em suas propriedades associadas. "Queremos ser protagonistas na construção dos parâmetros da agricultura regenerativa”, ressalta Wendy Peeters, Diretora de ESG do GAPES.

O comitê técnico do consórcio também conta com o apoio de universidades que são referências acadêmicas sobre a agenda regenerativa, como a USP - Universidade de São Paulo, representada pelas coordenadoras do Centro de Empreendedorismo Social (CEATS), Professora titular Rosa Maria Fischer e Professora Associada Graziella Maria Comini e o PENSA, centro avançado, dedicado à gestão e coordenação de agronegócios da Fundação Instituto de Administração – FIA, através do seu Coordenador Professor Doutor Claudio Pinheiro Machado Filho.

Com uma base inicial de fazendas já integradas à Produzindo Certo, o Reg.IA projeta um impacto significativo a médio prazo. “No prazo de um ano, teremos mais de 30 fazendas impactadas, transformando mais de 50 mil de hectares. Vamos entregar mais de 200 mil toneladas de soja regenerativa verificadas. Espera-se também que mais empresas se unam ao Consórcio para tornar a discussão da agricultura regenerativa ainda mais ampla”, garante Locks.

Conheça as etapas do Reg.IA

O Reg.IA tem como objetivo principal promover a saúde do solo, aumentar a produtividade e impulsionar a biodiversidade nas fazendas. Com o desenho do protocolo a ser adotado pelo consórcio, a implementação será feita por fases, para garantir uma transição eficiente para a agricultura regenerativa. Dentre as práticas que devem ser consideradas para recomendação no tratado estão oplantio direto de qualidade, com cultura de cobertura, adubação orgânica, uso de biológicos, redução do uso de pesticidas químicos, rotação de culturas, entre outras. 

A estimativa é que as fases iniciais propostas pelo consórcio sejam implementadas até o segundo ano pelos produtores participantes, priorizando a adoção de plantas de cobertura e o plantio direto dentro dos padrões de qualidade do protocolo. A partir daí, o agricultor poderá avaliar e entender novas

práticas a serem agregadas continuamente em sua propriedade, de forma gradativa e de acordo com suas necessidades. 

A escolha do nome Reg.IA

Além de representar a ornamental planta amazônica, Reg.IA representa a junção das palavras regenerativa, inclusiva e agricultura, ressaltando seu propósito principal. Como o nome também faz uma referência à inteligência artificial, a tecnologia é um importante instrumento do consórcio. Os produtores participantes estarão integrados a Plataforma Produzindo Certo, portanto eles também terão acesso a uma ferramenta de recomendação guiada, com base em Inteligência Artificial (IA).

Fonte: Agrivalle

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