Atividade econômica frustra expectativas e fica estagnada em abril, mostra BC

Publicado em 14/06/2024 09:29 e atualizado em 14/06/2024 10:46

 

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A economia do Brasil abriu o segundo trimestre com estagnação em abril depois de ter apresentado desempenho positivo no início do ano, frustrando fortemente as expectativas.

Em abril, o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve variação positiva de 0,01% na comparação com o mês anterior, em dado dessazonalizado.

O resultado marcou uma melhora em relação à queda de 0,36% do indicador em março, mas ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,45%.

Os dados do BC mostram ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 4,01%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 1,81%, de acordo com números observados.

O PIB do Brasil retomou o crescimento no primeiro trimestre com expansão de 0,8%, de acordo com dados do IBGE, em um ambiente de inflação sob controle, aumento da renda e mercado de trabalho aquecido, condições que favorecem o consumo.

Ao longo do ano a atividade econômica deve ser favorecida ainda pelos efeitos do afrouxamento monetário promovido pelo BC, que já levou a taxa básica Selic a 10,5% ao ano, com os efeitos sobre o crédito potencialmente se tornando mais evidentes.

No entanto, pairam algumas dúvidas em relação ao ritmo dos cortes de juros. O BC volta a se reunir na próxima semana, com a perspectiva de interrupção do afrouxamento monetário no radar.

O desempenho da atividade no segundo trimestre também deve refletir os desdobramentos econômicos da tragédia provocada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul.

Pesquisa Focus realizada pelo Banco Central mostra que a expectativa para a expansão do PIB este ano é de 2,09%, indo a 2,0% em 2025.

A estagnanação da atividade em abril se deu mesmo com a alta das vendas varejistas e do volume de serviços, que avançaram respectivamente 0,9% e 0,5%.

O peso ficou por conta da produção industrial, que iniciou o segundo trimestre com queda maior do que a esperada em abril, de 0,5%, e interrompendo dois meses seguidos de altas.

O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.

Fonte: Reuters

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