Oeste do Paraná: missão técnica leva a imersão em produtos típicos regionais e com IG
Produtores de mel, de queijos, de carnes de ovinos e caprinos e de outros produtos típicos da região oeste do Paraná receberam, entre os dias 23 e 24 de maio, de produtores rurais e empreendedores do Paraná e Santa Catarina. O encontro foi dedicado às Indicações Geográficas (IG) e tem como propósito estimular a troca de conhecimento, boas práticas, gerar conexões e abrir portas para novas parcerias e negócios. Realizada pelo Fórum Origens Paraná, a ação contou com 35 participantes e passou pelas cidades de Santa Helena, Marechal Cândido Rondon, Toledo e Virmond.
"Essa iniciativa visa fortalecer e demonstrar a notoriedade que os produtos paranaenses possuem, evidenciando seus aspectos técnicos, culturais e de onde estão localizados", explica a consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Rosa Guimarães.
Foram dois dias intensos de programação. O primeiro começou em Santa Helena, com visita para Cooperativa Agrofamiliar Solidária (Coofamel). Depois, houve visita para o Balneário Terra das Águas e ao Cristo Redentor da cidade.
Antônio Henrique Schneider, presidente da cooperativa e apicultor, apresentou o processo de produção e envase. No local, são produzidos méis com o selo de Indicação de Procedência de Mel do Oeste.
"Receber pessoas de diferentes regiões foi uma alegria. Essa conexão permite apresentar mais da gente, do nosso trabalho e de conhecer outros profissionais, seja um consumidor final ou quem pretende desenvolver produtos tendo nosso mel como base. Hoje, produzimos entre cem e 150 toneladas por ano e ficamos felizes em fazer parte dessa iniciativa”, destaca.
No período da noite, os integrantes da missão técnica foram recebidos por um grupo folclórico de danças alemãs em Marechal Cândido Rondon e tiveram a oportunidade de participar de um encontro de negócios entre os participantes do Fórum Origens Paraná.
Busca por novos horizontes
Na sexta-feira (24), as atividades começaram no Biopark, em Toledo, onde foi apresentada parte da história do parque tecnológico de educação e, também, da iniciativa dos Queijos Finos do Biopark.
A gerente de Pesquisa e Desenvolvimento de Inovação do Biopark Educação, Carolina Trombini, explica que o projeto com os Queijos Finos do Biopark, abrange 20 produtores de 11 municípios diferentes da região oeste paranaense e está em formulação para verificar a possibilidade de se tornar uma IG.
"Essa iniciativa visa estimular ainda mais a geração de emprego e renda, com queijos de reconhecimento internacional ou autorais, ou seja, únicos. É uma alegria receber essas visitas com participantes de diferentes regiões, pois vemos essa compatibilidade, principalmente tendo como foco à inovação", comenta.
Além disso, o período da manhã ainda contou com uma apresentação dos Correios, onde foi demonstrado sobre como produtores rurais e empreendedores podem utilizar os serviços da empresa em seus negócios.
A Átani Queijaria é uma das integrantes do projeto que busca ser IG. Produtora, Cirlei Rossi dos Santos administra o negócio ao lado de seu marido e três filhos. Ela conta que a empresa possui cinco queijos premiados no Brasil e que a motivação para a busca da certificação vem ao encontro de auxiliar o consumidor a ter mais clareza no que está levando para casa e ingerindo.
“E, mais do que isso, você vai fazer com que as pessoas queiram aquilo por conta da qualidade e da história. Trabalhamos para manter a originalidade do nosso espaço, do ambiente como um todo. Hoje, em nossa propriedade, temos o ciclo completo, desde a produção do leite até a fabricação do queijo.”
No almoço, chegou o momento de conhecer e degustar as carnes de Ovinos e Caprinos da Cantuquiriguaçu e, no fim da tarde, de conhecer o novo espaço de cortes que está localizado em Virmond. O presidente da Associação e Cooperativa Caprivir, Vilson Antonio Buskevicz, espera que a IG possa agregar valor ao produto e alcançar novos mercados.
“Faz 18 anos que estamos nessa área. Entre associação e cooperativa, somos em 65 sócios. Em breve, vamos inaugurar uma unidade de corte e conseguir atuar em toda a cadeia, sendo que antes nós comercializávamos o animal inteiro. Tudo isso é resultado de parcerias que vêm para fortalecer e desenvolver ainda mais a nossa região”, finaliza.
Grupo
O Fórum Origens Paraná é uma plataforma colaborativa dedicada à promoção e à valorização das Indicações Geográficas e das Marcas Coletivas no Paraná. As Indicações Geográficas (IG) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas possuem duas funções: agregar valor ao produto e proteger a região produtora.
Atualmente, no Paraná, são 14 Indicações Geográficas reconhecidas pelo INPI: cachaça e aguardente de Morretes; melado de Capanema; mel de Ortigueira; cafés especiais do Norte Pioneiro; morango do Norte Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; barreado do Litoral do Paraná; queijos coloniais de Witmarsum; bala de banana de Antonina; erva-mate São Matheus, do Sul do Paraná; camomila de Mandirituba; e uvas finas de Marialva. Além delas, há uma IG concedida para Santa Catarina, mas que envolve municípios do Paraná e Rio Grande do Sul, que é o Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul do Brasil.
Outros produtos estão em busca do registro e possuem pedidos depositados no INPI: Broas de Centeio de Curityba; Mel de Prudentópolis; Urucum de Paranacity; Queijos do Sudoeste do Paraná; Cracóvia de Prudentópolis; Carne de Onça de Curitiba; Café de Mandaguari; Ponkan de Cerro Azul; e Ovinos e Caprinos da Cantuquiriguaçu.