Greves continuam na Argentina e portos seguem sem operações; farelo recua na CBOT
O segundo dia de greves e paralisações na Argentina continuam a impactar as exportações no país e atingem o coração do complexo soja. A região portuártia de Rosário é uma das mais afetadas, segundo fontes ouvidas pela Reuters Internacional, e os embarques de soja, milho e trigo já estão bastante comprometidos.
"As greves estão afetando os portos de Rosário. E estão sentindo os efeitos das medidas tomadas pelos funcionários do sindicato dos trabalhadores de processadoras e pela federação das oleaginosas", afirma o gerente da Câmara das Atividades Marítimas e de Portos, Guillermo Wade.
Do mesmo modo, o presidente da CIARA-CEC (Câmara de Indústria Processadora da Argentina), Gustavo Idígoras, afirma que neste momento, os portos argentinos estão sem operações, em pleno momento de colheita da safra 2023/24.
O secretário geral do SOEA (Sindicato de Obreros y Empleados Aceiteros), Daniel Succi, explicou ao portal local Infocampo que na zona portuária de San Lorenzo, em Santa Fé, há 17 empresas de produtoras de óleo e biodiesel, onde se produz cerca de 84% da produção nacional. As exportações deverão ser bastante comprometidas, porém, o consumo interno não deverá sentir os efeitos. O mercado de algodão também pode ser impactado.
E afirmou ainda que as medidas sobre as paralisações irão evoluir de acordo com o caminho que a votação individual dos artigos que votam questões fiscais e trabalhistas. Mais cedo, a chamada "Lei de Bases", que prevê uma ampla e profunda reforma econômica no país proposta pelo presidente Javier Milei foi aprovado. As discussões e votações acontecem desde a manhã desta terça-feira (30).
Sobre a aprovação do texto base, Milei comemorou e afirmou que este é "um primeiro passo fundamental para tirar a Argentina do pântano em que tem estado nas últimas décadas".
Enquanto isso, boa parte das altas acumuladas pelo farelo de soja ontem na Bolsa de Chicago - que encerrou o dia com mais de 2,5% de alta entre os principais vencimentos, voltou a recuar, acompanhando a baixa generalizada das commodities. Na sessão desta terça, quem liderou as perdas na Bolsa de Chicago foi o óleo, que encerrou o dia cedendo 3%.