Greves continuam na Argentina e portos seguem sem operações; farelo recua na CBOT

Publicado em 30/04/2024 15:47 e atualizado em 30/04/2024 17:42
Exportações continuam a ser impactadas e paralisações geram perdas de até US$ 100 milhões por dia

O segundo dia de greves e paralisações na Argentina continuam a impactar as exportações no país e atingem o coração do complexo soja. A região portuártia de Rosário é uma das mais afetadas, segundo fontes ouvidas pela Reuters Internacional, e os embarques de soja, milho e trigo já estão bastante comprometidos. 

"As greves estão afetando os portos de Rosário. E estão sentindo os efeitos das medidas tomadas pelos funcionários do sindicato dos trabalhadores de processadoras e pela federação das oleaginosas", afirma o gerente da Câmara das Atividades Marítimas e de Portos, Guillermo Wade. 

Paralisações atingem a unidade da Cargill em Puerto General San Martín 
Foto: Marcelo Manera - La Nacion

Do mesmo modo, o presidente da CIARA-CEC (Câmara de Indústria Processadora da Argentina), Gustavo Idígoras, afirma que neste momento, os portos argentinos estão sem operações, em pleno momento de colheita da safra 2023/24. 

O secretário geral do SOEA (Sindicato de Obreros y Empleados Aceiteros), Daniel Succi, explicou ao portal local Infocampo que na zona portuária de San Lorenzo, em Santa Fé, há 17 empresas de produtoras de óleo e biodiesel, onde se produz cerca de 84% da produção nacional. As exportações deverão ser bastante comprometidas, porém, o consumo interno não deverá sentir os efeitos. O mercado de algodão também pode ser impactado. 

E afirmou ainda que as medidas sobre as paralisações irão evoluir de acordo com o caminho que a votação individual dos artigos que votam questões fiscais e trabalhistas. Mais cedo, a chamada "Lei de Bases", que prevê uma ampla e profunda reforma econômica no país proposta pelo presidente Javier Milei foi aprovado. As discussões e votações acontecem desde a manhã desta terça-feira (30). 

Sobre a aprovação do texto base, Milei comemorou e afirmou que este é "um primeiro passo fundamental para tirar a Argentina do pântano em que tem estado nas últimas décadas". 


Enquanto isso, boa parte das altas acumuladas pelo farelo de soja ontem na Bolsa de Chicago - que encerrou o dia com mais de 2,5% de alta entre os principais vencimentos, voltou a recuar, acompanhando a baixa generalizada das commodities. Na sessão desta terça, quem liderou as perdas na Bolsa de Chicago foi o óleo, que encerrou o dia cedendo 3%. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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