Louis Dreyfus resiste à queda dos preços das commodities e tem lucro estável

Publicado em 21/03/2024 12:00

 

Por Gus Trompiz

PARIS (Reuters) - Os lucros da Louis Dreyfus Company (LDC) no ano passado se mantiveram próximos aos níveis de 2022, com a gigante das commodities agrícolas dizendo que sua rede global de trading a ajudou a suportar a queda dos preços.

A LDC, uma das maiores tradings e processadoras de safras do mundo, concorrendo com ADM, Bunge e Cargill, disse que o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2023 caiu para 2,22 bilhões de dólares, de 2,35 bilhões de dólares no ano anterior, enquanto seu lucro líquido permaneceu estável em 1,01 bilhão de dólares.

As vendas caíram mais acentuadamente, para 50,6 bilhões de dólares, de 59,9 bilhões de dólares em 2022, refletindo uma queda nos preços e volumes.

"O desempenho da LDC permaneceu resiliente apesar dos menores volumes vendidos e da menor volatilidade em comparação com 2022", disse o grupo em relatório anual.

Embora os mercados estivessem menos caóticos do que em 2022, quando o início da invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia levou os preços globais das commodities alimentícias a um recorde, a guerra e contratempos climáticos continuaram a interromper o fornecimento e fizeram com que a LDC usasse sua rede global para garantir comércio lucrativo, disse.

A demanda por safras brasileiras na China ajudou a impulsionar resultados mais fortes em seus negócios de grãos e oleaginosas, acrescentou.

A LDC havia relatado anteriormente uma queda nos lucros do primeiro semestre.

A empresa não apresentou uma projeção para o desempenho em 2024. A rival Bunge disse no mês passado que esperava lucros menores este ano, já que a ampla oferta de safras reduziu as margens.

A LDC, que lida com produtos agrícolas, do açúcar ao algodão, mudou parcialmente seu foco para o consumidor final da cadeia alimentar a fim de se tornar menos dependente do comércio de commodities.

O grupo disse que aumentou as despesas de capital (Capex) em quase 16% em relação ao ano anterior, apoiando a expansão do processamento de sementes oleaginosas e a produção de suco não concentrado.

(Reportagem de Gus Trompiz e Dominique Vidalon)

Fonte: Reuters

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