“Brasil, China e União Europeia querem sustentabilidade, mas cada um do seu jeito”, declarou presidente do Imac
Mato Grosso e China seguem unidos em uma única pauta: garantir a continuidade do fornecimento de carne, mas uma “Carne Verde” que conserve a biodiversidade e seja de baixas emissões de gases do efeito estufa. Estas e outras ações do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) foram apresentadas pelo presidente Caio Penido na 28ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes.
De acordo com o presidente, “considerando a totalidade da carne bovina produzida no estado de Mato Grosso, aproximadamente 50% da produção é destinada ao mercado interno e 50% é exportada. De tudo que se exporta, 55,6% é enviado para a China e 3,7% vão para a União Europeia”.
Penido participou, na terça-feira (05.12) pela manhã, do painel sobre Agricultura Sustentável e Cadeia de Fornecimento Verde e pela tarde palestrou no Pavilhão da China, mostrando ser possível romper a bolha e dialogar com outros países na COP. No debate, o presidente do Imac falou da sustentabilidade da pecuária mato-grossense e sobre os dois principais eixos de atuação do instituto: conformidade legal monitorada e potencial de melhora no balanço de carbono, gerando desenvolvimento econômico.
O painel contou com a participação de representantes do Consórcio dos Estados da Amazônia Legal Brasileira e de representantes da ONG chinesa parceira do IMAC, a GEI (Global Environmental Institute).
"O Brasil, a China e a União Europeia estão alinhados na preocupação com a situação climática global. No nosso eixo que trata de conformidade ambiental tratamos de inclusão, monitoramento e rastreabilidade. Tanto a China, quanto a União Europeia querem uma carne bovina sustentável, com a diferença de que a China é uma grande compradora da nossa carne e também se preocupa com a segurança alimentar de seus habitantes, temos interesses em comum. Já a Europa é nossa concorrente, importa cada vez menos nossa carne e coloca sempre, mas restrições, parecendo estar mais preocupada em proteger seus produtores pouco competitivos a aumentar as importações do Brasil", destacou Penido.
Também no eixo “Desenvolvimento Econômico”, existe grande interesse dos chineses nas ações do IMAC, que desenvolveu um observatório para promover a intensificação dos aproximadamente 14 milhões de hectares com algum estágio de degradação no estado.
“Podemos produzir mais carne, atendendo ao anseio de segurança alimentar mundial, fixando carbono no solo e reduzindo a idade de abate do nosso gado, melhorando assim o balanço de carbono por arroba produzida em MT”, garantiu Penido.
Imac na Cop 28
O Imac está na COP 28 para mostrar que a carne de Mato Grosso tem qualidade e é sustentável. No domingo (10.12), o instituto também fará parte das discussões “Para além das Florestas: sistemas alimentares e agricultura na Amazônia e as soluções climáticas baseadas na natureza”.
Além disso, Caio Penido também participará das agendas do governador Mauro Mendes como “Contribuição da Agropecuária nas questões climáticas”, “Construindo o amanhã sustentável: Agenda 2030”, Restauração Florestal e Pagamento por Serviços Ambientais na Agenda de Carbono, Biocombustíveis na agenda de sustentabilidade, dentre outros.