Mercado brasileiro de fertilizantes deve crescer para 44 mi t em 2023, prevê Yara
Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - O mercado brasileiro de fertilizantes deve crescer para cerca de 44 milhões de toneladas em 2023, ante 41 milhões em 2022, disse nesta terça-feira o presidente da Yara Brasil, Marcelo Altieri, durante evento com jornalistas.
O crescimento estimado de 7,3% acontece após o setor ter vendido menos adubos no país no ano passado, quando a guerra na Ucrânia elevou os preços para os agricultores, que então reduziram a adubação.
No acumulado de janeiro a setembro, as entregas de fertilizantes no Brasil somaram 33,50 milhões de toneladas, crescimento de 11,3% versus igual período do ano passado, segundo os dados mais recentes divulgados pela Associação Nacional de Difusão de Adubos (Anda), na última sexta-feira.
O Brasil é um dos mercados mais importantes da Yara, disse Altieri, acrescentando que a empresa está apoiando os esforços do governo para criar um plano nacional de fertilizantes para reduzir a dependência do país das importações de nutrientes agrícolas.
Porém, atuar no Brasil tem seus desafios, principalmente em decorrência do alto preço do gás natural.
"O objetivo não é que o preço do gás natural seja mais baixo", disse ele, em entrevista coletiva, em resposta a uma pergunta da Reuters. "O objetivo é que seja competitivo para que uma indústria nacional possa ser defendida e desenvolvida."
AMÔNIA VERDE
O executivo da norueguesa Yara no Brasil afirmou ainda que a companhia vai produzir "amônia verde" no país antes de plantas da empresa na Europa usando biometano como insumo.
A Yara, uma das maiores produtoras de fertilizantes do mundo, já garantiu oferta de biometano junto à Raízen para produzir "amônia verde" em Cubatão (SP).
O processo de produção de amônia verde envolve a produção de amônia 100% renovável e livre de carbono, disse Altieri, acrescentando que a produção começará no segundo trimestre de 2024.
Altieri, que assumiu a chefia da unidade brasileira da Yara em setembro de 2022, disse que a empresa está otimista em relação ao mercado deste ano no Brasil, onde a empresa investiu 10 bilhões de reais nos últimos 10 anos.