Agricultura quer mais recursos para seguro diante de perdas na safra do Brasil

Publicado em 30/11/2023 17:13 e atualizado em 30/11/2023 18:05

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Agricultura pediu ao Ministério da Fazenda um acréscimo de 3,5 bilhões de reais no orçamento da pasta para 2024, antevendo problemas para as safras de milho e soja no país depois da seca registrada nas regiões Norte e Centro-Oeste, e o excesso de chuvas no Sul.

Os recursos, ainda não aprovados pela Fazenda, seriam usados em parte para o seguro rural, em uma tentativa de mitigar os efeitos para os produtores.

Segundo o assessor especial do Ministério da Agricultura Carlos Ernesto Augustin, a perspectiva para as duas safras não é boa.

A previsão do ministério é de uma redução na área da segunda safra de milho no país, com uma safra pior no ano que vem em relação a 2023. A produção de soja também deve cair após produtores semearem mais tarde a lavoura e enfrentarem adversidades climáticas, segundo Augustin.

Analistas privados têm feito cortes expressivos nas estimativas, que apontam para queda de milhões de toneladas ante o ciclo passado.

"Se não houver uma melhoria no preço, vai dar problema, vai ter prejuízo. Temos que nos preparar para isso", disse Augustin. "O que estamos prevendo é atraso do plantio, redução da produtividade. Vai ser um ano bastante difícil", afirmou.

Segundo ele, "vai ter agricultor que não vai conseguir pagar investimento".

"Estamos tentando minorar esses problemas lá na frente", adicionou.

Na semana passada, em um almoço com a Frente Parlamentar Agropecuária, Augustin pediu apoio dos parlamentares para aprovar a inclusão desses recursos no orçamento de 2024, que ainda não foi votado pelos parlamentares.

Para este ano, o ministério pediu uma suplementação orçamentária de 500 milhões de reais, mas as duas últimas edições da reunião da Junta Orçamentária do governo, que deveria decidir sobre esse assunto, foram adiadas.

O seguro agrícola conta com orçamento inicial de 1,06 bilhão de reais, segundo a FPA, podendo chegar a 1,5 bilhão de reais, se a suplementação for aprovada.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

Fonte: Reuters

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