Dólar segue exterior e avança com força antes de dados de inflação dos EUA
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar avançava frente ao real na manhã desta quinta-feira, acompanhando o fortalecimento da divisa norte-americana no exterior em meio a expectativas pela divulgação de dados de inflação dos Estados Unidos.
Investidores alertavam para chances de volatilidade elevada na primeira metade do pregão devido à disputa pelo fechamento da Ptax de fim de mês, uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.
Às 10:04 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 1,04%, a 4,9373 reais na venda.
Na B3, às 10:04 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,68%, a 4,9345 reais.
"Toda a atenção está voltada para os dados do PCE, medida de inflação favorita do Fed, e a confirmação de que a inflação segue desacelerando, abrindo espaço para discussões sobre início do período de cortes nos juros e o tão almejado pouso suave da economia", disse o banco Inter em nota.
O crucial índice PCE será publicado às 10h30 (de Brasília). Antes dos dados, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes avançava cerca de 0,40%, enquanto os rendimentos dos Treasuries se recuperavam de mínimas recentes, em movimento muito influenciado por realizações de lucros, depois de um novembro marcado pelo apetite por risco.
Num geral, a perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos costuma levar a um redirecionamento de recursos para países mais rentáveis, ainda que mais arriscados, como o Brasil.
Por trás da alta do dólar nesta sessão, investidores também citavam movimentos típicos do final do ano, período em que empresas e fundos costumam ter maior demanda pela moeda norte-americana conforme se preparam para enviar remessas de recursos para o exterior.
O dólar ainda estava a caminho de fechar novembro com queda de mais de 2% frente ao real, o que marcaria a maior baixa nessa base de comparação desde junho (-5,58%).