Kremlim diz esperar mais sanções, alerta que elas prejudicarão também o Ocidente
MOSCOU (Reuters) - O Kremlin disse nesta quinta-feira que espera que o Ocidente lhe imponha sanções ainda mais duras por causa da guerra na Ucrânia, mas que há uma sensação crescente de que tais sanções prejudicam os interesses ocidentais enquanto a economia da Rússia se adapta bem.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está preparando a economia de 2,1 trilhões de dólares para uma longa guerra e as esperanças ocidentais de alimentar uma rápida crise econômica russa com algumas das sanções mais duras já impostas não se concretizaram.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a Rússia crescerá 2,2% este ano -- mais rápido do que os Estados Unidos ou a zona do euro -- embora o FMI tenha reduzido no mês passado a sua previsão para o crescimento de 2024 para 1,1%.
Questionado sobre a expectativa de que os Estados Unidos imponham mais sanções, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse:
"As expectativas são de que os Estados Unidos e a União Europeia continuem a inventar novas sanções, embora claramente já estejam sem ideias".
"Tanto nos EUA como na UE, aliás, há um entendimento de que os atuais pacotes atingem os interesses dos próprios Estados que impuseram estas sanções", disse Peskov.
Os líderes ocidentais dizem que as sanções que impuseram à Rússia, o maior detentor mundial de recursos naturais, são as mais duras já impostas a uma grande economia.
O Ocidente congelou centenas de bilhões de dólares de dinheiro russo, mas Putin brincou que as sanções não impediram a importação de bens ocidentais, como Mercedes de luxo, para a Rússia -- e que Moscou trabalhará para minar as sanções, comprando o que quiser nos mercados globais.
Peskov disse que a economia da Rússia se adaptou bem às sanções e está tendo algum sucesso operando nas novas condições.
"Não usamos óculos cor-de-rosa: a pressão das sanções continuará e haverá tentativas de fortalecê-la", disse Peskov.
(Por Guy Faulconbridge)