RS deve bater recorde na produção de azeite de oliva

Publicado em 16/06/2023 15:46
Rio Grande do Sul é o maior produtor brasileiro de azeite de oliva e o cultivo ocorre em 5,986 hectares, em 110 municípios

Os números ainda não estão fechados, mas o Rio Grande do Sul deverá ter uma produção recorde de azeite de oliva no ciclo 2022/2023. As projeções indicam que o volume pode chegar a 600 mil litros, segundo levantamento feito pela coordenação do Programa Pró-Oliva, da Secretaria da Agricultura. Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação. “Na safra anterior, o Estado produziu 448,5 mil litros de azeite de oliva”, disse a sommelière em azeite de oliva Luciane Gomes, que, na última quinta-feira, fez a palestra “Oliveiras, desafios e perspectivas” durante o Pampa em Evolução - Conhecimento, Negócios e Sustentabilidade, em Dom Pedrito (RS).

Luciane mostrou que, apesar de estar presente por mais de meio século no Estado do Rio Grande do Sul, faz apenas pouco mais de uma década que a olivicultura vem se firmando como uma cultura promissora no agronegócio gaúcho. O Estado é atualmente o maior produtor, com mais de 80% do volume de azeite de oliva extravirgem produzido no País. Ao todo, já são quase 6 mil hectares de oliveiras espalhados em 110 municípios e 321 produtores. 

O Estado conta com 17 fábricas (lagares) em atividade e já tem 70 marcas de azeite extravirgem. “A cada ano, aumenta o número de produtores, a área plantada com oliveiras e novos olivais entram em produção. A olivicultura tem muito potencial de crescimento no Estado, junto com o olivoturismo e a produção de vinhos finos”, destacou a especialista, que é CEO da revista Azeites & Olivais na empresa Azeites & Olivais e gestora de inovação e tecnologia na Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) - Inova/RS. 

A maioria dos olivais se encontra na chamada Metade Sul do Estado. Os principais municípios produtores são Encruzilhada do Sul, Canguçu, Pinheiro Machado, Caçapava do Sul, São Sepé, Cachoeira do Sul, Santana do Livramento, Bagé, Barra do Ribeiro, Sentinela do Sul, entre outros. Em Dom Pedrito, onde as oliveiras fazem parte do cenário há menos tempo, já são 38 hectares cultivados. De acordo com o zoneamento edafoclimático realizado pela Embrapa, o RS possui 7,4 milhões de hectares de terra com aptidão recomendável para o cultivo, sendo que 51% estão na Metade Sul. 

Mas os olivais estão ganhando espaço, principalmente em regiões que não são propícias para o cultivo de soja e milho, por exemplo. Em alguns municípios da Metade Sul os solos são muito arenosos e pedregosos e a topografia também não é favorável para a produção de soja. Mas a oliveira adora solo arenoso, pedregoso e temperatura de 25ºC a 35ºC no verão e de 3ºC a 15ºC no inverno. A única coisa que a oliveira não tolera é a umidade. 

Qualidade reconhecida - A produção ainda é pequena, mas o azeite produzido no Rio Grande do Sul tem alto grau de qualidade. E o resultado se dá em azeites frescos, com alto conteúdo de polifenóis (antioxidantes) e que vêm conquistando grandes premiações internacionais. Somente em 2022, os azeites gaúchos receberam 130 premiações pelo mundo. 

Um deles, o azeite Serra dos Tapes, da Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu (RS), foi reconhecido neste ano como o melhor azeite do Hemisfério Sul pelo Mario Solinas Quality Award, na Espanha. “Essa premiação, criada pelo COI [Conselho Oleícola Internacional] é o Oscar da olivicultura, o prêmio máximo para reconhecimento da qualidade de azeites no mundo e saiu pela primeira vez para um azeite brasileiro”, destacou a sommelière em azeite de oliva.

Fonte: Fapergs

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