Governo avalia mecanismos de estímulo ao uso de calcário nas lavouras para correção do solo gaúcho
A avaliação do uso do calcário nas lavouras gaúchas foi o tema que uniu as secretarias estaduais da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Desenvolvimento Econômico e Desenvolvimento Rural, com os respectivos titulares das pastas, Giovani Feltes, Ernani Polo e Ronaldo Santini, no fim da manhã desta quinta-feira (16), na sede da pasta da Agricultura, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre.
O objetivo é avaliar a construção de um mecanismo para estimular o uso de calcário na correção do solo, medida que reduz sua acidez e o torna mais resistente à estiagem. O Estado tem uma indústria com condições de disponibilizar calcário para toda a área agrícola, mas a demanda atual está abaixo da capacidade produtiva das plantas. Representantes do Sindicato da Indústria do Calcário do Rio Grande do Sul (Sindicalc-RS) e da Emater/RS-Ascar participaram do encontro técnico.
Os secretários estão alinhando de forma conjunta como apoiar o setor de calcário. Uma das formas é aumentar a conscientização dos produtores rurais sobre os resultados de lavouras com uso do fertilizante, por meio da parceria com a Emater/RS-Ascar, órgão fundamental na assistência técnica ao produtor rural e que, dessa forma, tem contato direto com quem produz lá na ponta. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também deverá ser convidada a participar em uma ação em sintonia com a Emater.
O secretário Giovani Feltes ressaltou que o uso do calcário agrega valor às lavouras. “Precisamos incentivar os produtores para que comecem a utilizar e se atentem da importância para a conservação do solo e para aumento da produtividade”, destacou.
Conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo, todo manejo que contribui para aumento de produção e de produtividade das lavouras deve chegar até o produtor. “Temos dez indústrias de calcário, mas que estão produzindo menos do que a sua capacidade”, afirma. Polo ainda acrescentou que essas empresas geram cerca de 1,8 mil empregos diretos e cerca de 7 mil empregos indiretos no Estado. “Esses números podem dobrar se os produtores conhecerem melhor os benefícios do uso do produto”, acrescentou.
Na oportunidade, Ernani Polo lembrou que programa "Conservar para Produzir Melhor", de conservação do solo e da água, lançado quando esteve à frente da pasta da agricultura (2015-18), como forma de enfrentamento à estiagem, “vai ao encontro do estímulo ao uso do calcário, pois amplia a produtividade das lavouras e corrige o solo”, comentou.
O titular da pasta de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, realçou que a correção de solo é fundamental para que se ampliar nossa capacidade de produção de recuperação de solo. “Os dados apresentados pela Emater reconhecem a necessidade de estimularmos essa prática de forma permanente por parte dos nossos agricultores”, frisou.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Calcário do Rio Grande do Sul (Sindicalc-RS), Carlos Cavalheiro, o calcário aumenta a produtividade em 30% da lavoura. Cavalheiro destacou que a produção atual de calcário é de 3,5 milhões de toneladas por ano e o RS consome 4 milhões de toneladas por ano, sendo 500 mil quilos vindos de Santa Catarina e Paraná por questões geográficas, já que esse volume abastece locais próximos a esses estados, o que permite menor custo com frete.“Nossos estudos, com base nos dados dos órgãos oficiais, indicam que a área agricultável do RS precisa de 10 milhões de toneladas”, pontuou. As dez empresas estão distribuídas em quatro municípios gaúchos, sendo eles, Caçapava do Sul, Pantano Grande, Arroio Grande e Hulha Negra. Também esteve presente na reunião o diretor executivo do Sindicalc, Roberto Zamberlan e ex presidente da entidade.