Com alta de 0,73% em Dezembro, os Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista Fecha 2022 com Acumulado Positivo de 6,63%

Publicado em 23/01/2023 16:54

O Índice de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1, 2 fechou dezembro de 2022 com alta de 0,73% (Tabela 1). Separados por grupos de produtos, enquanto o índice de origem vegetal (IqPR-V) atingiu reajuste de 1,07%, o índice de origem animal (IqPR-A) finalizou o último mês do ano com queda de -0,16%.

Com a ausência da cana-de-açúcar (+1,54%), que é o principal produto na formação dos índices, IqPR e IqPR-V sem cana apresentam altas menores, respectivamente de 0,13% e 0,39%.

Dentre os principais reajustes observados no mês de dezembro de 2022, destacaram-se o feijão (+16,59%) e o arroz (+10,27%). Para o feijão, a diminuição da área direcionada ao produto (que foi em parte substituída para o cultivo de soja e milho) e adversidades climáticas reduziram a oferta do produto no último mês de 2022, ocasionando a elevação do valor negociado pela saca de 60 Kg para quase R$400,00. Para o arroz, a menor oferta ocasionada pela falta de chuvas e pela redução da produtividade no Rio Grande do Sul (principal estado produtor) colocou o produto negociado em dezembro numa margem 10,27% mais caro que o praticado em novembro de 2022.

Dentre as principais quedas observadas no mês de dezembro de 2022, destaca-se a variação negativa de 28,07% dos preços da banana-nanica. Frente a uma oferta excessiva em relação às outras variedades (principalmente a prata) e uma menor demanda (pelo começo das férias escolares e pela maior diversidade de opções de frutas consumidas nas festas de fim de ano), os preços médios negociados atingiram R$2,04.

ÍNDICES ACUMULADOS NOS ÚLTIMOS 12 MESES

No acumulado de dezembro de 2021 a dezembro de 2022, todos os índices apresentaram reajustes positivos. De janeiro a março, visualiza-se uma aceleração incentivada pelas altas verificadas principalmente nas culturas de arroz, feijão, cana- -de-açúcar, carne de frango e ovos. As incertezas geradas pelo início da guerra entre Rússia e Ucrânia colocaram o mercado de commodities em compasso de espera. O mês de abril se apresenta como um divisor de águas no equilíbrio da oferta e demanda no campo paulista. Depois de 14 meses de reajustes sucessivos nos indicadores, as quedas nos preços de milho e soja (com os bons resultados da safra brasileira de grãos) apontaram para uma estabilidade nos custos de produção das principais proteínas (em especial, aves e suínos).

De maio a julho, destacam-se as altas do indicador de preços dos produtos animais (IqPR-A): nesse intervalo, figuram em destaque os reajustes no leite, que variam de R$2,08 para R$2,78, ascensão de 33,65% em seu período de entressafra (quando os custos de produção são aumentados pela necessidade de suplementação alimentar do rebanho). Entre agosto e dezembro, as oscilações nos preços dos produtos de origem vegetal ocorreram numa projeção orientada à estabilidade (em agosto a estiagem interferiu nas altas das laranjas; em setembro, a retirada do ICMS do etanol favoreceu a queda nos preços da cana-de-açúcar; em outubro, novamente as laranjas em baixa produtividade contribuíram para a elevação do índice; e em novembro, as especulações no mercado financeiro derrubaram os preços do café, o que interferiu na queda do indicador). Já os produtos de origem animal, em contraposição às elevações verificadas no primeiro semestre de 2022, inverteram a curva do indicador com as quedas sucessivas, principalmente do leite e da carne bovina.

Nesse intervalo de 12 meses, 13 produtos do levantamento tiveram reajustes positivos e 4 apresentaram quedas. Além disso, o IqPR variou positivamente em 8 dos 12 meses analisados, num acúmulo de reajuste de +6,63%. No que se refere ao indicador de produtos de origem vegetal (IqPR-V), as altas acumuladas de feijão (+77,85%), batata (+76,88%), arroz (+44,45%) e tomate (29,82%) contribuíram para sua alta em 7,53%.

Nota-se que esses quatro produtos são muito importantes na dieta popular brasileira, o que indica um peso maior para o processo inflacionário vigorante nos últimos anos. Nesse intervalo de 12 meses, a alta do IqPR-A foi de 4,06%. Destaca-se a variação negativa acumulada do preço da carne bovina em -10,67%, contrabalançando o indicador frente aos reajustes dos preços dos ovos (+29,52%) e do leite cru refrigerado (+23,41%).

Fonte: IEA

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