Pesquisa da Epagri busca identificar as causas das perdas na lavoura por meio da interpretação de imagens aéreas
Um projeto de pesquisa iniciado pela Epagri em 2022 busca propor uma sequência de análises para identificar as reais causas de perdas na lavoura através do uso e interpretação de imagens aéreas adquiridas por sensores multiespectrais e termais de alta resolução embarcados em VANTs (Veículo Aéreo Não Tripulado), os populares drones. A pesquisa é coordenada pela Epagri/Ciram e desenvolvida em parceria com a UFSC/câmpus de Curitibanos, e com as estações experimentais da Epagri em Urussanga, Caçador, Lages, Ituporanga e Chapecó.
Segundo a coordenadora do projeto, pesquisadora Cristina Pandolfo, de modo geral as perdas agrícolas são associadas a eventos climáticos adversos, principalmente nas comunicações de perdas que buscam acesso ao seguro agrícola, mas uma série de outros fatores podem estar ligados ou contribuir para a frustração de safras, como por exemplo, ausência de práticas conservacionistas, ataque severo de doenças ou pragas, presença de plantas indesejáveis e o desequilíbrio de nutrientes. “As imagens podem auxiliar na identificação dessas causas. O conhecimento da variabilidade espacial das características da lavoura pode otimizar o processo de vistoria e melhorar a quantificação de perdas em áreas agrícolas”, diz ela.
Cristina acrescenta que o projeto busca otimizar o trabalho do técnico no momento da vistoria e a qualificação dos laudos e/ou perícias técnicas, sendo um importante apoio principalmente para situações de conflitos em solicitações de perda por parte do agricultor.
Identificar as reais causas das perdas na agricultura pode colaborar com o agricultor no acesso ao seguro agrícola (Foto: divulgação/Epagri)
As primeiras imagens a campo foram feitas em setembro de 2022, ação que se prolongará até 2024. Fazem parte dos estudos de caso iniciais as áreas experimentais da Epagri com banana (Urussanga), mandioca (Urussanga e Jaguaruna) e maçã (Caçador). Também será avaliada a variabilidade do solo em algumas áreas de lavoura com solo exposto (Urussanga, Jaguaruna e Lages). “Essas imagens serão sistematizadas e processadas com o objetivo de se obter um método para avaliação e vistoria de lavouras”, explica a pesquisadora.
O projeto é desenvolvido com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e com recursos próprios da Epagri alocados no projeto Zoneamento Agrícola em Santa Catarina.