Busca por informações sobre desmatamento disparam após 1º debate presidencial do 2º turno

Publicado em 17/10/2022 21:57

Depois do primeiro debate entre os candidatos à presidência no segundo turno, que aconteceu neste final de semana na Band, a equipe do Notícias Agrícolas identificou um aumento considerável das buscas pelas informações sobre desmatamento, números, análises e dados que pudessem esclarecer as falar de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) no portal. Ambos defenderam os números de seus governos e orientaram ao público que buscassem os dados no Google. 

E assim os eleitores o fizeram. No Notícias Agrícolas, o conteúdo mais acessado no momento da busca por informações, dados e esclarecimentos foi a entrevista do engenheiro agrônomo Ciro Siqueira, concedida em 19 de novembro de 2019, quando ele detalhou os números trazidos pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e fez uma leitura mais aprofundada sobre os mesmos, já que, como explicou, foram mal interpretados pela grande mídia. 

"Sabíamos que o desmatamento deste ano (2019) seria um desmatamento elevado. E nós sabíamos disso porque há cinco anos ele está crescendo e está crescendo por uma série de razões estruturais. Só que quando o governo era do PT e todas as ONGs estavam no governo, ninguém dizia isso para nada, ficam todos quietos. Quando mudou o governo, e o governo 'chutou' as ONGs dos aparatos estatais, começou tudo isso, todo esse alarde (...) Isso acontece há décadas, porque o trato que o estado brasileiro dá à Amazônia está errado. E o que o atual governo está tentando fazer é mudar esse trato errado", explicou Siqueira, há três anos. 

O engenheiro afirmou ainda que "o movimento ambientalista escolheu proteger a Amazônia por meio da asfixia da economia da Amazônia. Então, na Amazônia não se pode fazer nada (...) Nada na Amazônia que gera emprego, que gere renda, que gere ocupação para as pessoas, que gere expectativa de vida, não se pode fazer. Eles estão matando o povo da Amazônia para proteger a Amazônia. Só que o povo da Amazônia está lá. Então, sempre que o governo perde a capacidade de asfixiar a economia, o povo da Amazônia, esse povo aparece de novo e o desmatamento sobe. Isso está acontecendo desde 2012, 2013, quando o governo perdeu um pouco a condição de asfixiar o povo da região. O que os ambientalistas sérios precisavam fazer é achar uma forma de desenvolver sustentavelmente a Amazônia, de dar ao povo da Amazônia uma alternativa de emprego, uma alternativa de renda, de desenvolvimento que não dependa do desenvolvimento da Amazônia". 

A entrevista pode ser conferida clicando no link abaixo:

>> Números de desmatamento do INPE omitem redução no desflorestamento da última década

Em tempos da rápida disseminação de fake news, da discussão sobre quem desmatou mais ou menos, quem preserva mais ou menos, e quando não se aprofunda o debate sobre conceitos determinantes como desmatamento legal e desmatamento ilegal; percentuais de Reserva Legal; Lei da Regularização Fundiária; viabilidade financeira para a população das florestas; pagamento por serviços ambientais e, principalmente, a força e a rigorosidade do Código Florestal Brasileiro - a lei mais discutida no país depois da Constituição Federal - a boa notícia é que os brasileiro estão, de fato, buscando se informar - ou ao menos parte deles - antes de tomar suas decisões. 

"Vimos que de 2004 a 2005 [de acordo com os dados do Inpe] há índices altíssimos de desmatamento e depois vimos uma queda abrupta nos próximos anos. Nesse período foram criadas unidades de conservação na Amazônia como uma solução imediata sem pensar nas pessoas. Aquelas pessoas que tinham sido estimuladas a colonizar o norte, ficaram em um limbo jurídico, ficando dentro de unidades de conservação de uma hora pra outra. E essas soluções imediatas sem pensar nas pessoas, e não transitórias, são efêmeras. Resolvem de uma hora pra outra, logo acaba esse sucesso. A partir de 2018, 2019 e agora em 2012 voltamos aos índices de 2016, porque as pessoas estão sem solução. Não se consegue uma licença de conversão de área de vegetação nativa em terra produtiva nem legalmente nestes estados. Não há planejamento de uso do território pelas pessoas. Então, da mesma forma que caiu o índice de desmatamento, caiu o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) destas áreas", explica Dra. Samanta Pineda, advogada especializada em direito ambiental, em 2022, ano de eleições presidenciais, ano em que ainda olhar de forma racional para a Amazônia e sua população, buscando viabilidade financeira para a região, ainda é carregar um alvo para críticas, leituras equivocadas e dados distorcidos.

Fonte: Notícias Agrícolas

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