Juros afetam lucro da Camil no 1º tri, mas companhia segue otimista e em busca de expansão

Publicado em 15/07/2022 09:47

Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) – A Camil Alimentos reportou nesta quinta-feira lucro líquido de 96,8 milhões de reais referente ao primeiro trimestre, queda de 10,5% no comparativo anual, pressionada pelo aumento nas taxas de juros que afetou o endividamento da empresa após aquisições.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou 244,6 milhões de reais no trimestre, alta de 33% ante os três primeiros meses de 2021.

Apesar de um cenário adverso com a elevação na taxa básica de juros (Selic) e recuo no poder aquisitivo da população causado pela inflação, o CEO da companhia, Luciano Quartiero, disse à Reuters que a Camil tem conseguido defender suas marcas no varejo, mantendo a liderança no setor de arroz, por exemplo.

Ele ressaltou também que a empresa ainda conta com um nível de capacidade de alavancagem financeira que permite seguir em busca de oportunidades de crescimento.

“Temos possibilidade de entradas em outros segmentos. Estamos na parte de massas, farinha nos interessa, biscoitos nos interessam”, afirmou o executivo.

“Nessas categorias em que estamos no Brasil, temos interesse em entrar nos países que ainda estamos (só) em operação de arroz”, acrescentou, citando que a empresa tem buscado ativamente negócios na Colômbia e começa a olhar com mais afinco para países da América Central.

No Brasil, a Camil está presente nas áreas de arroz, feijão, açúcar, pescados, massas e café.

O volume total comercializado no país atingiu 390,9 mil toneladas no primeiro trimestre, queda de 4% ante igual período do ano passado, quando a pandemia impulsionou o consumo doméstico.

“O principal ponto do Brasil é a base de comparação, foi um tri muito forte ano passado, com segunda onda de Covid-19”, disse o CEO.

Quando comparado ao trimestre imediatamente anterior, o último de 2021, os volumes registrados pela Camil tiveram alta de 7,8%, de acordo com os dados.

Quartiero destacou que a empresa tem feito um grande esforço para melhorar a eficiência e seus custos, para manter a competitividade e levar o produto mais barato possível para a gôndola, em meio a um ambiente inflacionário.

“Nossas principais categorias são a base da alimetação, então não temos cenário de queda no volume… Não sinto queda de demanda, se ela existir vai ser pequena e espero compensar com a nossa execução e novos mercados.”

Lá fora, a Camil atua no Uruguai, Peru, Chile e Equador, e contou com um incremento significativo em sua divisão internacional, com alta de 43,7% em volume no primeiro trimestre ante igual período de 2021, puxado pelo Uruguai.

“No Uruguai, a operação é 90% exportadora e estamos com desafio na contratação do frete… Isso faz com que as oscilações dos volumes entre os trimestres sejam atípicas e não tenha uma sazonalidade clara”, explicou.

Em uma visão geral, a companhia tem expectativa de entregar crescimeto em todas as suas categorias no ano.

(Reportagem de Nayara Figueiredo)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja e milho em Chicago têm mais uma sessão de alta enquanto açúcar em NY consolida perda de quase 6% na semana
Agro e Prosa Episódio 914 - Como atingir máxima produtividades
Carta para o Papai Noel: Pedidos do Agro para 2025 | Ouça o Agro CNA/Senar #153
Prosa Agro Itaú BBA | Agro Semanal | Mercados de soja e açúcar e o planto de rastreabilidade da pecuária nacional
Safra 24/25 do Paraná pode chegar a 25,3 milhões de toneladas de grãos
As perspectivas para o agro em 2025, rumo à COP do Brasil
undefined