Brasil segue renovando máximas nas importações de fertilizantes e destaque ainda é queda no preço da ureia

Publicado em 15/06/2022 14:07 e atualizado em 16/06/2022 10:00

Apesar de todas as preocupações logísticas - intensificadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia - e dos preços historicamente elevados, as importações de fertilizantes do Brasil continuam renovando seus recordes em 2022. Nos primeiros cinco meses do ano o volume passa de 15,3 milhões de toneladas, contra pouco mais de 13 milhões no mesmo período do ano passado, registrando um incremento de 13,7%.

Como explica o analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities, Jeferson Souza, o destaque permanece com o cloreto de potássio, uma vez que as compras brasileiras chegaram a alcançar 5,29 milhões de toneladas, enquanto eram 4,03 milhões em 2021, nesta mesma época. 

Gráfico: Jeferson Souza/Agrinvest Commodities

"Somente no mês de maio os portos brasileiros receberam mais de 1,4 milhão de toneladas de cloreto, recorde absoluto! Em maio de 2021, essa quantia foi de, aproximadamente, 823 mil toneladas, ou seja, 41,22% de aumento", diz. 

Souza explica ainda que as importações de fertilizantes do Egito pelo Brasil foi um dos destaques do último mês, já que apresentaram um aumento de 173% no período de janeiro a maio. O movimento pode ser justificado, segundo explica o especialista, pelo recorde absoluto também nas importações de superfosfato simples. Da Nigéria, as compras de ureia também subiram e o país africano passa a surgir como uma origem importante para a demanda brasileira. 

Gráfico: Jeferson Souza/Agrinvest Commodities

"De outro lado, o Marrocos reduziu mais de 21% as vendas para os importadores brasileiros, os preços dos fosfatados no país eram superiores aos das demais origens, desfavorecendo os negócios com a nação", detalha Souza. 

Ainda sobre a ureia, o analista da Agrinvest continua destacando o recuo dos preços. "O alto preço sucumbiu à demanda, do outro lado, a produção aumentou pelas boas margens da indústria, cenário perfeito para quedas", afirma. Assim, as referências para o adubo no porto de Paranaguá seguem recuando, e variam entre US$ 710,00 e US$ 730,00 por tonelada. De 1º de abril até agora, os indicativos do fertilizante no país cederam 42%. 

Gráfico: Jeferson Souza/Agrinvest Commodities

Na outra ponta, um dos pontos de atenção para a formação dos preços dos fertilizantes é a movimentação do dólar. A moeda americana em alta limitou os reajustes dos preços em reais por tonelada. Ainda assim, o analista da Agrinvest reforça que o momento é de "monitoramento das relações de troca" e orienta o produtor a não fazer o descasamento da moeda na hora da aquisição de seus insumos e comercialização de sua produção. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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