Imea vê novo recorde para soja de Mato Grosso em 22/23 a 41,5 mi t; corta milho por seca

Publicado em 07/06/2022 08:43 e atualizado em 07/06/2022 11:24

Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) – A produção de soja de Mato Grosso deve alcançar o recorde de 41,5 milhões de toneladas na safra 2022/23, que será plantada a partir de setembro, estimou nesta segunda-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com um aumento na projeção mensal para a oleaginosa, além de um corte na perspectiva para o milho que está sendo colhido após seca.

No mês passado, a produção para a nova safra de soja estava estimada em 39,48 milhões de toneladas.

A alteração veio na esteira de um incremento esperado para área a 11,8 milhões de hectares, 5,23% acima do levantamento anterior e alta de 2,92% em relação ao ciclo de 2021/22.

“Assim, o aumento de área de soja em Mato Grosso continua pautado pela valorização do preço da oleaginosa nos últimos anos, a demanda aquecida no mercado e o cenário favorável para as cotações dos subprodutos”, disse o instituto em relatório.

Segundo o Imea, há uma grande conversão de pastagens em agricultura, principalmente as áreas degradadas ou em situações em que os pecuaristas com menor investimento estão saindo da atividade para arrendar as áreas para a conversão.

Essa movimentação foi identificada em regiões onde a pecuária predomina, como nordeste e norte do Estado, cuja expectativa de aumento de área é de 86,70 mil hectares e 78,37 mil, respectivamente, frente a temporada anterior.

Para o ciclo atual, a produção de soja ficou consolidada em 40,85 milhões de toneladas, alta de 13,32% ante a temporada passada, caracterizando a maior safra da série histórica do Estado até o momento. No último levantamento, o Imea projetava a produção de 2021/22 em 38,88 milhões de toneladas.

MILHO

A produção de milho 2021/22, que está sendo colhido, caiu de 39,347 milhões de toneladas para 39,156 milhões.

A produtividade do cereal apresentou um reajuste negativo de 1,63% e ficou em média de 102,10 sacas/hectare no Estado. “O motivo da retração no rendimento continua sendo elencado devido à escassez hídrica que vem ocorrendo desde o mês de abril de 2022 em grande parte de Mato Grosso”.

O oeste, sudeste e nordeste do Estado foram as regiões mais afetadas pela seca. Segundo o Imea, cabe destacar que essas regiões foram as que apresentaram um maior percentual de área plantada fora da janela ideal, que vai até final de fevereiro.

O prejuízo só não foi maior porque a área de milho foi reajustada para 6,39 milhões de hectares, que representa uma alta de 1,17% em relação ao relatório passado.

“Esse incremento está sendo pautado pelos altos patamares de preços no mercado de milho e as estimativas de maior demanda externa, bem como interna pelo cereal, principalmente pelas usinas de etanol mato-grossense.”

(Por Nayara Figueiredo)

Fonte: Reuters

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