FAO vê queda de preços de alimentos em maio, prevê menor produção de cereais em 2022/23

Publicado em 03/06/2022 08:32

ROMA (Reuters) - Os preços mundiais dos alimentos caíram em maio pelo segundo mês consecutivo, após atingirem um recorde em março, embora o custo dos cereais e da carne tenha aumentado, disse a agência de alimentos das Nações Unidas nesta sexta-feira.

O índice de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que acompanha as commodities alimentares mais comercializadas globalmente, atingiu uma média de 157,4 pontos no mês passado, contra 158,3 em abril.

O número de abril foi anteriormente fixado em 158,5.

Apesar do declínio mensal, o índice de maio ainda estava 22,8% acima do ano anterior, impulsionado em parte por preocupações com o impacto da invasão russa da Ucrânia.

Em estimativas separadas de oferta e demanda de cereais, a FAO disse esperar que a produção global de cereais caia na temporada 2022/23 pela primeira vez em quatro anos, para 2,784 bilhões de toneladas, diminuindo 16 milhões de toneladas dos níveis recordes de 2021.

Enquanto os índices de preços de laticínios, açúcar e óleo vegetal caíram no mês passado, o índice de carnes atingiu um recorde histórico e o índice de cereais subiu 2,2%, com o trigo registrando um ganho mensal de 5,6%. Na comparação anual, os preços do trigo subiram 56,2%.

A FAO disse que os preços do trigo foram influenciados pelo anúncio da Índia de uma proibição de exportação, bem como pela redução das perspectivas de produção na Ucrânia após a invasão russa.

Em sua primeira previsão para a produção global de cereais, a FAO previu declínios na produção de milho, trigo e arroz, ao mesmo tempo em que projetou maior produção de cevada e sorgo.

“As previsões são baseadas nas condições das culturas já no solo e nas intenções de plantio das que ainda serão semeadas”, disse a FAO.

A utilização mundial de cereais estava prevista para diminuir em 2022/23 em 0,1% em relação aos níveis de 2021/22, para 2,788 bilhões de toneladas --a primeira contração em 20 anos.

Fonte: Reuters

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