Análise do CESB aponta possíveis impactos do Plano Nacional de Fertilizantes na soja

Publicado em 25/03/2022 09:58
Iniciativa procura contribuir para a diminuição dos custos dos produtores rurais

Cerca de 85% da demanda brasileira por fertilizantes é atendida via importação, o que caracteriza uma dependência muito grande do Brasil em relação aos outros países para a obtenção deste importante insumo. Como resultado, temos, entre outros fatores, significativas altas nos preços. 

Com o objetivo de amenizar esse cenário e de promover a indústria nacional de fertilizantes, o Governo Federal lançou o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). Mas, quais são os impactos desta iniciativa na soja, importante cultivo brasileiro? 

Para responder essa pergunta, o Comitê Estratégico Soja Brasil fez uma análise especial, com a participação de Leonardo Sologuren, presidente do CESB, e José Erasmo, membro do CESB. Confira a seguir os principais trechos. 

Sologuren observa que a alta dependência do mercado internacional deixa o país refém de uma série de fatores, como alta exposição ao câmbio, mudança de políticas dos países fornecedores e conflitos que comprometem a oferta, a exemplo do que estamos vivenciando hoje.

“O PNF busca reduzir nossa dependência para 45%. Para um país que vem expandindo sua área plantada, a exemplo do Brasil, garantir a maior parte de sua fonte é fator estratégico para garantir não apenas a expansão da área cultivada, como também garantir o aumento da produtividade”, pontua.

O presidente do CESB acrescenta que o principal impacto do Plano Nacional de Fertilizantes é ter a oferta do insumo garantida. “Outro importante impacto pode estar relacionado aos custos. De certa forma, os macronutrientes acompanham a cotação internacional, mas o PNF busca alternativas de compostos, como a produção de organominerais e subprodutos com potencial de uso agrícola. O PNF ainda contempla a utilização de nanomateriais, bioinsumos, biomoléculas e remineralizadores. Essas alternativas podem representar custos mais acessíveis aos produtores rurais”, observa. 

José Erasmo acrescenta que tivemos, ao longo dos anos, grandes avanços na área de fertilizantes aplicados no solo, mas a exigência de grandes quantidades de adubo a base de NPK continua sendo um fator ligado a produtividade das culturas. 

“Os fertilizantes são hoje elementos fundamentais para manter a quantidade de alimentos para consumo interno e exportação. Por essa razão, existe hoje a grande discussão de como será o fornecimento de fertilizantes para a safra agrícola de 2022 e como a falta de parte dele afetará o fornecimento de alimento”, analisa. 

O membro do CESB aponta que a possível falta de NPK para a safra, traz uma grande oportunidade para melhorar a eficiência no manejo do sistema agrícola. “O Brasil poderá dar um novo salto na eficiência do uso de fertilizantes e trazer um novo modelo de agricultura mais sustentável”, finaliza. 

O CESB foi criado com o objetivo de oferecer um ambiente regional e nacional que estimule sojicultores e consultores técnicos a desafiar seus conhecimentos incentivando  o desenvolvimento de práticas de cultivo inovadoras. 

Entre as ações do Comitê Estratégico Soja Brasil, destaca-se o Desafio Nacional de Máxima Produtividade, que nesta edição teve cerca de 5.400 inscrições. A revelação dos campeões do Desafio CESB acontece em junho, durante o Fórum Nacional de Máxima Produtividade de Soja. Na ocasião, serão revelados os cases de todos os produtores e consultores que alcançaram as maiores marcas de produtividade do Brasil, com o intuito de compartilhar informações preciosas para os sojicultores que desejarem elevar os seus patamares nas próximas safras.

Outra importante inciativa é o curso de pós-graduação EAD MTA Soja do Centro Universitário Integrado Campo Mourão, realizado em parceria com o CESB e com a Elevagro, com o intuito de promover conhecimento técnico de altíssimo nível, apresentando dados e estudos de produtividade obtidos pelo CESB, por meio de rigorosos protocolos e elevado nível de transparência. Com professores largamente experientes, o curso tem uma grade curricular que propicia ampla gama de conhecimentos teóricos e práticos sobre toda a cadeia produtiva da soja. É ideal para que produtores novatos ou experientes mantenham-se atualizados das inovações no mercado e estejam mais preparados para os desafios do setor, aplicando as melhores práticas em suas produções.

Fonte: Assessoria de Comunicação

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